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Asteróide passa “extraordinariamente perto” da Terra esta sexta-feira

Não se preocupe: não há perigo de nos vir a cair em cima. Mas a passagem será rasante e haverá transmissão online a partir da meia-noite de sexta-feira.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
asteróide 2023 BU
© Via Twitter: @AsteroidWatchSimulação da passagem rasante do asteróide 2023 BU
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O asteróide 2023 BU vai passar a apenas cerca de 3500 quilómetros da superfície do planeta na madrugada desta quinta para sexta-feira, de 26 para 27 de Janeiro. Acredita-se ter entre 3,5 metros e 8,5 metros de diâmetro e a sua passagem é um dos encontros mais iminentes já registados, adiantou a agência espacial norte-americana NASA. Mas não se preocupe, que ficará a uma distância de segurança e não haverá qualquer risco de nos cair em cima.

Descoberto no sábado passado, 21 de Janeiro, o 2023 BU foi observado pela primeira vez a partir do observatório MARGO, em Nauchnyi, na Crimeia, pelo fabricante de telescópios e astrónomo amador Gennadiy Borisov. Se o nome não lhe é estranho, é porque Borisov já não é novato nesta coisa das descobertas. Em 2019, não só descobriu como deu nome ao primeiro cometa interestelar conhecido, o 2I/Borisov, que nos visitou vindo de um outro sistema solar. Já o 2023 BU pertence ao grupo de asteróides Apolo, que cruzam a certa altura a órbita da Terra e vem de uma cintura de corpos rochosos situada entre Marte e Júpiter, onde (prepare-se) se encontra um asteróide chamado Portugal, descoberto em 1986.

Para avaliar o risco de colisão com a Terra, o seu rasto tem estado a ser seguido não só por outros observatórios, como pelo Centro de Pequenos Planetas (MPC, na sigla em inglês), que é responsável pela identificação, designação e cálculo das órbitas de pequenos planetas, como asteróides. Mas, apesar da sua passagem rasante, acima da ponta sul da América do Sul, cerca de dez vezes mais perto que os conjuntos de satélites de comunicação que circulam visíveis no céu (a cerca de 35 mil quilómetros de altitude), o sistema de avaliação de risco de impacto da NASA, o Scout, descartou rapidamente a possibilidade de um impacto. Mesmo que entrasse na atmosfera terrestre, a maior parte partir-se-ia e acabaria incinerada.

Ainda de acordo com a NASA, o trajecto do 2023 BU será drasticamente alterado pela gravidade da Terra e, em vez de completar uma volta ao sol a cada 359 dias, deverá mover-se numa órbita oval com duração de 425 dias e só voltará a passar perto do nosso planeta perto do dia 6 de Dezembro de 2036.

Tal como a maioria dos asteróides, o BU, que tem uma magnitude de 19,15, não é brilhante o suficiente para ser visto a olho nu, mas não se preocupe. Mesmo sem um telescópio à mão, terá oportunidade de o ver: o Projecto do Telescópio Virtual vai transmitir a passagem via streaming, através do seu site ou canal de Youtube, a partir das 19.15 (hora de Portugal continental) desta quinta-feira, 26 de Janeiro. O acesso é livre, o anfitrião será o astrofísico e astrónomo italiano Gianluca Masi e o momento do raspão acontecerá pouco depois da meia-noite, mais exactamente às 00.17 do dia 27.

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