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Cruzamento da Avenida Grão Vasco com a Estrada de Benfica
Ricardo LopesCruzamento da Avenida Grão Vasco com a Estrada de Benfica

Benfica recusa pagar por estacionamento, EMEL teme impacto de referendo

Quase 80% dos eleitores da freguesia disseram “não” à colocação de Zonas de Estacionamento de Duração Limitada de Benfica. A abstenção ficou nos 70%.

Hugo Torres
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Hugo Torres
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Benfica vai continuar a ser uma ilha de estacionamento gratuito em Lisboa. No primeiro referendo local da cidade, que decorreu neste domingo, os eleitores responderam de forma esmagadora à pergunta sobre o alargamento das áreas de actuação da EMEL na freguesia: o “não” colheu 79,84% dos votos; o “sim”, 20,16%. A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, que se absteve de tomar uma posição pública sobre esta consulta, receia que o impacto que esta pode ter tido na percepção sobre o seu trabalho.

“Concorda que a Junta de Freguesia de Benfica emita um parecer favorável à colocação de parquímetros nas Zonas de Estacionamento de Duração Limitada de Benfica [ZDEL]?” Esta foi a pergunta colocada a um universo de 30.756 eleitores inscritos, mas a que só responderam 9476. Isto significa uma abstenção elevada, na ordem dos 70%. Ou seja, o resultado não é vinculativo. Ainda assim, o presidente da Junta de Freguesia, Ricardo Marques (PS), sempre disse que acataria o resultado, independentemente dos níveis de participação. O número de votos brancos (9) ou nulos (33) foram muito reduzidos.

“A democracia saiu hoje reforçada”, escreveu Ricardo Marques no Instagram, este domingo à noite, ao anunciar os resultados. “É o momento de dirigir um enorme agradecimento a todos os fregueses que participaram com o seu voto, aos grupos defensores do Sim e do Não pelo debate construtivo e pela elevação sempre demonstrada, à comunicação social pelo interesse demonstrado e pelo seu importante papel na divulgação deste referendo, e por fim à fantástica equipa de trabalhadores da Junta de Freguesia de Benfica, que tornaram possível que este acto referendário decorresse de uma forma exemplar.”

O presidente da Junta não revelou publicamente o seu sentido de voto. Aliás, a única força política relevante que fez campanha na freguesia foi a CDU – pelo “não”. Como foi esse o resultado, é possível que as duas zonas existentes de estacionamento pago em Benfica,  uma junto ao Centro Comercial Fonte Nova (9F) e outra nas imediações do terminal de autocarros do Colégio Militar (9C), também deixem de o ser. Antes da votação, o executivo socialista da Junta tinha admitido retirar os parquímetros dessas zonas caso venham a surgir petições nesse sentido. Para já, essas ZDEL continuam em funcionamento.

A EMEL não tomou posição sobre o referendo. Neste domingo, após o fecho das urnas, emitiu um comunicado em que saudava “todos os eleitores que participaram neste acto, bem como todos aqueles que se envolveram, intervieram e dinamizaram a campanha”. No entanto, sublinhava “a sua preocupação, de um modo geral, com a perceção que destes debates resulta em relação à sua actividade, que mais não é que apoiar tecnicamente e executar as decisões dos órgãos do município, actuando através da fiscalização, gestão e intervenção no espaço público”. Por fim, a nota concluía que a empresa continuava “empenhada na melhoria contínua das políticas de mobilidade da cidade de Lisboa”.

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