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Bômau: “um laboratório de foodies para foodies”

O novo laboratório gastronómico da cidade promete elevar duas artes – picar e partilhar – de uma só vez. O menu, que agora pode ser apreciado no conforto do lar, inclui várias entradas, wraps e até hambúrgueres em versão miniatura.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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A história do Bômau começou lá fora, entre a Índia, a Dinamarca e os Estados Unidos. Pelo meio muitas outras viagens e experiências à mesa, até inaugurar na Rua Alexandre Herculano, pouco antes do primeiro confinamento, quando foi forçado a funcionar apenas com take-away. Agora, após encerrar portas pela segunda vez, apresenta um menu renovado para pedir ao domicílio, com várias propostas em versão miniatura. Desde peixinhos da horta até hambúrgueres de feijão preto ou peixe com erva-príncipe, há uma aposta clara em opções vegetarianas, sem dispensar as especiarias nem os bons molhos.

Multicultural e saudável, este novo restaurante é na verdade um “laboratório de foodies para foodies” – quem o diz é Vijay, que nos conta por videochamada, ao lado da sua esposa Kanan, como veio parar a Lisboa, a cidade onde decidiram tornar realidade o sonho de uma vida e se sentem “como em casa”. Tudo começou, partilham, quando a filha, na altura a estudar na Dinamarca, arranjou um namorado português. “Vivemos meia vida na Índia, meia vida nos Estados Unidos, em São Francisco. Somos ambos arquitectos, mas sempre sonhámos em ter um restaurante. Por isso, quando visitámos Portugal pela primeira vez, em 2017, e nos apaixonámos pelas pessoas e pela comida [nunca comeram marisco tão bom, confessam], dissemos, ok, talvez este seja o local para onde nos mudamos a seguir.”

Bômau
BômauDip board, com babaganoush, tzatiki e húmus

A mudança acabou por demorar quase dois anos a acontecer. E, quando chegaram em 2019, viram-se a braços com mais oito meses de obras. Aproveitaram para fazer várias experiências culinárias e transformaram a sua própria casa num quartel-general para provas gastronómicas com pessoas de diferentes nacionalidades. Mas as obras atrasaram-se – em vez de ceder à frustração, entraram em “modo de treino” e formaram uma equipa de quatro, a quem ofereceram parte do negócio. De repente era Abril de 2020. “Temos imensos amigos, conhecemos chefs e muitos dos nossos amigos, que não são chefs, são foodies, que adoram comer e cozinhar, tal como nós. Por isso, sempre imaginámos convidar todos os meses alguém para, durante dois ou três dias, nos ajudar a criar novas opções apenas com os ingredientes que temos na nossa despensa”, revela Vijay. “Era esse o conceito, era o que queríamos fazer, antes de aparecer o vírus e as viagens terem sido proibidas.”

No futuro, seja lá quando isso for, o Bômau será esse laboratório há muito desejado. Por agora, e já com a experiência de trabalhar com delivery, promete-se “conscious comfort food” mas em doses miniatura (originalmente, os pratos tinham tamanhos convencionais). A ideia é, além de facilitar o transporte, permitir provar vários sabores numa única refeição. Incorporando técnicas de cozinha de várias culturas, privilegiam produtos locais (ingredientes inteiros e alimentos não processados) e criam as suas próprias especiarias, bem como todas as pastas, condimentos e molhos – tal como se vê na dip board (4€), uma entrada com nachos de pão de trigo integral, feito todos os dias num saj (uma chapa metálica côncava), para comer com babaganoush (pasta de beringela árabe), húmus (também típico da cultura arábe, feito a partir de grão-de-bico) e tzatziki (iogurte grego com pepino).

Bômau
Bômau

Os quatro tipos de picante da Scoville board (6€) e os molhos de menta e de tamarindo que acompanham os veggie fritters (5€), uma tempura de legumes crocantes, também são caseiros – à semelhança dos condimentos usados nos mini-wraps e nos sliders, uns mini-hambúrgueres. São seis ao todo, do hambúrguer de peixe com erva-príncipe, que também leva amendoins e maionese de sweet chili, até ao hambúrguer de feijão preto com chutney de tomate. Se preferir carne, recomendamos o de porco desfiado, com molho barbecue e coleslaw de couve e cebola roxa, ou um dos mini-wraps picantes, como o kebab curry, com carne de vaca e picles de vegetais em molho de tomate e hortelã. Os preços  variam entre os 5€, os 9€ e os 12€, dependendo se escolhe uma, duas ou três opções.

O menu inclui muitas outras alternativas, inclusive espetos (para pedidos a partir das 17.00), saladas biológicas e uma sopa sazonal.

Guarde espaço para as sobremesas: há cookies de chocolate gigantes por 1,50€ (pode adicionar sundae por mais 2,50€), panacota com coulis de fruta sazonal (3€), cupcakes de limão com sementes de papoila (2,50€) e até dónutes (2€), tradicionais ou com açúcar de cardamomo. “Não temos um chef”, admite Vijay, quando lhe perguntamos quem é responsável por fazer todas estas iguarias. “Somos seis pessoas, todas cozinhamos.” E nenhuma desperdiça, não fosse a sustentabilidade um compromisso assumidíssimo. “Pode parecer parvo, mas estamos muito orgulhosos de demorarmos dois a três dias a encher um saco de lixo.”

Bômau
BômauA equipa do Bômau

O entusiasmo de Vijay e Kanan (à direita na fotografia) é contagiante. É fácil perceber porquê depois de provar o Bômau. Diversificado, saudável e muito, muito guloso. Para mandar vir já – e esperar que o restaurante possa voltar a montar a sua esplanada no Rato, para aproveitar as happy hours de segunda a sexta-feira (17.00-19.00), com gins, cocktails e, por que não, bebidas caseiras, como limonada ou lassi de manga.

Rua Alexandre Herculano, 61 (Rato). Seg-Sex 11.30-23.00, em regime de take-away (213 880 431) e Uber Eats.

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