A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar

Caffè di Marzano: um café, uma vinoteca e uma vermuteria no Chiado

Escrito por
Inês Garcia
Publicidade

Os donos da pizzaria Valdo Gatti abriram o Caffè di Marzano no Largo Rafael Bordalo Pinheiro e juntaram os pequenos-almoços nova-iorquinos às influências italianas para todo o dia.

Os italianos não têm tradicionalmente o conceito de brunch. “Bebem um cappuccino e um cornetto (um croissant) e dali não sai”, explica António Cardoso, um dos sócios da Valdo Gatti e agora do Caffè di Marzano. Mas neste segundo projecto no eixo Chiado-Bairro Alto não queria perder a génese italiana, por isso introduziu uma vertente mais nova-iorquina para os pequenos-almoços, ou não fosse o outro sócio americano, e para o resto do dia mantém as influências marcadamente italianas. É um “café, uma vinoteca e uma vermuteria”, resume. Uma espécie de pequena Little Italy, que vai mudando as propostas gastronómicas, e o próprio ambiente, ao longo do dia.

Ovos Benedict
Fotografia: Manuel Manso

O Caffè di Marzano fica na esquina do Largo Rafael Bordalo Pinheiro, onde antes morava o Rei das Meias. Depois de umas obras valentes no espaço, conseguiram revelar o pé direito altíssimo e tirar partido dele, com uma mezzanine (aí não vai precisar de ficar a fazer acrobacias para fazer o seu pedido – em cada mesa há uma pequena campainha). É bastante luminoso e, durante a manhã, vê-se bem o azul claro dos sofás, as mesas em mármore branco e a fruta do dia pendurada atrás do balcão. À noite o ambiente muda completamente.

Panquecas de mirtilos
Fotografia: Manuel Manso

Têm três menus. O primeiro começa com o café de especialidade da lisboeta Olissipo Coffee Roasters (que ganha aqui um ponto de venda) e com uma vertente de café bastante vincada, indo do mais simples espresso (1€) aos lattes, como chai (2,50€), o de matcha (2,50€) ou o de curcuma (2,50€), com leite de vaca ou os vegetais de amêndoa ou aveia. Há ainda uma selecção matinal de sumos de fruta prensados a frio, com combinações como o melão, ananás, kiwi, manjericão e coco (4€) ou o de pêra, morangos, framboesas, mirtilos e lima (4€) e smoothies frescos com superalimentos, caso do de banana, tâmaras, coco ralado, maca, café e leite de coco (4,50€).

Panini
Fotografia: Manuel Manso

Durante toda a manhã servem ovos escalfados em versão Benedict com fiambre de forno, Florentine com espinafres, Royale com salmão fumado, com abacate ou com cogumelos (todas as versões a 6€), e ainda uns baked eggs, uma espécie de shakshuka, estes disponíveis todo o dia, feitos no forno com espinafres, cogumelos e tomate cereja (6€) ou polpetta de carne com tomate e beringela (7€).

Outros dos clássicos dos pequenos-almoços aqui disponíveis são as panquecas, simples com xarope de ácer (5€), com banana e canela (6€) ou com mirtilos (6€), e as taças de iogurte com granola e fruta (4€), a french toast (3,50€) ou o porridge de quinoa e leite de coco (5€). A ir buscar a influência italiana, e disponível também só durante o período da manhã, há paninis prensados no forno com diversos recheios, como a mozarela, tomate e manjericão (4€) ou o vegan com curgete e beringela (4€). As fritatas, com batata e alecrim (5€) ou cebola e curgete (6€), também seguem para o almoço, assim como as bruschettas (4,50€) ou a focaccia, que pode acompanhar com pastrami, pickle e mostarda (4€), com queijo e fiambre (4€), presunto, pecorino e rúcula (4€), entre outros toppings.

O ambiente à noite
Fotografia: Duarte Drago

“Estamos o dia todo abertos, é easy going. Podes beber um café, um cocktail com café, um vinho, um spritz”, enumera António. Este espaço não tem extracção e, por isso, não é realmente um restaurante, apesar de ter opções para as refeições principais do dia. Ao almoço começam a servir pratos de pastas frescas e pizzetas, versões mais pequeninas das pizzas da Valdo Gatti. Mas todas as massas e fermentações são feitas na pizzaria, a cinco minutos a pé, e transportadas numa bicicleta com caixa, estacionada à porta deste Caffè.

Pizzeta Margherita
Fotografia: Duarte Drago

Estão lá todos os bestsellers: Margherita, quatro queijos, a picante, a de salsicha e brócolos, a bufalotta, com mozarela, tomate-cereja e presunto curado ou a de tomate, gorgonzola, cogumelos e speck (6,50€ cada). De massas há penne, fusilli, fettuccine, spaghetti ou orecchiette, à bolonhesa, mais simples com pesto, com couve-flor, curcuma, passas, amêndoa e chili, com cogumelos ou com bacalhau e funcho.

Tábua de enchidos e alcachofras
Fotografia: Duarte Drago

 

Por volta das 16.00, 16.30, o espaço começa a mudar. “Abrimos estas portadas atrás do balcão, tiramos as frutas e há todo
um mundo de bebidas a descobrir”, explica António. As luzes baixam e são os reflexos da 
enorme parede forrada a garrafas que fazem o ambiente. No último menu do dia, além das pizzettas e das pastas, aparecem os queijos e enchidos italianos. Pode escolher três opções e montar a sua própria tábua com os favoritos – no campeonato dos queijos há gorgonzola, taleggio, crescenza, pecorino, caprino, fontina, asiago e grana; de charcutaria há presunto, cotto erva, salami, mortadella, speck, nduja ou bresaola. Pode complementar a sua tábua, ou fazer uma outra, com vegetais, como a curgete, a abóbora ou a beringela grelhada, o pimento assado, as alcachofras em azeite ou o tomate-cereja seco.

Orecchiette à bolonhesa
Fotografia: Duarte Drago

Quando cai a noite no Caffè di Marzano, a outra grande diferença é a carta de bebidas, que cresce exponencialmente com a variedade de vermutes, amaros e bitter e dez spritz e aperitivi à escolha, dos mais conhecidos Aperol, com prosecco e soda, e Americano, com vermute rosso e soda, ao Salty Dog, com vodka, sumo de toranja e soda (todos a 6€). Há também os cocktails mais clássicos, do Negroni (6€) ao Gin Fizz (6€) e vários cocktails com café. A carta de vinhos, disponível desde a hora do almoço, está aqui também em grande destaque. “São todos naturais, sustentáveis, biológicos. Nem todos têm o selo biológico mas são todos sem intervenção, de quintas pequenas. Temos alguns italianos, mas maioritariamente portugueses”, conta. E por isso, a garrafeira à vista estará também à venda – haverá um preço para consumo no espaço e outro para levar para casa.

Americano
Fotografia: Duarte Drago

A maior parte dos produtos aqui utilizados é biológica, há muitas opções vegetarianas e vegan, mas António não quer que nenhuma destas seja a bandeira do espaço. É um sítio sem grandes rótulos, para todas as horas do dia.  

Largo Rafael Bordalo Pinheiro, 32 (Chiado). 21 269 7656. Seg-Dom 09.00-00.00.

Os melhores sítios para beber café de especialidade em Lisboa

Últimas notícias

    Publicidade