Notícias

Cais do Ginjal: demolição de edifícios começou na faixa ribeirinha de Cacilhas

Circulação está interdita há semanas, até à zona dos restaurantes do Olho de Boi. Edifícios estavam em risco, mas garante-se que intervenção não está relacionada com requalificação da zona.

Rute Barbedo
Escrito por
Rute Barbedo
Jornalista
Cais do Ginjal
DR/CMA | Cais do Ginjal
Publicidade

As placas de aviso do "perigo de derrocada" foram sendo colocadas ao longo do Cais do Ginjal, até que no início de Abril a circulação em toda aquela faixa ribeirinha foi interdita, por razões de segurança identificadas pela Protecção Civil, como informou na altura o jornal Público. Esta segunda-feira, dia 5 de Maio, um segundo momento muda a vida desta zona histórica de Almada para sempre: começou a demolição dos edifícios propriedade do grupo AFA, "na sequência de vistorias técnicas realizadas pelo Serviço Municipal de Protecção Civil".

Numa resposta enviada por escrito ao mesmo jornal, o grupo explicava que a intervenção tem um "carácter preventivo" e que as demolições "não estão relacionadas com o início do projecto urbanístico previsto para a zona", aprovado há cinco anos e uma espécie de elefante na sala para os moradores e comerciantes da zona, que já viram outras ideias de reabilitação daquela área erguerem-se e caírem. 

Um hotel, 300 fogos e estacionamento

Citada pelo jornal Almada Online, em Abril, a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, explicava que, no Cais do Ginjal, a água já teria chegado à parte inferior dos edifícios, dando-se "o perigo de haver uma derrocada". Adiantou, ainda, que é necessário avançar para uma “consolidação estrutural do cais” e para o seu alargamento, com o fim de ali “fazer um passeio público”.

Uma vez concluída a demolição agora em curso, o objectivo é voltar a tornar o espaço seguro, permitindo o retorno à circulação no cais e também até aos restaurantes do Olho de Boi. Os moradores da zona, entretanto, foram obrigados a abandonar o local, ficando inicialmente alojados numa Zona de Concentração e Apoio à População (ZCAP) na Escola Secundária Anselmo de Andrade, e depois noutros alojamentos temporários.

Plano de Pormenor do Cais do Ginjal foi aprovado em 2020 e inclui um hotel de 160 quartos, habitação (300 fogos), comércio, serviços, equipamentos culturais e sociais e um silo automóvel, sendo que o grupo AFA tem previsto para a zona um investimento de 300 milhões de euros. Há décadas que o Cais do Ginjal está em ruínas, parte inegável do charme da zona, até ao ponto em que as condições estruturais passaram a representar perigo. "Por um lado, queríamos que esta zona melhorasse, claro. Era bom para todos. Mas não sabemos bem como vai mudar, porque já houve muitos projectos para aqui, até já vieram cá marcar o chão, e depois não aconteceu nada", contava à Time Out Luís Costa, pescador regular na zona, há cerca de um ano.

🏡 Já comprou a Time Out Lisboa, com as últimas aldeias na cidade?

🏃 O último é um ovo podre: cruze a meta no Facebook, Instagram e Whatsapp 

Últimas notícias
    Publicidade