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passeio de bicicleta
©Arlindo Camacho

Câmara Municipal de Lisboa dá milhões de euros para compra de bicicletas

Fernando Medina apresentou esta e outras medidas rápidas para a mobilidade na cidade, num período em que os transportes públicos continuam a circular com a capacidade máxima reduzida.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Para evitar que muitos lisboetas voltem aos automóveis e aumentem os níveis de poluição da cidade, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) decidiu acelerar algumas medidas anunciadas e preparou uma revolução na mobilidade da cidade que vai acontecer ao longo dos próximos meses. Destacam-se a criação de mais ciclovias e o lançamento de um fundo de três milhões de euros para o apoio à compra de bicicletas. Haverá também mais espaço nos passeios.

"A pandemia só tornou Lisboa Capital Verde mais urgente, mais precisa e com mais sentido", disse Fernando Medina, o presidente da CML, antes de apresentar o plano para uma cidade com “mais espaço ao ar livre, segurança, saúde e sustentabilidade”. Uma das medidas passa pela criação urgente de uma “rede estruturante ciclável” que se junta à existente para cobrir eixos centrais de circulação e ligar os principais pólos de trabalho, estudo e residência. Uma rede segregada, que assegura aos ciclistas o uso da bicicleta sem a partilha da via com o automóvel. Será, para já, criada em sistema pop-up, de forma a ser possível fazer alterações, criar novas vias ou avançar para soluções mais definitivas.

A primeira fase já está em execução e até Julho serão desbravados mais 26km (Alameda dos Oceanos, Av. Berlim, Av. de Pádua, Av Cidade de Luanda, Av. Cidade de Bissau, Av da Índia, Av. 24 de Julho, Av. da Liberdade, Av. do Uruguai, Av. Castilho - concluída e Av. Marquês de Fronteira); até Setembro mais 30km (Av. de Roma, Av. Marechal Gomes da Costa, Av. de Ceuta, Av. Lusíada, Av. Conde Almoester , Av. José Malhoa e Av. das Descobertas); e mais 20,5km no primeiro trimestre de 2021 (Av. Gago Coutinho, Av. do Restelo, Av. Torre de Belém, Av. Álvaro Pais, Av. Carlos Paredes e Av. Helena Vieira da Silva).

O estacionamento dedicado a bicicletas também será reforçado, em mais 1050 lugares, nos parques concessionados pelo município e nos parques subterrâneos da EMEL. Os interfaces de transporte público serão reforçados com mais 1700 lugares (em estruturas como a de Entrecampos), e há mais 5000 disponíveis para entidades de interesse público que o solicitem, como escolas ou clubes desportivos. “Estamos a executar a estratégia Lisboa Ciclável, mas com uma nova rapidez. É a melhor forma de conjugarmos as necessidades de curto prazo em tempo de pandemia com um objectivo estrutural da cidade, que é termos menos poluição”, defendeu Fernando Medina.

E para que as ciclovias não andem sozinhas, a Câmara criou um fundo de mobilidade de três milhões de euros para a aquisição de bicicletas. Uma medida que entra em vigor esta quarta-feira e que permite o reembolso de até 50% do valor de aquisição. Os apoios estão divididos em três categorias: até 100€ para bicicletas convencionais (exclusivo para estudantes), até 350€ para bicicletas eléctricas e até 500€ para bicicletas de carga, excelentes para levar crianças e mercearias. A medida aplica-se a todas as lojas da cidade de Lisboa que aderirem ao projecto, mas Medida garante que “a partir de agora todas as compras efectuadas contam”. “Guardem as facturas”, recomendou. Este apoio pode acumular com o programa de incentivo à compra de veículos de baixas emissões do Ministério do Ambiente (veja aqui).

A “humanização do espaço público” é o outro pilar deste conjunto de medidas que alarga o raio de acção da iniciativa A Rua é Sua. Espaços como o eixo central da Avenida da Igreja ou a envolvente do Mercado de Arroios passam a ser pedonais aos fins-de-semana, e serão alargados passeios em vias como a Rua de São Pedro de Alcântara, Rua de Belém, Avenida 5 de Outubro ou Estrada da Luz. O Largo Sapadores será convertido numa área de fruição pública para famílias e crianças e o alargamento de esplanadas está previsto em alguns locais, como por exemplo na Rua D. Pedro V, entre o Jardim do Príncipe Real e a Rua São Pedro de Alcântara.

Relativamente à nova Zona de Emissões Reduzidas (ZER), anunciada em Janeiro e que condicionará a circulação automóvel na Baixa de Lisboa, Fernando Medina vai propor “a recalendarização do seu desenvolvimento”, acreditando ser a solução mais razoável, nesta altura, para comerciantes, residentes e visitantes.

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