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Os planos para a Casa do Brasil, apresentados por altura da assinatura do acordo entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e o governo brasileiro, eram estes: no primeiro piso funcionaria um espaço cultural, dinamizado pela Fundação do Banco do Brasil; no segundo ficaria uma agência do referido banco; no terceiro, instalar-se-iam os responsáveis pela Casa (a ApexBrasil, a Embratur e a Fundação Oswaldo Cruz); e, no último andar, fixar-se-ia uma incubadora e aceleradora de empresas brasileiras. Transversal era ainda a missão de tornar a Casa do Brasil num centro de convívio para a comunidade brasileira em Lisboa. No entanto, oito meses após a cedência do edifício e a entrada em funcionamento de algumas valências, o papel cultural da Casa do Brasil não está garantido.
Tendo o protocolo de cedência do imóvel da Rua Rosa Araújo, uma perpendicular à Avenida da Liberdade, sido assinado a 4 de Dezembro, a Time Out questionou a ApexBrasil (a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) sobre quando a Casa do Brasil abriria portas à comunidade. Embora ainda não tenha acontecido uma "inauguração formal", com abertura ao público, a actividade da agência no espaço arrancou em Abril, explica Bernardo Torelly, responsável de comunicação do organismo.

Já a Fundação do Banco do Brasil, que gere quatro importantes centros de artes em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte e que em Lisboa ficaria alegadamente responsável pela dinamização cultural da Casa do Brasil, afirma nunca ter participado "nas discussões sobre a ocupação do espaço". "A actuação da Fundação do Banco do Brasil é restrita ao território brasileiro", precisou o gabinete de comunicação, em resposta à Time Out. Também a ApexBrasil declara que não há negociações em curso com a Fundação, apesar de a mesma ter sido anunciada em Dezembro como uma das dinamizadoras do espaço, de acordo com o noticiado pelo jornal Público.
"Promoção da diversidade brasileira"
Poderá o desenho da Casa mudar? "O edifício ainda está em fase de adaptação e ambientação", reconhece Bernardo Torelly, da comunicação da ApexBrasil. Ainda assim, existe a "intenção de destinar uma área para exposições e eventos culturais, voltados à promoção da diversidade brasileira", mas "a definição do formato e da periodicidade dessas acções" estão "em construção". O organismo esclarece ainda que, "por ora, o espaço funciona prioritariamente como um ambiente de apoio a empresas, iniciativas de internacionalização e atracção de investimentos".
Além da ApexBrasil, estão no mesmo edifício a Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) e a Fundação Oswaldo Cruz, também conhecida como Fiocruz (instituição de investigação e desenvolvimento nas áreas da ciência, tecnologia e inovação).
A Time Out questionou a Câmara Municipal de Lisboa, no sentido de esclarecer se o contrato de cedência do edifício que alberga hoje a Casa do Brasil previa o seu uso também para fins culturais, mas não obteve resposta.
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