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A Câmara Municipal de Cascais já arrancou com a primeira de duas intervenções de beneficiação das Grutas do Poço Velho. Após a requalificação do Largo das Grutas, será criado “um circuito de visitação no interior, que vai permitir a todos interpretarem e conhecerem o local onde Cascais nasceu”.
A requalificação dos espaços exteriores, que deverá durar cerca de 45 dias e implica um investimento no valor estimado de 81 mil euros, irá permitir criar um primeiro circuito, no Largo das Grutas, para dar maior visibilidade a “esta necrópole pré-histórica, do mais ancestral possível da existência humana em Cascais”, justifica João Aníbal Henriques, vereador na Câmara Municipal de Cascais para a área do património histórico-cultural e arqueologia.
As grutas naturais do Poço Velho, localizadas na margem direita da Ribeira das Vinhas, em plena vila de Cascais, foram exploradas pela primeira vez em 1879. Nesse ano, o geólogo Carlos Ribeiro detectou vestígios arqueológicos nos sedimentos encontrados no interior do sítio, que vão desde o Paleolítico até à Antiguidade Tardia. Mas a sua principal ocupação, durante a época neolítica e calcolítica, corresponde à utilização da gruta como necrópole, tendo sido identificada mais de uma centena de enterramentos.
Entre 1945 e 1947, Abreu Nunes promoveu novas intervenções neste sítio arqueológico, então sob a gestão da Junta de Turismo de Cascais. Os trabalhos de escavação permitiram recolher um diversificado conjunto de espólio funerário, que inclui artefactos de pedra polida e lascada, artefactos votivos de calcário, placas de xisto decoradas, elementos de adorno e cerâmica. Algum do espólio recolhido encontra-se em exposição no Museu da Vila de Cascais.