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Chegou o Queer Fest

Na primeira edição do Queer Fest, em Lisboa e na Parede, há concertos de nomes em ascensão no panorama queer, performances e debates sobre cultura e arte LGBT+.

Escrito por
Clara Silva
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“Quando o regresso do fascismo se declara por meio de uma escalada, em palavras e actos, da xenofobia, do machismo e da homofobia, não podem a música e as demais artes performativas fazer outra coisa senão reivindicar para si a dimensão interventiva e de protesto que tiveram no passado.” É assim que Rui Eduardo Paes e Maria do Mar apresentam o Queer Fest, um festival que reúne projectos criativos que querem sublinhar a liberdade dos seus autores no que respeita à orientação sexual e à identidade de género. Uma parceria com a SMUP, a Cultura no Muro e a Penha sco, o festival arrancou terça-feira na cooperativa Penha sco, na Penha de França, com o debate “Quando a Arte é Queer”, para responder a questões como o que é uma arte queer ou o que faz dela queer: o autor ou o que ela mesma expressa.

Na sexta-feira, 11, o Queer Fest continua a partir das 18.00 no salão da SMUP, na Parede, com cinco concertos: Pássaro Macaco, “uma música electrónica que está entre a pop e o experimental, em transição, trans”, o trio Clementine, inspirado nos movimentos riot grrrl e queercore, o pós-punk electrónico queer de Dead Club, o cantautor, bailarino e actor Judas e a dupla brasileira Venga Venga, com uma performance-concerto cheia de “extravagância Queer”.

No domingo, o festival segue na SMUP a partir das 15.00 com uma programação diversa. Sónia Baptista, Pê Feijó, Raquel Lima, Salomé Honório, Paula Gil, Raquel Freire e Di Cândido juntam-se para uma conversa sobre “O Queer Como Interseccionalidade”. O objectivo é debater como “as lutas queer têm necessariamente de estar interligadas com outras batalhas políticas, sociais, económicas e culturais”, explicam.

Sónia Baptista, com formação em dança contemporânea e que descreve o seu trabalho como “eco-queer” e “eco-feminista”, apresentará uma performance, tal como Bruno Cadinha, performer e drag queen do colectivo Lóbula. À noite há mais quatro concertos: Baby Sura, “em ascensão no panorama queer da música portuguesa”, o queercore das Matriarca Paralítica com a violinista Maria do Mar, Herlander, da Troublemaker Records, preocupada em lutar contra a “supremacia branca, o sexismo, a queerfobia e as regras de género”, e os mais conhecidos Fado Bicha, a transformar clássicos nacionais como “O Namorico da Rita” em “O Namorico do André” ou “Lisboa Não Sejas Francesa” para “Lisboa Não Sejas Racista”.

Sexta, 18.00, e sábado, 15.00, na SMUP. Rua Marquês de Pombal, 319 (Parede). 6€ (4€ para sócios da Cultura no Muro e da SMUP).

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