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Cobra Kai
NetflixAlicia Hannah-Kim como Kim Da-Eun

Cobra Kai nunca morre

Continuando a apostar na nostalgia de ‘Karate Kid’, a quinta temporada da série estreia-se na Netflix a 9 de Setembro. O melhor é começar já está a treinar as katas.

Hugo Torres
Escrito por
Hugo Torres
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“O caminho dos punhos” é um estilo de karate impiedoso. Ficámos a conhecê-lo em Karate Kid (ou Momento da Verdade), o filme de John G. Avildsen que em 1984 nos introduziu às rivalidades do San Fernando Valley, à luta do bem contra o mal em quimono, à caça de moscas com pauzinhos e a uma das personagens mais queridas do cinema popular – Mr. Miyagi. É o estilo sobre o qual John Kreese e Terry Silver fundaram o Cobra Kai, depois de terem aprendido os seus preceitos com George Turner, que os comandou durante a Guerra do Vietname. Este, por sua vez, foi ensinado durante a Guerra da Coreia pelo mestre Kim Sun-Yung, o criador, lui-même, do estilo Tang Soo Do, ou “o caminho dos punhos”. Agora, a quinta temporada de Cobra Kai, série da Netflix que dá continuidade aos filmes originais, vai explorar as raízes deste karate, incluindo através de uma nova personagem, a sensei Kim Da-Eun, neta de Kim Sun-Yung, que Terry Silver recruta para expandir o seu dojo pelo vale.

Com John Kreese (Martin Kove) preso, Silver (Thomas Ian Griffith) é dono e senhor do Cobra Kai e rodeia-se de uma grupeta de senseis, intitulada The Fist, para abrir sucursais por todo o lado, captar mais e mais alunos, e tornar hegemónica esta filosofia de combate. Não tem concorrência. Tanto o Miyagi-Do de Daniel LaRusso (Ralph Macchio) como o Eagle Fang de Johnny Lawrence (William Zabka) estão de portas fechadas, depois de – spoiler alert! – terem perdido o torneio no final da temporada anterior. Aposta é aposta, e eles cumpriram a sua parte como bons perdedores. Até ao ponto em que percebem que os intentos de Silver, Kim Da-Eun (Alicia Hannah-Kim) e demais pandilha estão a pôr a comunidade em perigo. E decidem agir. Para isso, vão contar com a ajuda de outra personagem histórica, Chozen Toguchi (Yuji Okumoto), que começou por ser antagonista em Karate Kid II (1986), regressou na temporada três de Cobra Kai, e assumirá agora um papel central na série. É ele quem vai ensinar o antigo adversário, Daniel, que o estilo Tang Soo Do, mais do que na violência, se baseia na ilusão – “sem honra nem misericórdia”.

Os miúdos não estão bem. Miguel (Xolo Maridueña) fugiu para o México, à procura do pai e de respostas, mas quando regressar terá muitos e duros confrontos com Robby (Tanner Buchanan). Johnny quer que eles se entendam (“Somos todos amigos agora”, diz-lhes, numa das cenas que chegaram ao trailer), o que não parece ser possível. Serão capazes de ultrapassar as diferenças? Entre os dois adolescentes, como sempre, está Sam (Mary Mouser), embora esta esteja a ser assolada pelos seus próprios fantasmas – afinal, foi ela que perdeu o combate final do torneio que deu a vitória ao Cobra Kai e levou ao fim dos outros dois dojos. Tory (Peyton List), por sua vez, continua do lado negro da força apesar de ter visto o árbitro do torneio a ser subornado para beneficar o Cobra Kai. Veremos se por lá continua, se vai assumir o protagonismo que Silver lhe quer dar. O mesmo serve para o pequeno Kenny (Dallas Dupree Young), empurrado pelo bullying para a boca do lobo.

Esta quinta temporada terá dez episódios, todos disponíveis na Netflix na data de estreia, 9 de Setembro, sexta-feira. Mas o provável é que não fique por aí. Depois de ter transitado do YouTube Red para esta plataforma de streaming, a série ganhou um novo elã narrativo e muita tracção junto dos espectadores. Cobra Kai, pode dizer-se, é já uma série de culto que extravasa a economia da nostalgia para a qual foi criada: os filmes originais, os anos 1980 e as artes marciais, que se foram perdendo como género. E o entusiasmo (e a confiança) dos seus criadores – Josh Heald, Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg – é tal que durante a rodagem desta temporada fizeram algo muito pouco usual: filmaram logo cenas para a próxima, a sexta, que ainda não está confirmada. Por eles, o adágio que nos habituámos a ouvir na ficção é para cumprir na vida real: Cobra Kai nunca morre. Estamos prontos.

Netflix. Sex (T5)

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