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Chez Chouette
Francisco Romão Pereira

Com Leopoldo Calhau atrás do balcão, Alvalade é uma alegria

Juntar pessoas a beber e a comer. Tudo o que Leopoldo Calhau faz segue esta filosofia, mesmo que até seja uma garrafeira e mercearia como o Chez Chouette.

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
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“Isto não é um restaurante”, diz mais do que uma vez Leopoldo Calhau no novo Chez Chouette, o bar de vinhos e mercearia com produtos portugueses e franceses que abriu em Alvalade. “Nunca gostei da palavra restaurante, acho que é uma coisa muito pesada.” O nome é uma brincadeira, uma espécie de trocadilho com a expressão francesa ‘c’est chouette’. “Diz-se isso quando é bom, quando é animado, quando é porreiro, quando é fixe. É o desejo que tenho.”

Leopoldo Calhau bem tenta fugir, mas não consegue. De avental ao peito, acaba sempre por pôr as mãos na massa. Diz que não é chef e que cada vez se vê mais longe dessa função, mas o sucesso da Taberna do Calhau desmente-o. “Tudo o que tem acontecido é muito mais do que pensei”, conta. “A Taberna é um fenómeno para mim. As pessoas têm que ir de propósito, não é central, não tem estacionamento, não é cómodo”, brinca, sabendo perfeitamente a receita do sucesso: boa onda e boa comida. “As pessoas sentem-se bem, gostam do que fazemos e da consistência que temos actualmente.”

Chez Chouette
Francisco Romão Pereira

A ambição não é diferente no Chez Chouette, embora já saibamos que não é um restaurante. Mas se dá para beber, também dá para comer, claro está – o Bla Bla Glu Glu que abriu em 2020 ao lado da Taberna também foi mais ou menos assim que começou. “No Alentejo aprendi que para beber é preciso comer e a bebida sabe melhor com a comida. É por isso que temos algumas coisas aqui”, aponta Leopoldo. “Tecnicamente, não temos cozinha”, clarifica, lembrando que este era o espaço de uma antiga galeria. “Andei a dar umas voltas e gostei deste sítio. Gosto deste tipo de arquitectura, gosto de pés direitos altos, gostei das condições do espaço. Praticamente só colocámos coisas.” 

Foi tudo pensado por si, do azul petróleo que marca o espaço, ao balcão, mesas e estantes, desenhados por si. A comida está escrita à mão nos azulejos brancos. Tudo aparentemente simples: ovos biológicos e pão (9€), abóbora e cenoura (9€), espargos e maionese (9€), carapau, batata e tomate (13,50€), rosbife e salada russa (13,50€), patê en croûte (9€), pão, beringela e pimentos (9€). Há pão (3€), ora da Massa Mãe, ora da Millstone Sourdough, queijos nacionais e franceses (13,50€) e enchidos nacionais (9€). 

Chez Chouette
Francisco Romão Pereira

Tudo para acompanhar o copo de vinho (a partir dos 4€). “Acima de tudo, preferimos uma coisa que se chama viticultura, onde o vinho se faz durante o ano. Também damos lugar ao modelo convencional português de vinho, mas damos sobretudo a projectos pequenos.  Conhecemos as pessoas, acreditamos no que fazem, na forma de trabalhar”, explica Leopoldo, apontando para a amostra que preenche as prateleiras, composta por vinhos portugueses e franceses. “Podemos ter aqui a comparação do que se faz de bom em Portugal de pequenos produtores e o que já se faz há muito tempo em França”, acrescenta, assumindo que a ideia é o Chez Chouette funcionar “como um showroom, mas de vinhos”.

Na verdade, a casa divide-se em dois núcleos: o bar e garrafeira e a mercearia. Esta última na porta ao lado, prestes a abrir, não só com os produtos que Leopoldo gosta, como também com aqueles que cozinha na Taberna. “Vamos ter pão, dez a 20 tipos de azeites, mel, vinagres, manteigas, café, sal, compotas, conservas.” E há uma excepção à regra de produtos portugueses e francesas: as batatas fritas vendidas em latas da marca espanhola Bonilla a la Vista.

Chez Chouette
Francisco Romão Pereira

“Os pressupostos é que o Chez Chouette seja uma loja de bairro, o que vai realmente ser? Não sabemos.” A verdade é que nos planos já estão umas patuscadas, como o mata-bicho que aconteceu há pouco tempo a um sábado, dia em que habitualmente estão fechados. Vamos querer fazer ocasionalmente uns domingos animados, há umas actividades que vão acontecer paulatinamente”, revela. Tem sido assim na vida de Leopoldo. “É uma coisa que estará sempre em construção. Quando abro, nunca são projectos já terminados, há uma evolução.” O fim é que não muda: “Eu divirto-me com a diversão dos outros. Ver as coisas a acontecer e a funcionar é uma alegria”. 

Acácio de Paiva 20A (Alvalade). Seg-Sex 12.00-19.00

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