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Como se educa para o feminismo? Chimamanda explica

Escrito por
Maria Ramos Silva
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"Querida Ijeawele", uma carta para uma destinatária muito especial, compila num pequeno livro os conselhos da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie para educar para o feminismo. A Dom Quixote lança um manual de bolso para pais e filhos, para meninas e meninos. 

Faz o que eu digo que eu tentarei fazer aquilo que te disse para fazeres. É meio confuso, mas faz sentido evocar o novelo de palavras para contar esta história. Há poucos anos, uma amiga de infância de Chimamanda Ngozi Adichie pediu-lhe conselhos para criar a sua filha bebé como feminista. "O meu primeiro pensamento foi que não sabia", admite a escritora em jeito de prêambulo, para logo se lembrar de que falara já em público sobre o tema, e portanto a tarefa poderia revelar-se hercúlea, mas não impossível. "Observei e escutei, e pensei ainda mais", confessa a autora de A Cor do Hibisco e do fenómeno Americanah, e vencedora do Orange Prize. 

Em resposta ao pedido da amiga, resolveu escrever uma carta, combinação de sinceridade e sentido prático e ainda uma espécie de mapa do seu pensamento feminista. Apesar da alteração de alguns pormenores, estas 90 e poucas páginas são uma versão dessa missiva. "Ao relê-la agora, como mãe, também eu estou decidida a tentar", reconhece Chimamanda, apercebendo-se da que é sempre mais fácil opinar e fornecer conselhos do que enfrentar a complexa realidade. 

Mas vamos a alguns pontos de "Queria Ijeawele", a começar por uma regra soberana: "Sê uma pessoa inteira. Ser mãe é uma dádiva maravilhosa, mas não te definas unicamente por esse estatuto". A edição, com selo da Dom Quixote, aponta ainda para outras dicas, que parecendo óbvias nem sempre habitam o campo da evidência à prova de bala. "Ensina-a a ler", bem como "ensina-a a questionar a linguagem" são outras duas paragens decisivas, servidas com humor e inteligência. Quanto ao desfecho, está na nossa mão. 

+ Os livros que vamos querer ler em 2018 

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