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Os livros que vamos querer ler em 2018

Do thriller ao fantástico, do romance à crónica, sem esquecer as biografias de gente fascinante. Antecipamos alguns lançamentos previstos para os próximos meses

Escrito por
Maria Ramos Silva
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Um ano não chega para ler tudo, nem tudo tem que ser lido este ano. Partilhamos algumas prioridades para organizar a agenda e contar o número de vezes que o candeeiro vai ser desligado para lá da hora.

Em estreia e a seguir

A tradução inglesa patrocinou o impulso que faltava ao trajecto literário do indonésio Eka Kurniawa (n.1975). HomemTigre, que se apresenta agora em versão portuguesa pela Elsinore, foi editado em 2004 e integrou a lista alargada do Man Booker Prize 2016. Este seu segundo romance narra a história de duas famílias e de Margio, o homem que esconde em si um tigre branco. Na poesia, e em português, Pedro Mexia traz para a sua colecção na Tinta da China Tatiana Faia (n. 1986), portuguesa fixada no Mississippi, doutorada em Literatura Grega Antiga. Autora de contos, ensaios e poemas, vê lançado Um Quarto em Atenas. Por sua vez, a D. Quixote edita A Febre das Almas Sensíveis, de Isabel Rio Novo, finalista do Prémio Leya, enquanto a Porto Editora apadrinha a estreia em Portugal do brasileiro Eric Nepomuceno, com o livro de contos Adeus, Bangladesh. Nota ainda para outra debutante em solo nacional, pela Orfeu Negro: Ain’t I a Woman, da activista Bell Hooks (título da tradução a definir mais adiante); e para o primeiro romance de José Gardeazabal, Meio Homem, Metade Baleia, com chancela Companhia das Letras. Anabela Mota Ribeiro apresenta o livro, já a 24 de Janeiro.

Outros mundos

Com influência de Stephen King e Irvin Welsh, o romance de estreia de C.J. Tudor, um thriller situado em 1986 e na actualidade, alista-se nos campeões de vendas e popularidade. O Homem de Giz chega já este mês pela mão da Planeta. E se A Sombra da Sereia (uma edição BIS), de Camilla Läckberg, promete contentar os fãs do suspense com passaporte escandinavo, esteja atento a uma obra fundamental para os amantes de Tolkien, editado cem anos depois de escrito, e que reflecte um acontecimento real da sua vida com Edith, a sua mulher. A obra Beren e Lúthein, dois nomes gravados no túmulo que o casal partilha em East Yorkshire, chega em Março, também pela Planeta.

Regressos bem-vindos

Até agora inédito entre nós, Os Prémios será o 11.º título de Julio Cortázar que a Cavalo de Ferro publica, depois de seis livros dos contos, dos volumes A Volta do Dia em 80 Mundos, Papéis Inesperados e Aulas de Literatura, e do romance O Jogo do Mundo, que chegará em 2018 à sua 8.ª edição e que tem neste romance, o primeiro do escritor argentino (datado de 1960) o seu precursor. Jonathan Safran Froer é outros dos aguardados regressos à edição em Portugal com Aqui Estou (Alfaguara), o novo romance do autor de Extremamente alto e incrivelmente perto e Comer animais. A Porto Editora retoma também a novela gráfica, que deu vida nova a O Diário de Anne Frank – agora é a vez de O Velho e o Mar, clássico de Ernest Hemingway, da autoria de Thierry Murrat. Fãs do brasileiro Rubem Fonseca, atenção às balas. A Sextante tem para oferecer Calibre 22. Pequenos e grandes, fiquem atentos a Uma Rosa na Tromba de um Elefante, reedição da obra de António José Forte, ilustrada por Mariana Malhão, num lançamento Orfeu Mini.

Em bom português

É entre o Japão e Lisboa, com parte da acção a desenrolar-se no liceu Camões, que seguiremos pelo novo romance de João Tordo. Ensina-me a Voar sobre os Telhados está previsto para Março, com selo Companhia das Letras. Pedro Mexia, Fernando Assis Pacheco, Ricardo Araújo Preira e Nelson Rodrigues compõem o batalhão de livros de crónicas com carimbo Tinta da China, que aposta ainda nos novos romances de Dulce Maria Cardoso e Rui Cardoso Martins. Enquanto isso, a Caminho edita um livro de contos de Isabela Figueiredo (a mesma autora de A Gorda) e programa novos títulos de Ana Paula Tavares, Mia Couto, Sandro William Junqueira, e Patrícia Portela.

Vidas singulares

Há histórias que davam filmes, mas começe pelos livros – há pelo menos três biografias a manter debaixo de olho. Em Béla Gutemann (D. Quixote), David Bolchover recupera a marcha do treinador que escapou ao Holocausto e revolucinou o futebol europeu. Num outro terreno de jogo, Room to Dream: A Life, é a autobiografia do realizador norte-americano David Lynch (Elsinore). E dando sequência à publicação em Portugal das obras de Elias Canetti, a Cavalo de Ferro edita os três volumes da monumental autobiografia do Prémio Nobel da Literatura (1981): A Língua Resgatada – História de uma Juventude, O Archote na Orelha – História de uma vida 1921-1931, e O Jogo de Olhares –História de uma Vida 1931 – 1937.

Outras leituras

  • Arte

Dificilmente adivinharia o autor: “O turista, como se sabe, é logo a seguir à galinha (de aviário ou não), o animal menos viável da criação”. Estes textos, publicados em Luanda no ano de 1971, no Notícia – Semanário Ilustrado, devolvem-nos um Herberto Helder (1930-2015) que muito poucos conhecerão (o próprio filho, Daniel Oliveira, que prefacia o livro, nunca os lera), num registo entre a reportagem e a crónica, munido de um humor espantoso e de uma verve crítica que, todavia, não apagam um certo traço poético na sua escrita. 

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Mamas & Badanas. O livro que afinal é só silicone
  • Arte

Mamas & Badanas está dividido em dois por um profundo rego: de um lado uma centena de páginas sobre os textos nas badanas e contracapas dos livros de autores portugueses; do outro um volume similar de páginas que inventariam ocorrências de seios. Ambos possuem elevado potencial humorístico.

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