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Coração partido transforma-se em performance na nova exposição de Clara Não

“Porque o meu coração é piroso, mas” é o nome da nova exposição a solo de Clara Não, que invade a Artroom, no Príncipe Real, nos dias 25, 26 e 27 de Novembro.

Margarida Coutinho
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Margarida Coutinho
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Os sentimentos são para se sentir, para tomá-los como nossos e para tirar partido deles – é este o mote para a nova exposição de Clara Não que será exibida no Artroom, no Príncipe Real, durante três dias. “Porque o meu coração é piroso, mas” é a exposição mais focada na escrita até agora da ilustradora. Além de novas peças  que pode levar para casa através de prints, postais, tote bags ou serigrafias , cada dia vai incluir 30 minutos de performance onde os visitantes vão poder ver Clara Não a experimentar várias técnicas de escrita em directo. A entrada é livre.

“Queria saber como é que é o acto físico da escrita, mas isso não acontecia naturalmente porque a minha mão direita já tem memória de escrita. Por isso, comecei a aprender a escrever com a mão esquerda”, explica Clara. Quando escrever com a mão esquerda deixou de ser um desafio, a ilustradora portuense aumentou o nível de dificuldade e aprendeu a escrever também em espelho vertical, espelho horizontal e 360º. Neste momento, também já consegue escrever com cada uma das mãos ao mesmo tempo. São estas técnicas de escrita que Clara Não vai levar até à exposição numa obra que “vai estar em constante construção”.

Quem não conseguir assistir à performance, continua a ter muito para ver na Artroom. Como já nos tem habituado, Clara Não vem apresentar novas peças com frases desempoeiradas, feministas, com sentimentos, mas também com muito humor. “Sou contra aquela positividade tóxica de que está sempre tudo bem, é importante entender os sentimentos, lidar com eles e tomar o coração partido como nosso”, diz a artista. Assim, Clara volta a canalizar os sentimentos  bons ou maus, com ou sem sentido  para a arte. “É preciso ver a sensibilidade como um empoderamento”, conclui.

Ainda na Artroom, vai haver uma zona dedicada a outros trabalhos da artista, tanto alguns mais antigos que já estão à venda na loja online e em galerias, como algumas ilustrações mais recentes que não pertencem à exposição, mas que “muitas pessoas já tinham pedido”, revela a ilustradora.

A inauguração da exposição acontece quinta-feira, dia 25 de Novembro, entre as 18.00 e as 21.00, e quem estiver presente vai ser surpreendido com um copo de vinho da Casa de Vilacetinho. Por isso mesmo, é necessário apresentar certificado de vacinação ou teste negativo. Nos outros dois dias, a exposição vai estar aberta ao público entre as 14.00 e as 21.00. Se quiser ver a performance de escrita da artista, é aparecer entre  as 19.00 e as 19.30.

Clara Não
Clara NãoPormenor de peça resultado de uma performance escrita da artista, exibida no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado em 2018

Sendo natural do Porto, Clara Não decidiu fazer a “exposição com a produção mais complicada até agora” em Lisboa pela sua ligação emocional ao open studio. “O espaço [Artroom] é muito querido para mim porque foi aqui que fiz a minha primeira grande exposição, em 2018”.  No entanto, não descarta a ideia de levar a exposição até outras localidades no futuro, caso encontre “outro espaço que se adapte bem ao conceito, que não perca a crueza e a honestidade da performance”. 

Pátio do Tijolo, 1. Qui 18.00-21.00, Sex-Sáb 14.00-21.00. Entrada livre.

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