"Jeff Wall – Time Stands Still. Fotografias, 1980-2023", MAAT
Daniel Malhão
Daniel Malhão

Exposições em Lisboa para visitar este fim-de-semana

No MAAT, inaugurou a primeira exposição a solo do fotógrafo Jeff Wall em Portugal.

Mauro Gonçalves
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Estamos em Abril e os dias já estão bem maiores. Mas que isso não o leve a trocar uma ou duas exposições por um lugar na esplanada, até porque há horas de sol que chegue para fazer tudo. No MAAT, acaba de inaugurar a primeira exposição do fotógrafo Jeff Wall em Portugal, com 63 obras, na maioria grandes formatos. Não muito longe dali, o MAC/CCB apanha a boleia do 25 de Abril e recorda o Verão Quente de 1975 com "Cartazes sem Censura". No Cinema São Jorge, o Festival Política apresenta quatro exposições durante três dias.

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Exposições para ver no fim-de-semana

  • Arte
  • Belém

Aos 78 anos, Jeff Wall apresenta-se, pela primeira vez, numa exposição individual em Portugal. No MAAT, a Galeria Oval é só o primeiro vislumbre de um percurso que se estende às galerias adjacentes. Ao longo de 63 imagens, o quotidiano que Wall encena e fotografa há mais de quatro décadas surge em todo o seu esplendor. Esplendor e dimensão, com o predomínio de grandes formatos e uma primeira parte marcada pelo formato que explorou durante os primeiros 30 anos de carreira – as caixas de luz. O papel veio depois. Poéticas, cinematográficas e, desde logo, presumivelmente encenadas, as imagens não estão organizadas cronologicamente, tão pouco dispostas por temas. Na verdade, o próprio artista desafia o público a encontrar ou até mesmo formular pequenas lógicas e narrativas à medida que percorre a exposição.

Sem sair do MAAT, pode ainda visitar as exposições "Transe", uma antologia da obra do artista Rui Moreira, e "Gestos", um conjunto de pequenos filmes a que a autora, Ana Léon, chama "envolvimentos". Até Setembro, pode também espreitar as obras dos finalistas do Prémio Novos Artistas Fundação EDP.

Avenida de Brasília (Belém). Qua-Seg 10.00-19.00. Até 1 Set. 11€ (entrada gratuita no primeiro domingo de cada mês, até às 13.00)

  • Arte
  • Belém

Em vésperas de se assinalar mais um aniversário do 25 de Abril de 1974, o MAC/CCB recorda o intenso Verão Quente de 1975. No piso zero, a exposição "Cartazes sem Censura" apresenta um conjunto de materiais gráficos que marcaram uma época – "testemunhos visuais de um período de transformação política e social, resgatados dos muros e paredes onde foram originalmente afixados e preservados numa pasta de desenhos durante cinco décadas".

Praça do Império (Belém). Ter-Dom 10.00-18.30. Até 28 Set. 7€ (Dom até 14.00 gratuito para residentes)

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  • Arte
  • Fotografia
  • Cascais

Depois de apresentar Nicholas Nixon, Ruth Orkin ou Michael Grecco, o Centro Cultural de Cascais mostra o trabalho do fotógrafo norte-americano Rodney Smith, que ficou conhecido pelas imagens captadas de forma inteligente para ilustrar cenários surrealistas, muitas vezes com composições que privilegiavam a estética. A exposição reúne mais de uma centena de imagens, desde retratos a paisagens.

Avenida Rei Humberto II de Itália, 16 (Cascais). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 25 Mai. 5€

  • Arte
  • Avenidas Novas

O título – "Dedicado ao Desconhecido" – sintetiza o corpo de trabalho de Susan Hiller, que ao longo de mais de 50 anos se debruçou sobre as dimensões do subconsciente e do paranormal. A sua obra, que contempla pintura, fotografia, escultura, caligrafia, colagem e vídeo, chega agora à Culturgest através de uma exposição retrospectiva originalmente concebida para o Museu Helga de Alvear, em Cáceres, Espanha – é a primeira depois da morte da artista, em 2019, mas também a primeira a ter lugar em Lisboa.

Rua do Arco do Cego, 50 (Campo Pequeno). Ter-Dom 11.00-18.00. Até 22 Jun. 4€ (gratuito ao domingo)

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  • Arte
  • Chiado/Cais do Sodré

É a primeira exposição criada a partir do BAC - Banco de Arte Contemporânea Maria da Graça Carmona e Costa, cuja missão é preservar, estudar e divulgar espólios documentais de arte contemporânea. Com curadoria de Lígia Afonso, Marta Guerreiro e Rita Salgueiro, "boa viagem, muitas maravilhas" é composta por um conjunto inédito de documentos de artistas, galerias e críticos, articulado com obras de arte provenientes de colecções públicas e públicas e ainda trabalhos comissionados, com as assinaturas de Fernanda Fragateiro e Pedro Lagoa. Entre os artistas presentes na exposição contam-se ainda nomes como Christo, Fernando Calhau, Hugo Canoilas, Júlio Pomar, Lourdes Castro, Mário Cesariny, Menez e Rui Calçada Bastos.

Rua do Vale, 7 (Bairro Alto). Até 22 Jun. Ter-Dom 10.00-13.00, 14.00-18.00. 2€

  • Arte
  • Chiado

Inspirada pelos Sete Contos Góticos de Karen Blixen e ainda pelos contos italianos compilados por Italo Calvino, que lê à filha antes de adormecer, Adriana Molder ocupa a ala Capelo Norte, do Museu Nacional de Arte Contemporânea com a exposição individual "Aldebaran Caída Por Terra". A artista apresenta uma série de pinturas "moldadas, com formas irregulares e orgânicas, em que o volume e incidência da luz de insinuam na forma de ver os (quase todos) rostos, pintados a pastel de óleo", como se lê no descritivo da exposição. Além das pinturas, a artista apresenta ainda um pequeno filme, feito a partir da "memória de uma antiga colecção de imagens de filmes".

Rua Serpa Pinto, 4 (Chiado). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 22 Jun. 10€ (entrada livre para residentes em Portugal)

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  • Arte
  • Princípe Real

Um depois da inauguração em São Paulo e ao fim de dois meses em Hamburgo, a exposição chega a Lisboa para, através da fotografia, mostrar a "exuberância e a tragédia na maior planície inundável do planeta, o Pantanal", como descreve o texto de apresentação. No total, serão 80 fotografias, algumas em painéis de grande dimensão, assinadas por "dois dos maiores fotodocumentaristas sul-americanos": Lalo de Almeida, fotojornalista da Folha de São Paulo, entre outros órgãos de comunicação social, e Luciano Candisani, colaborador da revista National Geographic. "As imagens foram inspiradas por contrapontos extremos: a fauna e a flora do bioma do Brasil e os incêndios alastrados na região entre 2020 e 2024."

Rua da Escola Politécnica, 56-58 (Príncipe Real). Ter-Dom 10.00-17.00. Até 6 Jul. 6€

  • Arte
  • Belém

A Colecção de Arte Contemporânea do Estado continua a circular, desta vez com a exposição "PÓS-MUSEU: ‘A’ de Ausência", no Museu Nacional de Etnologia, e com vista a uma reflexão sobre a "política de representação e dos processos de sub-representação" e ao "diálogo crítico sobre o passado". Sob a curadoria de Sandra Vieira Jürgens, a exposição reúne obras de artistas como António Olaio, Grada Kilomba, João Pedro Vale, José de Guimarães, Mónica de Miranda, Nikias Skapinakis, Pedro Barateiro e Vasco Araújo, entre muitos outros. Está previsto um programa de visitas orientadas e conversas – acontecem nos dias 22 de Abril, 17 de Maio e 26 de Junho, a partir das 17.00.

No mesmo museu, não deixe ainda de visitar a exposição "Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário, no Museu de Etnologia".

Avenida da Ilha da Madeira (Restelo). Ter 14.00-18.00, Qua-Dom 10.00-18.00. Até 13 Jul. 5€ (grátis ao abrigo das 52 entradas livres anuais para residentes em Portugal)

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  • Arte
  • São Sebastião

São 46 obras do Centro de Arte Moderna (CAM), 34 vindas da Colecção Berardo e ainda outras provenientes de colecções nacionais e internacionais. Numa exposição inédita – pela união de esforços entre as duas maiores colecções institucionais de arte britânica do país –, a viagem pela produção artística da grande ilha abrange quase dois séculos e, mais do que uma abordagem exclusiva, fica marcada por uma visão aglutinadora do que tem sido a arte produzida naquela espaço geográfico. Com 75 nomes representados, "Arte Britânica – Ponto de Fuga" inclui oito artistas portugueses, cujos percursos passaram por Londres, mas também olha para o legado de imigrantes e refugiados provenientes de outros contextos e latitudes.

Até 1 de Setembro, com o Museu Calouste Gulbenkian fechado para obras, parte da colecção é exposta no Edifício Sede, através da exposição "Colecção Gulbenkian. Grandes Obras".

Avenida de Berna, 45A (Praça de Espanha). Qua-Seg 10.00-18.00 (Sáb até às 21.00). Até 21 Jul. 6€-16€

  • Arte
  • Cerâmica e olaria
  • Sintra

Com curadoria da norte-americana Becky MacGuire, especialista e entusiasta da porcelana de exportação, a exposição inaugural da Albuquerque Foundation (novo museu dedicado à arte da cerâmica) é “muito acessível” e “fantástica para leigos”, diz a presidente Mariana Teixeira de Carvalho. “Conexões” não está organizada de forma cronológica, mas temática – e começa onde tudo começou: na China, o país mais sofisticado do mundo a trabalhar e exportar cerâmica. Inclui peças como um jarro de vinho em forma de mulher que dança (China, Dinastia Ming, final do século XVI) ou uma terrina em forma de caranguejo (China, Dinastia Qing, 1770).

Rua António dos Reis 189, Linhó (Sintra). Abertura: Sáb, 22 Fev, 10.00-18.00. Ter-Domingo 10.00-18.00. 10€

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  • Arte
  • Belém

Considerada uma das dez melhores exposições de 2024 pela revista de arte Frieze, "Chantal Akerman. Travelling" é uma viagem pelo percurso da cineasta, escritora e artista belga que aterra no MAC/CCB, depois de se estrear no Bozar - Centro para as Belas-Artes, em Bruxelas. Dos primeiros filmes às últimas instalações, realizadas já em 2015, o ano da sua morte, é a primeira grande exposição em Lisboa dedicada a Akerman. Ao longo da carreira, a autora percorreu vários suportes artísticos – cinema, televisão, escrita, instalação –, mas também foram vários os cenários onde ocorreu a criação, da capital belga ao deserto mexicano. A curadoria é de Laurence Rassel.

Há muito mais para ver no MAC/CCB. O museu apresenta ainda as exposições temporárias "Intimidades em fuga. Em torno de Nan Goldin" e, no Centro de Arquitectura, "Interespécies".

Praça do Império (Belém). Ter-Dom 10.00-18.30. Até 7 Set. 7€ (Dom até 14.00 gratuito para residentes)

  • Arte
  • São Sebastião

Duas artistas de gerações diferentes juntam-se, pela primeira vez, através das suas obras. A Nave do renovado CAM recebe a segunda exposição desde a reabertura – 80 obras de Paula Rego e Adriana Varejão, conjunto que inclui pintura, gravura, escultura e instalação. O projecto cenográfico de Daniela Thomas vai compartimentar o espaço em 13 salas. Nelas, serão sublinhadas as linhas de contacto do trabalho das duas artistas: o poder e a opressão sobre as mulheres, mas também a violência e o erotismo inquietantes. Adriana Varejão, que coassina a curadoria da exposição.

Até 2 de Junho, pode também ver o projecto artístico de Julianknxx, "Coro em Rememória de um Voo". Durante as próximas semanas, há outras três instalações para ver no Centro de Arte Moderna Gulbenkian – Cidade à volta da Cidade, de Tristany Mundu, Interferências no Tejo, de Francisca Rocha Gonçalves, e Ciguatera, de Diana Policarpo. São as três de entrada livre.

CAM Gulbenkian, Rua Marquês de Fronteira, 2 (São Sebastião). Dom-Seg, Qua-Sex 10.00-18.00, Sáb 10.00-21.00. Até 22 Set. 4€-16€

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  • Arte
  • Arte popular
  • Baixa Pombalina

O que é a identidade nacional e como é que nos influencia? Como é que a moda se alterou face às mudanças económicas e políticas do país? O que é que significa ser português? As questões flutuam na nossa mente e vão encontrando respostas à medida que exploramos a nova exposição do MUDE. Em conjunto com a Casa do Design de Matosinhos, onde a exposição se estreou em 2022, "Portugal Pop: A Moda em Português", que pode ser vista a partir de sexta-feira, 21 de Março, chega à capital para nos fazer reflectir sobre a moda e o que ela tem representado nos últimos 50 anos. Entre 140 coordenados de diferentes designers, o Museu do Design e da Moda leva o visitante numa viagem no tempo que tem início nos anos 1970 e só termina cinco décadas depois – agora.

Uma vez no MUDE, aproveite o embalo e visite também a exposição permanente – "Para que servem as coisas?".

Rua Augusta, 24 (Baixa). Até 12 Out. Ter-Qui 10.00-19.00. Sex-Sáb 10.00-21.00. Dom 10.00-19.00. 11€-15€

  • Arte
  • Lisboa

"331 Amoreiras em Metamorfose" é o nome da exposição de longa duração que vai ocupar o Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva (MASVS) até Dezembro de 2025, em celebração dos seus 30 anos, com um programa sob o signo da metamorfose. A exposição em si estará em metamorfose e terá cinco momentos, ou seja, serão cinco exposições, com 80 artistas, mas uns entram, outros saem, outros ficam permanentemente. O novo director, Nuno Faria, é responsável por mais uma novidade: entrada livre todos os dias para residentes. “Quero um museu para as pessoas se poderem demorar”, diz, assim “podem vir um bocadinho à hora de almoço".

MASVS, Praça das Amoreiras, 56-58 (Rato). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 31 Dez. 7,5€ (entrada livre para residentes em Lisboa e ao domingo para restantes visitantes)

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  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Santa Maria Maior

Depois de "Ato (DES)colonial", a mesma sala recebe a exposição "Antes de ser independência foi luta de libertação", em jeito de celebração dos 50 anos das independências dos territórios das ex-colónias portuguesas em África. A exposição resulta de um trabalho que tem sido levado a cabo desde 2021 – a descrição, digitalização e disponibilização de fundos documentais doados ao centro de documentação do Museu do Aljube. Materiais explorados no âmbito de uma exposição que quer reflectir sobre estes processos históricos e que pretende gerar "mais pensamento e acção anticolonial e antirracista, abolicionista de todas as formas de violência", nas palavras de Rita Rato, directora do museu.

Até ao final de Abril, vai ainda encontrar a exposição "Arquitectas da Liberdade".

Rua Augusto Rosa, 42 (Sé). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 31 Jan. 3€

  • Museus
  • Alcântara

Era um dos museus mais aguardados da cidade e, agora, está finalmente pronto a abrir portas. Dividido em quatro galerias, o MACAM é a nova casa da colecção privada do coleccionador Armando Martins, que contabiliza mais de 600 peças, sendo que aqui são apresentadas 215 numa exposição permanente ("Uma coleção a dois tempos"), que inclui obras portuguesas e estrangeiras, de pintura, escultura, fotografia e vídeo que vão dos anos 70 ao dias de hoje, e duas exposições temporárias – uma centra-se na guerra ("Guerra - Realidade, Mito e Ficção"), a outra na relação do ser humano com o meio ambiente ("Antropoceno - Em busca de um novo humano?"). Além das exposições, vamos encontrar neste museu um hotel de cinco estrelas, um bar, que fica dentro de uma capela dessacralizada do século XVIII, e ainda um restaurante e um café.

Rua da Junqueira, 66 (Belém). Qua-Seg 10.00-19.00. 6€-15€

Mais que fazer em Lisboa

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