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Coruche vai flutuar com festival de balões de ar quente

Sebastião Almeida
Escrito por
Sebastião Almeida
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Nos próximos cincos dias, o Flutuar – Festival Internacional de Balonismo vai encher os céus de Coruche com estes gigantes insufláveis. A par das viagens de balão de ar quente, há outras actividades e um festival de comida de rua.

À medida que o dia aparece, o terminal rodoviário de Coruche, em Santarém, ganha um movimento citadino que contrasta com a pacatez da vila ribatejana. Estudantes e trabalhadores esperam as carreiras locais que os levarão à escola e ao trabalho. Mas, nesta terça-feira, a manhã foi diferente do habitual.

Ali ao lado, num extenso prado, o bulício faz-se sentir desde madrugada. Entram e saem carros com atrelados. Ouvem-se instruções em tom de alarido, tal é o vento que corta a audição. Ao longe, o barulho dos queimadores desperta a curiosidade. Afinal de contas, daí a instantes, o maior balão de ar quente comercial do mundo será baptizado, assinalando o arranque da terceira edição do Flutuar – o Festival Internacional de Balonismo de Coruche.

Entre 29 de Outubro e 3 de Novembro, a vila banhada pelo rio Sorraia terá actividades culturais, espectáculos multimédia e voos de balão, proporcionando aos visitantes a experiência de voar a bordo de um balão de ar quente e de conhecer melhor o universo do balonismo. Também haverá uma feira do livro, um street fest de comida e uma exposição de legos num dos espaços do festival.

Fotografia: Inês Félix

Quem quiser voar tem duas opções: pode ficar-se por um voo estático grátis ou então lançar-se à descoberta sobre a vila e a floresta de montade num voo livre (159,90€ por pessoa, as crianças até aos 11 anos pagam 119€). Os bilhetes para esta última opção podem ser adquiridos na bilheteira do festival. Se optar pelos voos estáticos, ou seja, subir e descer no balão, estes acontecem sempre entre as 08.00 e as 10.00. Os voos livre são às 07.00.

A maior aeronave do mundo (é assim a designação correcta) tem mais de 40 metros de altura e utiliza perto de três quilómetros de tecido, mais de 17,4 quilómetros de fios. Transporta 34 pessoas (contando com o piloto e um tripulante), foi fabricado na Kibicek, uma das fábricas mais conceituadas da indústria na República Checa, e ultrapassou os 250 mil euros.

Este ano estarão presentes 33 equipas, oriundas de “Portugal, Espanha, França, Noruega, Alemanha, Holanda ou Suécia”, enumera Carlos Palmeiro, um dos responsáveis do festival organizado pela Windpassenger, em parceria com o município. Em Portugal, explica, a actividade não está muito divulgada, mas o objectivo do Flutuar é “chegar ao maior número de pessoas e dar a conhecer este universo”. Outro dos objectivos é, através dos voos de balão, consciencializar o público para a importância da floresta de montado, um dos ecossistemas mais ricos do mundo e que em Portugal ocupa 23% da floresta nacional.

Fotografia: Inês Félix

Quem regula e fiscaliza a actividade é a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), à semelhança das restantes aeronaves. “Para se pilotar um balão tem de se fazer uma formação teórica em várias matérias ligadas à aviação e, depois, outras formações práticas e teóricas sobre o balão. No final, obtém-se uma licença de voo", explica.

O balão voa na direcção do vento e é aí que entra em campo a experiência do piloto “para usar os ventos a seu favor”. “ Conhecendo as direcções dos ventos, o piloto consegue identificar um sítio para tentar fazer a aterragem e encaminhá-lo em determinado sentido, apesar de se andar sempre ao sabor do vento”.

Fotografia: Inês Félix

Durante a alvorada o tempo afrouxou e com ele se foi o entusiasmo de quem interrompia a manhã para assistir ao espectáculo. Se durante a madrugada o céu era um aglomerado de grandes globos insuflados por chamas, o vento e as nuvens vieram estragar os planos e tivemos que ficar em terra. Apesar do inconveniente, nada tema se ficou com vontade de experimentar. A previsão para os próximos dias é mais animadora e com o feriado no horizonte torna-se mais fácil dar um saltinho a Coruche – está apenas a uma hora de Lisboa.

Parque do Sorraia, Coruche (Santarém). Qui-Dom, 07.00-22.30. 119-159,90€ (voo de balão).

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