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Televisão, Séries, Comédia, Crime, Drama, Homicídios ao Domicílio (2021)
©DRHomicídios ao Domicílio

Crime, disseram eles – e decidiram fazer um podcast

‘Homicídios ao Domicílio’ junta Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez numa comédia criminal em estreia no Disney+.

Hugo Torres
Escrito por
Hugo Torres
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Steve Martin e Martin Short são amigos há 35 anos e, desde então, habituámo-nos a vê-los juntos em múltiplas ocasiões. Conheceram-se em Três Amigos (John Landis, 1986), uma paródia aos filmes de cowboys que os lançou numa frutuosa relação, tanto no cinema como na vida privada, que culminou no especial de stand-up An Evening You Will Forget for the Rest of Your Life (Netflix, 2018). Mas havia algo que Martin, 76 anos, e Short, 71, ainda não tinham feito em conjunto: uma série de televisão. Uma brecha colaborativa que será colmatada a partir de terça-feira, 31 de Agosto. Nessa data, o Disney+ estreia Homicídios ao Domicílio, uma comédia criminal em que os dois vultos do humor americano dividem o protagonismo com uma cúmplice inesperada – a pop star Selena Gomez. Conduzida como um whodunit clássico, a série é simultaneamente uma divertida sátira às obsessões com o true crime (de que Steve Martin e Selena Gomez padecem de facto) e um mergulho nas vidas de fachada de endinheirados e has-beens no Upper West Side nova-iorquino.

Charles (Steve Martin), Oliver (Martin Short) e Mabel (Selena Gomez) têm três coisas em comum: um, habitam todos o Arconia, um luxuoso edifício na zona nobre da cidade; dois, são todos entusiastas das histórias de crime da vida real; três, entraram todos no mesmo elevador com Tim Kono (Julian Cihi), 12 minutos antes de este ser assassinado. Quando a polícia conclui que o homicida só pode ser um dos vizinhos da vítima – ou seja, um dos moradores do Arconia –, o trio decide mobilizar os seus conhecimentos em criminologia para conduzir a sua própria investigação, amadora e paralela, documentando-a, como não poderia deixar de ser, num podcast. No processo, vão descobrir que, mais do que não conhecerem verdadeiramente as pessoas com quem partilham a morada, estas escondem segredos e facetas que prefeririam não revelar. Desde logo, eles mesmos: o neurótico Charles é uma antiga vedeta de televisão, da qual foi dispensado; Oliver é um encenador da Broadway caído do pedestal; Mabel é ela própria um mistério por resolver. Olho vivo ainda para Jan (Amy Ryan, The Office), para o melindroso Teddy (Nathan Lane, Uma Família Muito Moderna) e para as participações de Jane Lynch, Da’Vine Joy Randolph e Sting.

A história é inspirada em Crime, Disse Ela (1984-1996). Quem o assumiu foi Steve Martin, que desenvolveu a ideia com John Hoffman (Grace and Frankie) e co-assina o argumento (o criador de This Is Us, Dan Fogelman, também se destaca nos créditos, como produtor executivo). Portanto, quem se recorda da professora Fletcher (que, como os tempos eram outros, se dedicava aos livros e não aos podcasts) e da sua habilidade dedutiva, sabe o que esperar de Homicídios ao Domicílio. A variação óbvia são as personagens, que aproveitam o charme desajeitado de Martin e o passo acelerado de Short para seduzir, com graça, os espectadores para a resolução deste mistério. Essa não é, todavia, a única ressonância aqui. Três Amigos é necessariamente a primeira referência que salta à memória diante de Homicídios ao Domicílio. Não houvesse um mundo a separar Selena Gomez de Chevy Chase, quase se poderia dizer que o trio original estava de volta para mais uma aventura fora de pé. Embora o tom seja outro, a condição das personagens é idêntica: artistas que, depois de acarinhados, são descartados pelo show business.

Quem está longe de ser carta fora do baralho é Selena Gomez, 29 anos, que volta a participar numa série televisiva quase uma década após Os Feiticeiros de Waverly Place (2007-2012). Pelo que Steve Martin tem dito, essa experiência anterior, juvenil em toda a linha, não serve para aferir o que se pode esperar agora da cantora e actriz. “Sabíamos que ela iria contribuir para elevar a série de muitas formas, a primeira das quais através do seu talento. A interpretação que ela faz [da Mabel] é rica e adulta. Ela aprendeu a desempenhar um papel com contenção quando necessário. O Marty e eu somos muito agitados, e ela é uma rocha – sólida, sólida. Ela é agradável e intensamente discreta”, disse Steve Martin à Vogue, quando Selena foi capa da revista, na edição de Abril. Numa entrevista mais recente à Entertainment Weekly, a três, Selena devolveu o elogio: “Trabalhar com estas lendas foi extraordinário. Percebi que estou num momento da minha vida que nunca esquecerei. Eles ensinaram-me muito e fazem-me rir constantemente. Têm um sentido de humor que é clássico – que sinto que já não existe”. “Oh, isso é bonito”, reagiu Short.

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