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Cure-se do mal nesta Pharmácia Musical

Escrito por
Clara Silva
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O novo bar da cidade promete a “transformação pela arte”, palavras do dono, o violoncelista Hugo Fernandes. Os concertos são gratuitos e recomendam-se.

As receitas desta Pharmácia Musical vão chegar em breve e vêm dentro das gavetas de um móvel, “uma instalação que estará pronta daqui a um mês”, diz o violoncelista Hugo Fernandes, dono do bar que abriu no fim do Verão nas imediações do Mercado do Forno do Tijolo.

Dentro das gavetas com vários nomes – “melancolia, amor ou silêncio”, enumera – está o número da prescrição, um código que dá acesso a uma música, para ouvir de headphones, que irá “transformar essa emoção numa coisa positiva”.

Dentro das gavetas, também irá encontrar a sugestão de um petisco ou de uma bebida para empurrar, por exemplo, a Saudade, o nome de um dos cocktails da carta que ainda está a ser elaborada, um “clarified milk punch”, revela Hugo. Outras bebidas se vão seguir, como o Chet Baker On The Rocks, adianta.

O violoncelista ligado à música clássica abriu o bar (juntamente com um sócio) no espaço de uma antiga lavandaria na Rua Damasceno Monteiro, “um pretexto para fazer coisas que queria explorar”, conta. Os móveis e os frascos que o decoram vieram de uma farmácia entretanto desactivada na Penha de França e inspiraram o nome. Já a música é a inspiração para tudo o resto.

Três vezes por semana, em princípio às terças, quintas e domingos, e apesar do espaço não ser muito grande, há concertos abertos a todos – inclusive aos vizinhos de 77 anos que têm trocado a novela na televisão pelo bar. Na quinta-feira passada tocaram os La Miséria Deluxe, um trio de acordeão, violino e tuba. No domingo foi a vez do projecto Miradouro, de fusão de música portuguesa, cabo-verdiana e brasileira, com um jantar a condizer. Aliás, os petiscos servidos no bar são sempre alusivos ao concerto do dia e ao fim-de-semana há brunch. Este mês houve também um workshop de tango e em Novembro está programada uma sessão de poesia, além de pequenas peças inspiradas na técnica teatro-fórum. 

A programação muda todas as semanas e está aberta a sugestões dos clientes. Mas o melhor são as surpresas que vêm através de Hugo, músicos reconhecidos que habitualmente não veríamos num bar: “Fred Martins, um brasileiro que trabalhou muitos anos com o Ney Matogrosso, a Susana Travassos, com quem trabalho, o Damien Rice, a Carrie Tree, ou o Rolando Semedo, de Cabo Verde”, conta Hugo.

No bar cabem umas 30/40 pessoas e é possível que “num futuro próximo”, se muita gente procurar esta Pharmácia, Hugo tenha de arranjar um espaço maior. “Apesar de não querer perder esta intimidade de concertos.”

Rua Damasceno Monteiro, 43-45 (Graça). Seg-Sex 18.00- 02.00, Dom 10.00-02.00

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