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Dinee: esta comida de chefs vem com instruções para ser finalizada em casa

Há uma nova plataforma que aproxima o chef do cliente e o transforma em cozinheiro de mão cheia.

Escrito por
Inês Garcia
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A comida ao domicílio vai estar sempre cá para nós, em plataformas próprias ou apps de entregas, mas o comodismo nem sempre é o que move o consumidor, especialmente os foodies. Para quem não tem problemas em pôr o avental, ligar o fogão e picar cebolas e alhos, há um serviço que lhe leva especialidades de restaurantes do Alentejo ou do Porto a Lisboa – num tirinho. Não está é tudo pronto a comer (mas quase): a Dinee leva até casa pratos de alguns restaurantes de referência no país em caixas com ingredientes pré-preparados, embalados a vácuo, e com um simples passo a passo. 

Antes de começar já a pensar que precisa de ser um expert ou de perder muito tempo, saiba que qualquer um dos pratos disponíveis nesta nova plataforma exige uma preparação máxima de 15 a 20 minutos. Basta ter gás ou electricidade, tachos, facas e uma tábua de cozinha. 

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“Eu tinha uma frustração muito grande com a qualidade do delivery”, começa por explicar Pedro Horigoshi, um dos sócios da Dinee, responsável pela parte administrativa. A verdade é que nem todos os nossos pratos preferidos viajam bem na mochila de um estafeta e nem todos os restaurantes estão preparados para mudar ingredientes ou tempos de confecção para chegar até casa do cliente quando isso não está na génese do seu negócio. Pedro foi desenhando este projecto em parceria com Luiz Medeiros, publicitário, e Sebastião Castilho, chef de cozinha. “O Luiz chegou a ter um negócio de hambúrgueres DIY durante a primeira quarentena, o DIY Burger Shop. Começámos a desenhar o projecto, fomos aprovados pela start-up From Start to Table e conseguimos, através deles, ser apoiados por uma série de mentores e chefs, ganhar conexões”, conta. 

Pelo meio do brainstorming, perceberam que andava aí uma tendência: o italiano Pasta Non Basta criou uns kits de massa de pizza para fazer em família, a chef Marlene Vieira juntou algumas instruções de finalização aos pratos do seu Zunzum Gastrobar. “Começámos a falar com chefs e donos de restaurantes e eles adoraram, é uma maneira de garantir a qualidade da comida. E é um trabalho que muitos não conseguiriam, sozinhos, fazer no restaurante. A parte de embalar os ingredientes a vácuo, por exemplo”, continua.

Uma das primeiras barreiras que a Dinee quebra, e que valoriza o projecto, reforça Pedro, é a da distância. “O delivery hoje só funciona num determinado raio de distância do restaurante. A partir do momento em que entregamos tudo refrigerado, pode percorrer uma distância muito maior. Uma pessoa em Bragança pode comer um prato do Algarve e vice-versa.”

A quatro mãos
A primeira fase da Dinee começou a meio de Março com quatro restaurantes – “preferimos começar menor, mas com muito cuidado e qualidade” –, a Gadanha Mercearia, em Estremoz, de Michele e Ruben; o Almeja, no Porto, de João Cura; a Taberna Ó Balcão, em Santarém, de Rodrigo Castelo; e o Frade, em Lisboa, de Carlos Afonso.

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DRCaril de grão do Almeja

O prato chega a casa desconstruído, em saquetas de vácuo transparentes, devidamente numeradas e identificadas. Esta desconstrução é feita por Sebastião em parceria com os chefs e cozinheiros criadores do prato. “Temos uma cozinha operacional em Carcavelos onde são reproduzidos os pratos. O Sebastião esteve nos restaurantes, treinou com os chefs para fazer tal e qual. É um processo a quatro mãos”, esclarece. No processo de visita de estudo, é apontado também cada fornecedor, para o prato não ser reinventado, ser tal e qual o original, com os mesmos produtos, que regra geral chegam de fornecedores que entregam no país inteiro, refere, o que simplifica o processo e “permite ganhar escala”. Nos pacotinhos não lhe vai faltar nada de nada – nem o fio de azeite ou a pitada de sal, básicos da cozinha de qualquer um mas que, podia calhar alguém não ter. “Não falta nada, não contamos com a sorte. É preciso azeite, uma chalota e um dente de alho? Vai tudo”, reforça Pedro.

Do Alentejo vêm bochechas de porco preto (37€), do Porto um caril de grão com pickles de gamba (39€), de Santarém o gratinado de rabo de toiro (33€) e de Lisboa um arroz de pato (29€). Há kits para duas pessoas ou para quatro e devem ser colocados no frio até à hora da confecção, tendo uma validade de cinco dias. Já com as panelas à frente (as instruções, simples e intuitivas, dizem-lhe que utensílios precisa), não demora mais de 15-20 minutos. Um timing que a Time Out, aliás, confirmou quando fez em Lisboa o caril de grão do Almeja, do Porto, com atenção até às instruções do empratamento, qual prato de chef caseira. 

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DRArroz de pato d'O Frade

Nas primeiras semanas de operação do projecto, numa fase de soft launch, as entregas eram apenas em Lisboa, mas desde então já conseguiram expandir e começar a entregar também na Margem Sul, abrangendo agora toda a Grande Lisboa, de Sintra ao Montijo. O passo seguinte é fechar acordo com uma transportadora e conseguir chegar a todo o país. 

“Em Maio vamos passar de quatro para seis restaurantes, em Junho juntamos mais dois. Já entrámos em contacto com restaurantes do interior e do Algarve e o feedback é sempre de interesse”, diz. 

O regresso lento da normalidade, que permite novamente que nos sentemos à mesa dos nossos restaurantes favoritos e até escapadinhas gastronómicas, não é sinal de que vamos deixar de encomendar comida, acredita o responsável. Vamos antes ficar mais exigentes com o que encomendamos. “E, lá está, encurtamos a distância. A Dinee permite a viagem rápida ao restaurante.”

O pedido deve ser feito no site até às 12.00 de quinta-feira e é entregue à sexta. Pode acrescentar à encomenda uma garrafa de vinho, adequada ao prato, e fica o banquete feito.

https://dinee.pt/ 

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