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Doca de Alcântara é palco de escultura urbana reciclada

O rosto grotesco, agora em exposição na Doca de Alcântara, é feito com restos de pneus e seus derivados.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Chama-se UNO e é feita com materiais derivados da reciclagem de pneus em fim de vida. Criada pelo artista italiano Filippo Fiumani e pelo engenheiro português João Mendonça, a peça escultórica exposta na Doca de Alcântara alerta para o facto do descarte de pneus usados ser uma das maiores preocupações para o meio ambiente e a saúde pública a nível mundial.

A peça está a ser promovida no âmbito do NextLap, um programa de inovação criado pela portuguesa Valorpneu e a dinamarquesa Genan, juntamente com a consultora Beta-i, que se foca em criar soluções para os materiais derivados dos pneus em fim de vida, como granulados e pó de borracha, têxtil e aço. “Durante nove meses, cinco parceiros de inovação colaboraram com empresas do sector para desenvolver novas soluções e melhorar a sustentabilidade da indústria, aumentando a circularidade dos materiais em aplicações com volume de escala”, lê-se em comunicado.

Com curadoria do Departamento, a obra de arte, agora em exposição na Doca de Alcântara, tem cerca de 1,5 metros de altura e 90 centímetros de diâmetro, usa granulado de pneu e pneu usado, materiais fornecidos pelos promotores do NextLap, bem como câmaras de ar, plásticos, leds néon, ferro e placas MFD. Conjugando criatividade e tecnologia, o “rosto” tem ainda uma particularidade especial: activa-se e movimenta-se quando alguém se aproxima.

Em Portugal, conta-se uma média anual de 80 mil toneladas de pneus em fim de vida: cerca de 60% são encaminhadas para reciclagem e os restantes 40% para produção energética. Segundo um estudo promovido pela Valorpneu sobre o impacto da gestão de pneus usados no país, cada tonelada de pneus recuperados evita a emissão de 1,3 toneladas de CO2 e poupam-se 37283 MJ de energia, reduzindo significativamente os riscos ambientais. O sistema evita cerca de 45 milhões de euros de importações e contribui com cerca de 78 milhões para o PIB nacional.

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