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Documentário sobre mulheres no rock inspira festival no Sabotage

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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O documentário Ela é uma Música, de Francisca Marvão, inspirou uma digressão que vai percorrer o país. Em Lisboa há concertos esta quinta e sexta-feira, no Sabotage.

No princípio havia um filme e o filme chamava-se Ela é uma Música. Aliás, no princípio não havia nada; havia documentários sobre música em Portugal (e não só) em que era frequente não se encontrar uma única mulher. “Chateou--me apenas estar a ver homens no ecrã, e comecei a reflectir sobre isso”, recorda a realizadora Francisca Marvão, que ao fim de cinco anos de reflexão e muito trabalho, em colaboração com Helena Fagundes e Rita Grácio, nos deu Ela é uma Música, um documentário sobre as mulheres que fazem e fizeram o rock em Portugal, que se estreou este ano no festival IndieLisboa e agora vai inspirar uma série de concertos.

“Depois da estreia, em Maio, fizemos uma festa dedicada ao filme na Casa Independente, com nove bandas. E foi muito porreiro, porque as pessoas viram o filme depois ouviram o trabalho [das músicas]. Foi isso que deu o ímpeto para esta digressão”, explica a realizadora, que também vai tocar com a sua banda, as Matriarca Paralítica, esta quinta-feira no Sabotage, na primeira de duas noites de concertos em Lisboa. O plano, depois, é levar este conceito, estes concertos, para a estrada. E já há mais umas quantas datas marcadas.

Francisca Marvão não quer que Isto é uma Música seja apenas um filme que as pessoas vêem e depois esquecem, até porque continua a haver muito poucas mulheres no rock português. “Não quero só mostrar o filme. É importante levar a música aos sítios, para a divulgar. Para mostrar as artistas”, diz.

Para ilustrar a importância da coisa, dá o exemplo do que aconteceu quando recentemente o filme passou nos Açores: “Houve uma miúda de 18 anos que teve a necessidade de falar no fim, e disse que este era o documentário favorito dela. Porque ela era uma miúda que ouvia rock e tinha dificuldade em encontrar pessoas com quem se identificasse. E depois de ver isto ficou com vontade [de fazer música].”

É a pensar nesta e noutras miúdas (e miúdos) que existe esta digressão. Os concertos no Sabotage serão precedidos por curtas projecções de cenas inéditas do filme e terminam com sets de duas das intervenientes no documentário, Cláudia Guerreiro (Linda Martini) e Lena D’Água, respectivamente na quinta e na sexta-feira. Pelo meio, no primeiro dia, há concertos de Gaijas, Savage Ohms, Dead Club e as referidas Matriarca Paralítica, e, no segundo, de Anarchicks, Decibélicas, Panelas Depressão e Ela é uma Banda, uma dúzia de intérpretes que se juntaram durante a rodagem da cena final do filme.

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