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Este mês há chuva de meteoros e uma Super Lua Sangrenta

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
Blood moon
Photograph: Courtesy Shutterstock
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Aponte na agenda: dia 21 de Janeiro há um eclipse lunar total. Em Portugal, terá de fazer directa ou madrugar para assistir ao primeiro grande evento astronómico de 2019, numa noite que se prevê também de Super Lua. Mas antes, ainda vai haver uma chuva de meteoros. 

Os eclipses parciais acontecem várias vezes por ano, mas os totais são mais raros. Por ocorrer poucas horas antes da Lua atingir o seu perigeu, ponto da órbita de maior aproximação à Terra, a efeméride irá coincidir com uma Super Lua Sangrenta: o tom vermelho deve-se à luz que, durante o pôr e o nascer do sol, atravessa a atmosfera da Terra e reflecte no satélite natural.

“Os eclipses ocorrem sempre que há um alinhamento perfeito entre o Sol, a Terra e a Lua. Portanto, o que causa o eclipse é a sombra da Terra sobre a Lua. Quando os raios solares atravessam a atmosfera terrestre, a componente azul é mais facilmente retirada do espectro solar e o que atinge a Lua é essencialmente a luz vermelha”, explica à Time Out o astrónomo Carlos Santos, do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).

A lua começará a entrar na penumbra (ponto de transição da luz para a sombra) pelas 2.35 da madrugada de dia 21 de Janeiro, segunda-feira. A partir das 3.45, a lua começará a ostentar tons laranja a vermelho e ficará completamente coberta pelas 4.41. Pelas 5.12, hora de Portugal, o eclipse total atinge o seu máximo e será possível assistir ao eclipse durante mais de uma hora.

O último eclipse total da Lua, visível em Portugal, ocorreu a 27 de Julho de 2018 e foi o mais longo do século, com uma duração de 1 hora e 45 minutos. O de dia 21 de Janeiro poderá não ser tão longo, mas nem por isso menos belo.

Antes disso há chuva de meteoros

A Terra irá atingir o periélio, o ponto da sua órbita mais próxima do Sol, muito antes do eclipse lunar, na madrugada desta quinta-feira, dia 3 de Janeiro. Mas, como Portugal se encontra no hemisfério Norte, os dias continuam a ser mais curtos e frios do que na fase de afastamento. Na madrugada seguinte, às 2.20 de 4 de Janeiro, ocorrerá o pico da chuva de meteoros das Quadrântidas, uma das melhores chuvas de meteoros neste, segundo informação do OAL. “São pouco conhecidas, porque a sua actividade é muitas vezes de curta duração, com o pico a durar apenas quatro horas.”

Os restos do antigo cometa 2003 EH1 parecerão irradiar de uma parte do céu (o radiante) que não aparece nas cartas modernas. O nome Quadrântidas resulta da constelação “Quadrans Muralis”, assim designada em honra do quadrante mural, um quarto de círculo que o astrónomo Tycho Brahe usava para medir as altitudes nas quais as estrelas e os planetas cruzavam o meridiano. Criada em 1795 por um outro astrónomo, Jérôme Lalande, e posteriormente abandonada pela Associação Internacional de Astronomia, a constelação agora obsoleta encontra-se próxima da Ursa Maior, entre as actuais constelações do Dragão e do Boieiro.

“Se usar uma aplicação para ver as estrelas e descobrir em que altura o radiante estará mais alto no céu, essa será a melhor altura”, sugere o astrónomo Carlos Santos. “Estamos perto da Lua Nova, que ocorre dia 6 de Janeiro, pelo que, durante a noite, não haverá, de certa forma, poluição luminosa. Portanto, este ano as condições em princípio serão boas.” 

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