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O novo livro de Luís Pinheiro de Almeida, Com os Beatles, Caro Jó, dá o mote a uma programação alargada na Margem Sul, nesta sexta-feira, com os fab four no centro. A entrada é livre.
A ADAO e a Ephemera conjugam esforços para mostrar, esta sexta-feira, como a beatlemania continua viva. O elemento central é a exposição “Beatles no Barreiro”, que reúne peças como papel higiénico de Abbey Road, casacos de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, edições portuguesas dos discos, edições de conjuntos portugueses que tocaram Beatles, cartazes, a primeira edição do primeiro disco Love Me Do, ou uma camisa de Lennon. A noite começa às 21.30 com a apresentação do livro Com os Beatles, Caro Jó, de Luís Pinheiro de Almeida.
“A ideia de falar sobre os Beatles foi do Pacheco Pereira”, diz Pinheiro de Almeida, co-autor de Beatles em Portugal (reeditado em 2012 pela Documenta) e Biografia do Ié-Ié (Documenta, 2014). “Ele gostou muito do meu último trabalho e disse-me que tínhamos de fazer um grande lançamento.” O livro compila cartas escritas ao amigo Jorge Carvalho, de Coimbra, sobre temas como discos, rádio, cinema, bailes ou jornais, numa altura em que a informação não circulava com facilidade. “Eu disse ao Pacheco Pereira que se vamos fazer alguma coisa sobre o livro, e tendo em conta que estão a ser celebrados os 50 anos sobre o lançamento do Abbey Road, juntámos as duas coisas.” O declamador José Zaluar lerá algumas das cartas no livro.
“A música chegava muito mal a Portugal”, recorda Luís Pinheiro de Almeida. “A beatlemania em Portugal deu-se em 1965/66 quando houve o concurso Ié-Ié no [Cine-Teatro] Monumental, mas os Beatles acabaram por nunca cá actuar”. Love Me Do, que saiu em Londres em 1962 (vídeo abaixo), só cá chegou “em 1964 ou 1965”, e o cardeal Cerejeira foi o principal responsável pelo atraso. “Tinha medo que corrompessem a juventude. O primeiro Beatle que tocou em Portugal, em 1998, foi o Ringo, na Expo”. Pinheiro de Almeida, jornalista, dá agora mais um contributo para aproximar os rapazes de Liverpool do nosso país.
Depois do lançamento de Com os Beatles, Caro Jó, Fast Eddie Nelson sobe ao palco com música criada por Paul, John, Ringo e George. Segue-se Francis Mann, co-fundador dos Xutos & Pontapés, que explica a construção de Abbey Road e toca um set acústico, enquanto o historiador Filipe Barroso fará a história propriamente dita do álbum. A mostra termina com um set do radialista Luís Filipe Barros e estende-se até às 03.00. Em paralelo decorre a exposição “Ephemera Eterna”, do fotógrafo Rui Serrano, sobre a biblioteca e arquivo de Pacheco Pereira, cujas instalações mais recentes ficam precisamente no Barreiro – na Baía do Tejo, aonde em 2018.
ADAO, Rua da Recosta, 1, Barreiro. 91 024 0860. Sex 21.30. Entrada livre.