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Fada dos Donetes
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Fada dos Donetes quer dar a provar as rosquinhas à moda de Cabo Verde

Comem-se em duas dentadas e vêm com diferentes coberturas, da mais gulosa, com doce de leite, à mais simples, com açúcar e canela.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Não são dónutes: são donetes. A receita é um tesouro culinário e familiar que a “fada” Guanela Monteiro trouxe de Cabo Verde para Lisboa. Lembra-se de os comer com açúcar e canela ou coco, ao pequeno-almoço ou no lanche da tarde, mas sempre sonhou em criar mais versões. Com vontade e muito tempo livre, pôs as mãos na massa e começou a fazer rosquinhas com várias coberturas, incluindo doce de leite e chocolate branco. “Comecei no primeiro confinamento, porque estava a ficar aborrecida”, conta ao telefone, por entre risos. “Agora, faço entregas na zona de Lisboa, na linha de Sintra e até na Margem Sul.”

É na sua casa em Mina de Água, na Amadora, que Guanela prepara todas as encomendas da Fada dos Donetes, desde que está em lay-off. Conta que, ao fim de uma quinzena sem “fazer nada”, não aguentou mais e foi para a cozinha “trabalhar memórias de infância”. O negócio, que começou de mansinho para combater o tédio do isolamento social, demorou pouco a revelar-se um sucesso. Aos amigos e colegas, seguiram-se “estranhos”, que a viram identificada em fotografias de donetes nas redes sociais. “Queriam saber de onde eu era, que também tinham saudades desta especialidade de Cabo-Verde”, relembra. “Tive famosos e pessoas do mundo inteiro a mandar mensagens. Até fui a Nice e a Cannes, estive para ir a Paris e cheguei a marcar viagem para o Luxemburgo.”

Fada dos Donetes
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Quando voltar a ser possível, quer muito “fazer uma tour”. Até lá, orgulha-se de ser “a primeira pessoa de descendência cabo-verdiana a trazer donetes para Portugal”. Uma dose com quinze exemplares dos sabores originais – açúcar e canela, coco, chocolate, chocolate branco e doce de leite – demora mais ao menos quinze minutos a ficar pronta. A receita, que vai adaptando consoante a cobertura, aprendeu com a mãe. “Ela tinha um café e também fazia para nós, de manhã ou para levarmos para a escola. Como sou muito curiosa, ficava em cima dela, a ver como ela fazia”, partilha Guanela, que revela que a massa, apesar de igualmente fofa, é mais densa que a dos dónutes de origem americana.

A caixa mais barata custa 7,50€ e inclui seis sabores pré-definidos, com três donetes de cada. Se quiser as novidades mais recentes, como a rosquinha de red velvet ou a de cenoura, o preço aumenta. Mas há um menu a 10€, que inclui 20 donetinhos e 15 pastéis de milho e massa tenra com recheio de atum (a mais recente aposta de Guanela, para quem prefere salgados). Por 12€, o recheio pode ser de frango ou carne picada, por exemplo.

As encomendas, apenas disponíveis através das páginas de Instagram e Facebook, devem ser feitas com pelo menos um dia de antecedência. Mas os donetes são confeccionados no próprio dia da entrega (a taxa deste serviço varia consoante a zona).

O próximo passo é abrir a primeira loja em Lisboa, revela Guanela, que promete continuar a fazer magia. “Uma das minhas primeiras clientes, quando o meu negócio ainda não tinha nome, enviou-me um testamento a agradecer-me de coração porque fui a primeira pessoa a arrancar um sorriso ao filho dela, que estava muito triste por estar em quarentena. Eu disse-lhe que, sempre que o seu filho estivesse triste, ela podia chamar a Fada dos Donetes.”

+ Onde comer dónutes em Lisboa

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