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Fim à vista nas obras do Miradouro São Pedro de Alcântara

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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As obras no problemático Miradouro de São Pedro de Alcântara ainda não estão terminadas, mas já há luz ao fundo do túnel. Fizemos uma pequena cronologia desta história atribulada.

Marco Aurélio, a imperatriz Faustina, Homero, Ulisses, Vasco da Gama. Estas são apenas algumas das figuras históricas representadas nos bustos do século XIX assentes em pedestais do tabuleiro inferior do Miradouro de São Pedro de Alcântara que agora estão de regresso. Para já estão no tabuleiro errado, o superior, a aguardar a oportunidade de regressar a casa, no tabuleiro inferior. Tudo poderá voltar ao normal em alguns meses, mas até lá recordamos a vida e obras do Miradouro de São Pedro de Alcântara.

1864: Começou por ser uma horta, mas é neste ano que é inaugurado este jardim composto por dois socalcos. Curiosidade: o gradeamento foi requisitado ao Palácio da Inquisição do Rossio (ou Palácio dos Estaus), que ardeu em 1864. No seu lugar nasceria o Teatro Nacional Dona Maria II.

1952: Todos conhecem o painel de azulejos que dá as coordenadas para a Lisboa que se vê a partir do miradouro. O panorama legendado é da autoria do pintor Fred Kradolfer (1903- 1968), um suíço radicado em Portugal.

Anos 70: Segundo a A DGPC, foi nesta década (sem precisar ano) construído um “pavilhão de jogos no tabuleiro superior”. Não temos memória de um “pavilhão”, mas sim de um campo de jogos ao ar livre que aqui morou até aos primeiros anos do século XXI.

2005: Por esta altura, o Jardim António Nobre (o seu nome verdadeiro) era um espaço semi-abandonado. Em Agosto desse ano foi aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa a requalificação do miradouro. Na memória descritiva do projecto lia-se: “A requalificação tem como objectivo dignificar os elementos notáveis do jardim, nomeadamente lagos e estatuária, passando pela reconversão dos pavimentos, zonas verdes e mobiliário urbano, iluminação pública e criação de novas zonas de estadia”.

2008: O Miradouro de São Pedro de Alcântara reabriu renovado e foi pioneiro no regresso dos quiosques à cidade. Na altura, a Câmara Municipal de Lisboa concessionou dois, um no tabuleiro superior, outro no inferior e queria ver o modelo replicado pelo resto da cidade. O que veio a acontecer.

2017: Em Maio, o tabuleiro inferior fechou e não foi o único. Um troço da Rua das Taipas ficou interditado, porque era urgente a estabilização da encosta do miradouro.

2018: Tudo está bem quando acaba bem, e com a encosta estabilizada foi reaberta a Rua das Taipas, após as obras de reabilitação no troço junto ao miradouro. Mas ficava a faltar a abertura do que gostamos de chamar de “tabuleiro dos bustos”.

O tabuleiro inferior em 2018
Fotografia: Duarte Drago

2019: E eis que chegamos à actualidade. A Rua das Taipas voltou a fechar à circulação este Junho, em pleno mês de Santos Populares. “Reposição de superfície do Jardim de São Pedro de Alcântara – patamar inferior” é o nome da obra e quando a visitámos os bustos estavam no tabuleiro errado à espera de serem colocados onde pertencem. E é obra para demorar uns quatro meses.

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