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Gala Abraço: "É na diferença que está a riqueza"

Escrito por
Clara Silva
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A 26ª edição da Gala Abraço acontece no sábado no São Luiz com o habitual espectáculo de transformismo. Falámos com o presidente da associação, em vésperas do Dia Mundial da Luta Contra a Sida.

Big Mama  do Porto, que na verdade se chama Bruno Alves, está no cartaz que anuncia a Gala Abraço deste ano, no Teatro São Luiz, e que foi espalhado por toda a cidade. A visibilidade foi um dos prémios por ter sido o vencedor da “actuação da noite”, como lhe chamam, da gala do ano passado, distinção escolhida pelo público. “É uma forma de reconhecer o transformismo, que sempre foi um bocadinho o parente pobre das artes”, considera Gonçalo Lobo, presidente da Abraço. Desde 1992 que a gala solidária da associação que apoia pessoas infectadas com o VIH acontece no São Luiz, sempre com um espectáculo de transformismo, “o maior em Portugal”, dizem. Aliás, a primeira edição, criada por Carlos Castro no mesmo ano de fundação da associação, ganhou o nome de Gala Noite dos Travestis.

Mais de um quarto de século depois, a homenagem continua no sábado, desta vez com um espectáculo com a direcção artística de Deborah Kristall (Fernando Santos), do Finalmente. No Dia Mundial da Luta Contra a Sida, “travestis, drag queens, trans, artistas LGBTI e simpatizantes” juntam-se no São Luiz para “sublinhar, uma vez mais, que é na diferença que está a riqueza”, lê-se na descrição do evento.

A gala, apresentada por Sónia Tavares, dos The Gift, e pelo humorista Pedro Fernandes, conta com grupos transformistas vindos do Porto, de Leiria e do Algarve. Conta também com participações de Marina Mota, das fadistas Maria da Fé e Lenita Gentil e uma actuação do músico brasileiro Jaloo, “activista dos direitos LGBT no Brasil”, diz Gonçalo Lobo, que no sábado passado deu um concerto (com receitas também a reverterem para a Abraço) no Musicbox.

Esta 26ª edição da gala tem “uma importância ainda maior devido às alterações políticas que temos a nível internacional”, diz o presidente da associação. “Facilmente o que conseguimos alcançar resvala e ficamos sem o chão debaixo dos pés. Como está a acontecer no Brasil, por exemplo. De um momento para o outro podemos perder tudo o que foi construído e os direitos que foram adquiridos ao longo dos anos.”

Actualmente, o trabalho da Abraço concentra-se em três áreas: “Na qualidade de vida das pessoas que envelhecem infectadas por VIH, na ligação e retenção nos cuidados de saúde e na interligação entre as novas tecnologias e a componente da saúde”, explica o presidente.

Homens que têm sexo com homens e pessoas trans continuam a ser uma “população-chave” da Abraço. “São uma população vulnerável e continuam a contribuir para um elevado número de novas infecções, daí ser importante trabalharmos em termos de prevenção, rastreio e de ligação aos cuidados de saúde.”

Sábado, 21.00, no Teatro São Luiz (Chiado). Bilhetes entre 11 e 22 euros.

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