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Giola: os novos gelados da Praça das Flores não têm medo da concorrência

Dois amigos, um português e uma espanhola (filha da criadora Purificación García), abriram uma gelataria italiana. E já têm ideias para crescer.

Cláudia Lima Carvalho
Giola
Francisco Romão Pereira
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Querem marcar pela diferença, apostando na imagem, na decoração do espaço e no atendimento ao cliente, e é por isso que nascem seguros de que são distintos das gelatarias que já existem na cidade. Na Praça das Flores, a Giola é só a primeira morada da marca, cujos gelados são produzidos em casa, seguindo receitas italianas, mas com olho nos sabores portugueses e do mundo.

Giola
Francisco Romão Pereira

Luís Matoso e Maria Alvarez García, ele português e ela espanhola, teriam pouco em comum – se não tivessem ambos vivido em Madrid, se não partilhassem uma paixão por gelados e se não quisessem fazer qualquer coisa juntos. “Andávamos a pensar no que é que podíamos fazer e lembrámos-nos desta ideia”, conta-nos Luís, entusiasmado na loja, à medida que clientes vão entrando e escolhendo os seus gelados. “Atenção às pessoas”, diz, de forma sorrateira, para dentro do balcão, como que a alertar para que a nossa presença ali não tire o foco do essencial.  

“Percebemos que havia espaço para uma coisa um bocadinho diferente, mais premium e, sem ser pretensioso, num espaço mais agradável. A loja está concebida nesse sentido. Acreditamos que as pessoas se fidelizam através do produto, mas também do próprio espaço e da experiência que conseguimos proporcionar”, defende Luís, destacando os gelados à vista e não escondidos em cubas. “Somos dos poucos a fazer isso. Exige mais trabalho, mas é uma coisa mais transparente.”

Giola
Francisco Romão Pereira

Em tons sóbrios de madeira, são realmente as cores dos gelados que saltam à vista. E são 24 as opções, entre as mais clássicas como stracciatella, pistáchio, avelã, baunilha ou chocolate, surgem sabores como morango com hortelã, doce de leite, canela, café, nata com ginjas, chocolate branco ou cheesecake de pêssego. E muita fruta: banana, framboesa, manga… “Optámos por produzir aqui porque é uma coisa que faz diferença, podemos trabalhar em diferentes sabores, com quem sabe, o sabor de morango com hortelã é exemplo disso e a ideia é ir fazendo um sabor por mês”, continua o responsável. Quando Luís fala de quem sabe refere-se à italiana Greta, que aprendeu a fazer gelados há quase dez anos quando ainda vivia em Itália. “Toda a parte da concepção, do detalhe e da técnica é da Greta”, admite.

Giola
Francisco Romão Pereira

Para a italiana, o grande objectivo da Giola é ter o “gelado o mais cremoso possível”. “Estamos a apostar muito na consistência, mantendo o nível do açúcar o menor possível”, conta, já com muitas ideias prontas para pôr em prática. “Vamos ter linhas sazonais. Isto significa que vamos reduzir as frutas que temos, como a meloa. De certeza que haverá um sabor com abóbora, provavelmente com gengibre, e eu queria também começar a adicionar especiarias”, antevê, enumerando mais um sabor em mente: “avelã com eucalipto”. 

Greta faz questão de olhar também para o sítio onde está, uma zona onde confluem tantas nacionalidades, e faz disso inspiração. Veja-se o doce de leite argentino (ou dulce de leche argentino) ou a baunilha com bolacha maria, “um sabor muito português”. 

Giola
Francisco Romão PereiraGreta e Luís

São três os tamanhos disponíveis, em copo ou cone: piccolo (4€), medio (5€) e grande (6,50€). E também há embalagens para takeaway (15€/0,5lt ou 25€/1lt), num cartão sustentável, ao contrário do habitual esferovite. “A sustentabilidade é uma preocupação”, garante, acrescentando que, no momento de escolha, qualquer cliente é convidado a provar para que ninguém saia insatisfeito, afinal “uma gelataria é um lugar de alegria” – o próprio nome é uma derivação criativa da palavra italiana "gioia", que significa alegria. “Queremos acabar com aquele momento de tensão na escolha.”

Giola
Francisco Romão Pereira

Quanto à concorrência, alguma bem perto, como é o caso da Nannarella, a apenas uns números abaixo, Luís desvaloriza. Ou melhor, saúda. “A concorrência ajuda-nos a ser melhores e a querer criar diferença. E aqui até nos ajuda porque já é uma zona de gelado”, aponta, indicando uma vantagem. “Aqui, não temos esplanada porque a Praça das Flores é a nossa esplanada natural. Não é preciso vir lá de baixo com o gelado a derreter, é só passar a estrada”, brinca, com desejo de ver a marca que criou com Maria crescer. 

Há planos de expansão, com ideias para pelo menos mais uma loja na zona da Baixa. Antes disso, o menu poderá crescer com opções para os dias mais frios com chocolate quente ou waffles.

Praça das Flores 5 (Príncipe Real). 917 226 869. Seg-Dom 12.00-00.00

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