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© Sylvie DiasCavalo-marinho-de-focinho-comprido

Há mais cavalos-marinhos em Almada do que se imaginava

O projecto CavAlMar permitiu revelar que a densidade de cavalos-marinhos na baía da Trafaria é maior do que na Ria Formosa. E agora vamos poder vê-los numa exposição.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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A Câmara Municipal de Almada quer colocar a preservação da biodiversidade e do património natural na agenda do concelho. No próximo dia 10 de Abril, realiza-se a conferência “Cavalos Marinhos de Almada: Um Património Único a Preservar”, das 09.00 às 13.00, e inaugura-se uma exposição de rua, composta por 14 painéis com fotografias de Sylvie Dias. A videógrafa e fotógrafa subaquática mergulhou na frente ribeirinha de Almada para registar as comunidades de cavalo-marinhas, que agora vamos poder ver em grande formato.

Em Portugal, existem duas espécies de cavalos-marinhos, o cavalo-marinho-de-focinho-comprido (Hippocampus guttulatus) e o cavalo-marinho-comum (Hippocampus hippocampus). As populações da Ria Formosa são as mais estudadas, mas estas espécies ocorrem também ao longo de toda a frente ribeirinha do concelho de Almada, sobretudo na zona do Olho de Boi e na baía da Trafaria. Infelizmente, como os cavalos-marinhos (Hippocampus spp.) vivem em zonas pouco profundas, nomeadamente zonas costeiras, têm-se verificado reduções populacionais na ordem dos 90%, devido sobretudo a pressões causadas pela actividade humana.

“Tendo em conta que ambas as espécies estão classificadas na lista vermelha da UICN com o estatuto de conservação Dados Insuficientes, é urgente proceder à recolha de informação noutros locais da sua distribuição geográfica, de modo a aumentar o conhecimento destas espécies e contribuir para a actualização desta classificação”, lê-se em nota do projecto CavAlMar, do município de Almada, no âmbito do qual se realizaram 86 mergulhos em 13 locais distintos da frente ribeirinha de Almada, desde a Cova do Vapor ao Alfeite, entre Setembro de 2022 e Julho de 2023. O que se verificou foi que “a baía da Trafaria, onde ocorrem três espécies, tem uma das maiores densidades conhecidas, mais até que na Ria Formosa”, e que os cavalos-marinhos da Trafaria “têm dimensões acima da média”.

Se quiser saber mais sobre os cavalos-marinhos da Trafaria, a participação na conferência é gratuita, mediante inscrição prévia através de formulário online. E, além disso, a exposição também, uma vez que se apresenta a céu aberto, na rotunda da Trafaria, na Praceta do Porto de Lisboa.

Esta iniciativa resulta de um protocolo estabelecido entre a Câmara Municipal de Almada e o MARE ISPA – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, com a colaboração do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e do Oceanário de Lisboa. O objectivo é, segundo a autarquia, convidar à reflexão sobre a gestão do território ribeirinho “para a promoção e conservação destas espécies e reforço das condições do seu habitat”.

O que fazer se encontrar um cavalo-marinho?

Se porventura for dado a mergulhos e encontrar um cavalo-marinho, aproveite a ocasião apenas para observar. Não tente tocar-lhe nem o tire da água, uma vez que são peixes muito sensíveis. Caso tenha capturado um acidentalmente, devolva imediatamente à água, sem manuseios extra desnecessários. Já no caso de querer fotografar, lembre-se de não usar flash. E, claro, não se esqueça de registar a sua observação no portal de ciência cidadã BioDiversity4All e de enviar e-mail para o projecto CavAlMar ( projeto.cavalmar@gmail.com), incluindo local do achado e, se for possível, fotografias do animal.

Trafaria, Praceta do Porto de Lisboa. Conferência: 10 Abr 09.00-13.00. Grátis, mediante inscrição

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