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Livro, Banda Desenhada, LGBT+, Heartstopper, Alice Osman
©DRHeartstopper de Alice Osman

‘Heartstopper’: rapaz conhece rapaz

A série de banda desenhada de Alice Oseman conta a história de dois rapazes que se apaixonam no liceu, e o primeiro volume é finalmente lançado em Portugal na quinta-feira. Falámos com a autora.

Escrito por
Clara Silva
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Foi lançada no Tumblr em 2016, virou livro em 2019 depois de uma campanha no Kickstarter que juntou quase 70 mil euros e em breve será transformada numa série da Netflix. Heartstopper, a história aos quadradinhos da relação entre Charlie e Nick, dois adolescentes numa escola só de rapazes, já é uma saga de culto e o ano passado foi considerada a “Melhor Banda Desenhada do Ano” nos Goodreads Choice Awards. Esta quinta-feira, o primeiro volume da colecção é lançado em Portugal pela editora Cultura e promete inspirar mais jovens leitores. Pelo menos, esse é um dos objectivos da autora, a escritora e ilustradora britânica Alice Oseman, de 26 anos. “Normalmente podemos encontrá-la a olhar sem nexo para o ecrã de um computador, a questionar a falta de sentido da existência ou a fazer de tudo para evitar ter de arranjar um emprego de escritório”, lê-se na badana do livro.

“Rapaz Conhece Rapaz”, o primeiro volume de Heartstopper, conta o início da amizade entre Charlie, abertamente gay e um pouco nerd, e Nick, jogador de rugby e o seu novo companheiro de secretária na escola. As duas personagens já faziam parte do romance de estreia da escritora, Solitaire, lançado em 2014, quando tinha apenas 19 anos. “Eram personagens secundárias”, conta à Time Out por e-mail. “Nesse livro estão numa relação de amor e de apoio, mas não sabemos mais nada sobre eles além disso. Depois de acabar de escrever o livro, perguntei-me: ‘Como é que eles chegaram a este ponto da relação? E para onde vão a partir daí?’ Foi isso que me fez querer contar a sua história.”

Originalmente, Alice pensou em escrever outro romance, até perceber que a história não funcionaria tão bem como se a lançasse aos poucos, em episódios, como numa BD. “Felizmente adoro banda desenhada e desenho, foi o passo seguinte perfeito.”

Ao contrário do que se possa pensar, as personagens não são inspiradas em histórias reais. “Queria apresentar um grande grupo de amigos LGBTQ+ para que o livro estivesse cheio de pessoas LGBTQ+ com todo o tipo de experiências diferentes”, conta Alice. Nas palavras da autora, Charlie é um rapaz “inteligente e perspicaz”, mas também “luta contra a sua auto-estima.” Já Nick, apesar de ser gentil e ter bom coração, também pode ser “duro e ousado quando tem de ser”, descreve. Ao longo dos outros volumes de Heartstopper – já existem três e no Reino Unido o quarto será lançado em Maio –, assistimos à evolução da relação entre os dois.

A banda desenhada foi de tal maneira popular que vai ganhar em breve uma adaptação televisiva, através da Netflix. “Estou muito contente”, diz a autora, que também escreveu o guião da série. “Aprender a escrever um guião foi um desafio, mas mantive a história muito próxima do enredo dos livros, por isso não foi tão difícil de adaptar. A série de TV terá algumas novidades e surpresas.” Para já, e através de um comunicado oficial da Netflix que elogia o talento de Alice Oseman enquanto “contadora de histórias”, sabemos que a série terá oito episódios e que tentará “corresponder às expectativas dos fãs antigos, ao mesmo tempo que quer ganhar um novo público”.

O objectivo da autora com Heartstopper foi criar uma “história alegre”, diz. “Um lugar onde os leitores LGBTQ + pudessem passar uma ou duas horas divertidas e felizes. Saber que a história trouxe alegria aos jovens leitores LGBTQ + é mesmo maravilhoso.”

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