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Jazz em Agosto continua a mostrar o que pode ser o jazz neste tempo

O festival da Fundação Gulbenkian quer dar a ouvir o melhor jazz e outras músicas feitas nas suas fronteiras, em quatro cidades: Chicago, Nova Iorque, Londres e Lisboa.

Luís Filipe Rodrigues
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Luís Filipe Rodrigues
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Quais são as marcas identitárias e o que distingue o jazz que está a ser feito em cidades como Chicago, Nova Iorque, Londres ou Lisboa? É essa a pergunta à qual o programador Rui Neves quer responder com a programação da 38.ª edição do festival Jazz em Agosto, que volta a dividir-se pelo Anfiteatro ao Ar Livre e o Auditório 2 da Fundação Gulbenkian, entre 30 de Julho e 7 de Agosto.

O retrato tirado de Chicago é também um retrato do catálogo da editora International Anthem. É a casa dos Irreversible Entanglements (30 de Julho), grupo de free jazz incandescente onde milita a poeta e activista Moor Mother; da flautista Nicole Mitchell, que gravou Offering ao vivo com Moor Mother e se vai reencontrar com ela no dia 31; da Exploding Star Orchestra de Rob Mazurek, que se move entre o pós-rock, o jazz e a improvisação livre (31 de Julho); de Jaimie Branch e Jason Nazary, mais conhecidos como Anteloper; e do Black Monument Ensemble de Damon Locks, que editou em 2021 NOW, disco na vanguarda do jazz e do hip-hop (1 de Agosto).

Chicago é também onde a editora indie Drag City tem a morada. E foi lá que o butanês (mas radicado há uns anos nos Estados Unidos) Tashi Dorji editou em 2020 Stateless, disco belo e instintivo que explora as possibilidades da guitarra, na senda de Derek Bailey ou Bill Orcutt. Ouvi-lo, na noite de 2 de Agosto, será um privilégio. Mas primeiro tocam os Turquoise Dream do lisboeta Carlos Zíngaro.

O Voltaic Trio de Luís Guerreiro (trompete, electrónica), Jorge Nuno (guitarra) e João Valinho (bateria) é o cabeça de cartaz de 3 de Agosto. Antes tocam os Ahmed. Pat Thomas (piano), Seymour Wright (saxofone), Joel Grip (baixo) e Antonin Gerbal (bateria) vêm de Londres, mas o seu free jazz remete para Nova Iorque, a cidade de Ahmed Abdul-Malik, cuja obra o quarteto recupera.

E é precisamente entre Nova Iorque e Lisboa que o Jazz em Agosto viaja a partir de dia 4. Nessa quinta-feira, a guitarrista nova-iorquina Ava Mendoza toca depois de João Lencastre's Communion. No dia 5, o Grande Auditório é ocupado por Nate Wooley's Seven Storey Mountain VI e o duo de Pedro Carneiro e Rodrigo Pinheiro. No sábado, 6 de Agosto, vai ser possível ouvir o Borderlands Trio de Stephan Crump (contrabaixo), Kris Davis (piano) e Eric McPherson (bateria), inovadores da actual cena jazz nova-iorquina; e o duo do baterista Chris Corsano e do guitarrista Bill Orcutt, dois colossos da música americana mais livre e brava, que têm tocado e gravado juntos nos últimos anos.

O Jazz em Agosto despede-se do Anfiteatro ao Ar Livre da Gulbenkian no dia 7, ao som do New Masada Quartet de John Zorn, saxofonista e figura determinante do jazz e da música exploratória nova-iorquina das últimas décadas, aqui acompanhado por Julian Lage (guitarra), Jorge Roeder (contrabaixo) e Kenny Wollesen (bateria). Horas antes, ao final da tarde, Sara Schoenbeck & Matt Mitchell fecham as portas do Auditório 2.

Os ingressos já se encontram à venda online e na bilheteira da Fundação Calouste Gulbenkian. Os preços dos concertos individuais vão dos 5€ aos 20€. O passe para os espectáculos das 21.30, no Anfiteatro e no Grande Auditório, vale 90€, enquanto o passe para os quatro concertos do Auditório 2 não custa mais de 15€ – uma poupança de 5€ em relação ao preço de cada bilhete.

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