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Joana Vasconcelos inaugura novo espaço expositivo na sede do Santander

Escrito por
Francisca Dias Real
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Quem se questionava sobre o que guardava o edifício imponente do número 88 da Rua do Ouro que serve de sede ao Banco Santander vê agora o mistério resolvido. O Edifício dos Leões, nome que ganhou agora com a nova vida, vai funcionar enquanto espaço cultural. Conta a história do banco e parte da sua colecção de arte, passando a receber também exposições temporárias – a primeira é de Joana Vasconcelos.

A arquitectura pombalina salta à vista não só no exterior – onde estão os famosos leões do escultor Jorge Pereira que vigiam a entrada –, como nos interiores monumentais e iluminados pela cúpula central: tudo obra do arquitecto Miguel Ventura Terra. 

São três pisos que contam a história do banco desde a sua fundação e que percorrem a evolução da actividade bancária em Portugal, e todas as fusões e aquisições por que passou: do Banco Totta & Açores ao Crédito Predial Português até chegar a Santander. A história conta-se com recurso a infografias, materiais do antigamente como cheques, relatórios de contas e até os famosos selos brancos.

Nos pisos superiores a história continua a ser contada: as salas da sede voltam a ser aquilo que eram outrora, ora escritórios de administradores bancários, ora salas de reuniões ou de arquivo. Há uma das divisões que recria um antigo balcão de atendimento, numa experiência imersiva com som e pedidos dos clientes a soarem bem alto.

Inês Félix

As paredes de cada divisão são decoradas com alguns dos nomes mais expressivos da pintura portuguesa do século XX, como Souza Pinto, Silva Porto, José Malhoa, Almada Negreiros, Vieira da Silva, Arpad Szenes, Menez ou Júlio Pomar. Os quadros fazem parte da colecção privada do banco e são agora expostos ao público, muitos deles pela primeira vez. 

E se as artes são um dos pontos centrais deste novo centro cultural, também há espaço para as exposições temporárias. A estreia foi entregue a Joana Vasconcelos e à sua exposição “Lar Doce Lar” (que fica até Maio de 2020), um contrabalanço entre histórias de antigamente com uma visão mais moderna da arte.

Os naperons, chuveiros, panelas e urinóis tomam conta de várias salas do Edifício dos Leões, sendo que cada uma das obras pertence a uma divisão da casa. O sapato Cinderela feito de tampas e panelas e o lustre Carmen feito de brincos ocupam o hall de entrada e, não muito longe, está o famoso piano Dentelle revestido a croché dos Açores.

Inês Félix

Esta técnica de forrar peças a croché não fica por aqui, há mais: um televisor onde passa em loop cenas da Eurovisão; faianças Bordalo Pinheiro; os urinóis duchampianos Marcel Marcel; ou até figuras escultóricas. Entre as obras da exposição ainda pode ver o sofá Brise, com flores de plástico e bolas de naftalina, os estendais da artista feitos com candeeiros, ou o abstracionismo da peça Diagonals, construída com azulejos Viúva Lamego e croché de lã – uma obra da própria colecção da artista. 

Rua do Ouro, 88. Ter-Sex 12.00-19.00, Sáb-Dom 12.00-20.00. 8€.

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