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Komum
© Ricardo Lopes

Komum: assim nasce uma comunidade à volta de ténis, streetwear e música

Abriu em pleno Chiado e junta pequenas marcas de moda independentes, ténis de culto e discos da Enchufada.

Mauro Gonçalves
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Mauro Gonçalves
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João Barbosa dá as boas-vindas ao seu mais recente projecto. Atrás da máscara está um rosto bem conhecido do circuito cultural lisboeta — é Branko, DJ e produtor musical, agora proprietário de uma loja no Chiado. Uma aventura na qual não embarcou sozinho. Cinda Nunes, a outra metade da gerência (e do casal) também vê impressas no novo espaço as suas próprias referências de moda e de gosto. Mais do que uma montra de ténis de culto, a Komum abriu para ser epicentro de uma comunidade de interesses bem mais latos.

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"Quisemos pegar em histórias de Lisboa e transportá-las para peças de roupa. Qual é a silhueta da cidade? Como é que as pessoas evoluíram? A este hub da cultura local aliámos a cultura dos sneakers, que é algo que faz parte de mim", começa por explicar o responsável à Time Out. Um projecto independente, recanto dedicado à cultura urbana, à música e ao streetwear, a começar pela selecção de marcas de roupa: a linha recentemente lançada por Dino d'Santiago, a JAR Project, uma reinterpretação urbana e contemporânea de velhas máximas populares e as peças de edição limitada do próprio Branko, que destaca o espaço, algures entre as grandes marcas e as linhas de merchandising, como solo cada vez mais fértil para novas investidas criativas.

Um mostruário em constante actualização que, no pequeno espaço que alberga a Komum, quer acolher outras etiquetas independentes e, no futuro, uma marca própria. Quanto aos logotipos internacionais, eles que brilhem na criteriosa selecção de ténis que enche as estantes. Da mais recente colaboração da Nike com a holandesa Patta aos Air Jordan 2 recuperados por Virgil Abloh, sem deixar de lado os futuristas Adidas Yeezy Foam Runner ou a edição assinada por Bad Bunny — as edições especiais (e raras) acumulam-se e foram escolhidas para serem revendidas aqui.

Komum
© Ricardo Lopes

"As pessoas já começam a ver estes modelos mais exclusivos na rua, é natural que venham procurar. Depois, é uma cultura que se tem concentrado muito online e há agora uma nova geração de miúdos que entram só para ver os pares ao vivo e porque querem conversar sobre isto ao vivo com outras pessoas e essa conversa faz falta", continua.

Uma película de plástico protege os pares em exposição — são demasiado valiosos (não necessariamente em termos monetários) para sofrerem com dedadas e outros descuidos. O stock é reduzido e nem todos os modelos estão disponíveis em todos os tamanhos. Conversar com quem entra, trocar ideias e, quem sabe, comparar colecções é a parte do serviço que vai além da mera venda de ténis. Afinal, estes servem muitas vezes de pista para aferir gostos, referências culturais e tribos urbanas — um "diz-me o que calças e dir-te-ei quem és" levado mais ou menos à letra.

Komum
© Ricardo Lopes

A localização não foi escolhida por acaso. A meia dúzia de passos estão lojas que "falam a mesma língua" e que se especializaram nas marcas internacionais de streetwear: a Breed e a Latte, ambas na Rua Nova do Almada. O público é, em parte, partilhado. Por aqui, a Komum serve ainda música. A Enchufada, editora da casa, trouxe alguns discos e colocou-os num expositor. De onde estes vieram virão mais, além dos produtos de outras editoras que também poderão ter aqui lugar de destaque.

Calçada Nova de São Francisco, 6. 91 297 2928. Seg 15.00-19.30 e Ter-Sáb 11.30-19.30.

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