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Leite, natas e Açores a gosto na nova gelataria de Lisboa

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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A nova gelataria da cidade propõe que o “saber fazer natural” da Quinta dos Açores seja o sabor predilecto de todas as estações. A aposta é nos ingredientes açorianos e há propostas surpreendentes, como gelado de chocolate com queijo de São Jorge ou gelado D. Amélia, tradicional da Ilha Terceira.

No Cais do Sodré, mesmo ao lado do Elevador da Bica, a Quinta dos Açores abriu a primeira gelataria da marca em Portugal continental. A base dos gelados é o leite e a nata de pouco mais de uma centena de vacas a viver em liberdade nos verdejantes pastos do arquipélago. E, como se não fosse tentador o suficiente, ainda há lugar para os genuínos sabores das ilhas, desde a banana açoriana às queijadas de Vila Franca do Campo ou da Graciosa.

Com espaços já abertos na Terceira e em São Miguel, que são ao mesmo tempo gelataria e restaurante, a história desta quinta data de 1977. Francisco Barcelos adquiriu a lavoura do sogro, na altura com cerca de duas dezenas de vacas, dois bois, um cavalo e uma carroça, e começou um negócio de produção de leite. Foi o primeiro a importar gado Holstein Frísia para os Açores a partir da Alemanha e continuou a inovar muito antes de sonhar com o projecto da quinta. Hoje em dia, são as suas filhas – Telma, Helga e Diana – que estão à frente do negócio.

Gelado D. Amélia, bolo açoriano com sabor a mel de cana e canela
Fotografia: Inês Félix

“[Diziam ao meu pai] o teu negócio está a correr bem, mas as tuas filhas nunca vão achar piada, porque as miúdas normalmente até têm vergonha dos pais terem vacas ou serem agricultores”, conta Diana à Time Out. “[Ele] deu-nos vaquinhas de estimação, que andavam atrás de nós para todo o lado. Dessas bezerrinhas, havia uma extremamente especial, a Quieta, que nunca parava quieta.” Diana ri-se. “Ela era terrível, roubava o leite das outras, passava à frente das outras, lambia-nos a cara. Adulta, no meio da pastagem, já depois de ter sido mãe, saía da manada e vinha ter connosco.”

Símbolo do amor pelo projecto, sonho de longa data do patriarca da família, Quieta é a mascote da Quinta dos Açores, tem um clube próprio e está agora presente na decoração da nova loja, nos copos de gelado para os miúdos e até em livros infantis. Mas não é a única vaca com nome. Há também a Sãozinha, muito meiga; a Arquipélago, cujas manchas na pelagem lembram as ilhas; ou a Macaca, a mais endiabrada – e há gelados feitos com o leite de todas elas e de outras vaquinhas felizes.

Fotografia: Inês Félix

“O segredo tem a ver com a matéria-prima, com o leite e a nata, com a maturação que se dá ao gelado, porque este gelado matura durante pelo menos 24 horas”, explica Telma Barcelos. “É como tudo o que fazemos, quanto mais tempo e dedicação, melhor é o resultado.”

À base de leite e natas frescas, são adicionados produtos açorianos, como as queijadas da Graciosa e de Vila Franca do Campo, o Queijo de São Jorge, o doce de figo, as frutas como a banana ou o bolo Dona Amélia, típico da ilha Terceira, feito em homenagem à Rainha D. Amélia na sua visita à ilha, em 1901. Marca registada da Quinta dos Açores, o gelado Dona Amélia tem um sabor intenso a mel de cana e canela.

Fotografia: Inês Félix

Para paladares não regionais, a marca procura usar matérias-primas de qualidade, no seu estado mais puro, como a vagem de baunilha de Madagáscar, o cacau do Equador ou o doce de leite da Argentina. Ao todo são mais de quatro mãos cheias de sabores, servidos em copo ou cone, com os preços a variar entre os 2,60€ e 4,60€, consoante o número de bolas.

Para além de gelados, o estabelecimento também vende batidos de gelado (3,90€), crepes e waffles com gelado (entre 4,50€ e 5,50€), smoothies de fruta e outras especialidades como brownies e petit gateau caseiros, o verdadeiro bolo D. Amélia e queijadas açorianas. No futuro, esperam-se lançamentos sazonais e muitas outras novidades.

Rua de São Paulo, 242 (Lisboa). Seg-Dom 11.00-20.00 (Inverno); 11.00-22.00 (Verão)

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