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Lisboa em revolução 1383 – 1974
José Avelar /Museu de Lisboa Lisboa em revolução 1383 – 1974

“Lisboa em revolução 1383 – 1974” inaugura no Palácio Pimenta e estamos todos convidados

Exposição inaugura às 17.00 deste sábado e inclui visita guiada pelo comissário. A partir das 18.30 há DJ set de Luís Varatojo.

Helena Galvão Soares
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Helena Galvão Soares
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O Museu de Lisboa começou em 2022 a preparar a sua exposição comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril e o resultado pode ser visto no Pavilhão Preto a partir de sábado, 25 de Maio. “Lisboa em revolução 1383 – 1974. 6 momentos que mudaram a nossa história. 1383, 1640, 1820, 1836, 1910, 1974” é comissariada por Daniel Alves, investigador do Instituto de História Contemporânea da NOVA FCSH especializado em história do século XIX, e tem projecto expositivo de António Viana (espere beleza e surpresa).

Faltavam 48 horas para a inauguração e era difícil acreditar que às 17.00 de sábado tudo estaria pronto. Em cada esquina um escadote, por todo o lado pessoas entregues às mais variadas tarefas. Daniel Alves, o comissário, guia-nos pelas salas e vai-nos dando a conhecer algumas peças extraordinárias, desde logo o mapa da cidade na parede que abre a exposição. Trata-se de uma montagem do levantamento da planta de Lisboa de 1904-11, que junta as 249 plantas que o compõem e que cobre toda a parede que abre a exposição. É o primeiro mapa em que o concelho de Lisboa já tem as dimensões actuais, incluindo, por exemplo, o concelho de Belém, que não lhe pertencia.

Paulo Almeida Fernandes e Daniel Alves depois de desembrulharem o mapa de Portugal com o planeamento da operação militar do 25 de Abril
HGS/ Time OutPaulo Almeida Fernandes e Daniel Alves depois de desembrulharem o mapa de Portugal com o planeamento da operação militar do 25 de Abril

Em cada núcleo, pode ver-se num ecrã a apresentação de cada um destes seis momentos de tensão da história da cidade (e do país), dando um enquadramento aos objectos expostos. Como, por exemplo, uma reconstituição à escala real de um telégrafo visual, aparelho de comunicações militar de que não houve sobreviventes, mas que se encontra representado numa gravura da Torre de Belém, uma das fontes que permitiu criar para aqui esta peça.

Na sala de 1836 estamos frente a um hilariante quadro que, quando olhado do lado esquerdo tem um retrato de D. Miguel, mas visto do lado direito mostra a cabeça de um burro. E eis que recebemos a notícia de que já chegou o mapa de Portugal com o planeamento da operação militar do 25 de Abril, cedido por um dos capitães do Conselho da Revolução. Peça nunca antes exposta, está agora encostada à parede onde vai ser afixada quando a equipa encarregada disso ali chegar.

Entretanto, a iluminação está a ser afinada. Em cima de um escadote, um técnico aponta o foco ao busto de José Estêvão, enquanto cá em baixo o outro tem um sensor para afinar a intensidade da luz, e a direcção, claro. “Menos, menos, está bom.” O outro desce o escadote e seguem para o Almeida Garrett. A montagem avança a bom ritmo: peças como uma curiosa bola de Natal com um palmo de diâmetro, com as figuras de um futuro governo republicano gravadas como decoração, que só estavam postas no local, agora estão na posição definitiva, já com as legendas e dentro de uma vitrine.

Ornamento de Natal com símbolos da República e retratos de republicanos
HGS/ Time OutOrnamento de Natal com símbolos da República e retratos de republicanos

“Temos 135 peças expostas e só 40 são do Museu de Lisboa, o resto veio de fora. Foi uma exposição muito desafiante, tentámos ir ao encontro das escolhas do comissário”, diz Paulo Almeida Fernandes, investigador do Museu de Lisboa e coordenador da exposição. “Tenho que dizer que foi muito divertido fazer esta exposição, com esta equipa extraordinária, divertimo-nos muito. Espero que isso se note”, diz Daniel Alves. A parede que fecha a exposição, com frases surrealizantes da época – como “Nem mais um faroleiro para as Berlengas”, ou “Nem mais um anticiclone para os Açores” –, dá certamente uma nota de humor. Mais subtil será o quadro de Salazar sobre uma cadeira, solução expositiva a que António Viana chegou entretanto e que comissário e coordenador aplaudem.

Sábado, às 17.00, a exposição é inaugurada, com entrada livre e visita guiada por Daniel Alves, a não perder. A partir das 18.30 haverá DJ set de Luís Varatojo. Até 5 de Janeiro a exposição tem um programa paralelo bastante extenso, que inclui cinco visitas guiadas pelo comissário, um ciclo de conversas sobre revoluções em diversas áreas, quatro conferências sob o mote "Lisboa em revolução: sementes de liberdade?", dois percursos na cidade, eventos e espectáculos e programação para famílias, escolas e de férias no museu.

Inauguração sábado 25 de Maio, entrada livre. Pavilhão Preto, Palácio Pimenta, Museu de Lisboa, Campo Grande, 245. 26 Mai-05 Jan. Ter-Dom 10.00-18.00. 3€ (entrada livre ao domingo). Visitas orientadas pelo comissário, Daniel Alves: 9 Jun 11.00, 21 Set 15.00, 5 Out 11.00, 30 Nov 15.00, 8 Dez 11.00 (3€, inclui museu)

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