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Lisboa Green Capital 2020
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Lisboa vai ter uma mini-floresta com hotéis para insectos

O projecto pioneiro nasce no campus da Faculdade de Ciências de Lisboa, como um laboratório vivo para alunos e investigadores.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
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Antes era um relvado pouco cuidado, que absorvia muito pouco carbono, tinha pouca utilidade e pouca diversidade vegetal. Agora, vai tornar-se numa mini-floresta densa e multifuncional com mais de 600 plantas, dois hotéis para insectos, um refúgio para anfíbios e ainda sensores de monitorização do solo. Chama-se FCULresta e localiza-se em pleno centro urbano, no campus da Faculdade de Ciências de Lisboa.

“Graças à sua densidade, esta floresta vai conseguir captar mais carbono e promover mais biodiversidade”, lê-se no anúncio feito na página de Facebook do programa Lisboa Capital Verde Europeia 2020, onde a Câmara Municipal de Lisboa revela que o método de plantio escolhido não utiliza produtos químicos nem requer muita manutenção. Sabe-se contudo, graças a uma outra publicação da autarquia, que contará com composto produzido pela Valorsul a partir de de resíduos orgânicos e verdes dos jardins da cidade.

FCULresta
Lisboa Capital Verde Europeia 2020Hotél para insectos

A iniciativa pioneira, que pretende contribuir para aprofundar o conhecimento sobre o papel dos espaços naturalizados nas cidades, é promovida no âmbito do projecto europeu 1Planet4All, que é implementado em Portugal pela ONGD Vida e resulta de um consórcio de 14 organizações não-governamentais europeias, que trabalham em alguns dos países mais frágeis do mundo afectados pelas alterações climáticas.

No terreno, a actividade de plantação envolveu cerca de 150 jovens de diferentes grupos e contextos universitários, que transformaram o antigo relvado num espaço de abundância, com mais de 600 espécies de plantas autóctones. 

FCULresta
ONGD VIDA

Criada com recurso ao método de Miyawaki, um botânico japonês que ficou conhecido pelo seu trabalho particularmente eficaz na área da reflorestação de solos degradados, a mini-floresta de alto impacto e baixa pegada ecológica deverá ter não só um crescimento bastante rápido como uma alta taxa de absorção de carbono, com excelente capacidade de atracção de animais e plantas, para além das já plantadas, de processamento da água da chuva, de melhoria da qualidade do ar, de redução da poluição sonora e ainda de conforto térmico local.

“A FCULresta servirá como caso de estudo para avaliar e compreender o verdadeiro potencial deste método para a acção climática no Mediterrânico, bem como de outros serviços de ecossistema em meio urbano”, esclarece-se em comunicado da Faculdade de Ciências de Lisboa, que revela que a plantação, inicialmente prevista para Dezembro do ano passado, começou na primeira semana deste mês de Março, apesar do Inverno ser a altura mais indicada. “Devido ao agravamento da situação pandémica, a sua implementação no terreno tem sido sucessivamente adiada. No entanto, o seu adiamento adicional comprometerá todo o projecto.”

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