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Look Living, mais do que uma noite bem dormida

Aberto desde o final do ano passado, na rua da Boavista, em Santos, o boutique-hotel tem ainda o restaurante Planto, do chef Vítor Adão.

Teresa David
Escrito por
Teresa David
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O nome pode estar em inglês, mas a verdade é que o Look Living, que abriu os seus apartamentos turísticos ao público em Novembro passado, quer ser tudo menos isso. Basta, aliás, desconstruir a denominação: Look é uma referência à rua onde está instalado – a rua da Boavista, no Cais do Sodré – e Living remete para uma experiência típica, autêntica, da cidade. “A ideia foi criar um conceito muito mais vasto do que alojar pessoas. É um conceito de vida que nós promovemos desde a primeira hora”, diz António Polena, o responsável. “Mostrar o que de bom a cidade e o país têm”, completa. 

A entrada faz-se através de uma enorme porta, escondida entre arcadas. Lá dentro, há que subir uma escadaria de pedra para chegar à recepção, à galeria, e aos apartamentos que se vão prolongando por mais andares. As várias áreas que formam este boutique-hotel têm um charme despretensioso, apesar de este ser um edifício apalaçado do século XIX – o mesmo que viu nascer o actor João Villaret, em 1913. O projecto de recuperação do gabinete Florêncio Pedro Arquitecto mereceu até um Prémio Gulbenkian, e nessa reabilitação “procurou-se manter todos os materiais possíveis”, assegura o responsável. Exemplo é o quadro em azulejo, que ilustra dois anjos e ornamenta uma das paredes e a própria escadaria. No que à decoração diz respeito, o foco é no mobiliário português. “Há coisas que não são portuguesas, o ar-condicionado, por exemplo, que não há. Mas tudo o resto sim”, garante. 

Look Living
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A recepção, onde muitas vezes podemos encontrar António Polena a tratar do check in, é também uma loja com uma pequena mercearia com vários produtos da nossa praça, entre eles vinhos da Real Companhia Velha, e peças de vários artistas portugueses e estrangeiros, como Fulvio ou Sebastião Lobo. Ao centro está uma longa mesa em madeira. “Vamos fazer uma chef’s table”, revela, ou não fosse António sócio do Plano e do Planto, restaurantes de Vítor Adão.

Mas este é apenas um dos eventos abertos a não hóspedes que estão planeados para o pós-Verão. Esperam-se ainda provas de vinhos, workshops, apresentações de livros e momentos musicais. “Gostávamos muito de fazer, uma vez por semana, fado às escadas”, conta. Para já, é possível visitar a galeria, também neste piso, onde Pedro Zhang dispõe a sua arte. “É a nossa primeira exposição e já vendemos dois quadros”, orgulha-se. “A ideia é dar visibilidade a jovens artistas.”

Os 16 apartamentos, divididos em dois estúdios, dois lofts, cinco T1 e sete T2, estão pensados para que o hóspede se sinta em casa, tal e qual um lisboeta, já que estão equipados com cozinha, roupeiros e zona de estar, mas também outras mordomias de hotel, como os amenities da Benamôr, os lençóis percal, o serviço de quarto, o concierge ou o mini bar. “É um serviço de hotel, o mais estrelado possível, sendo uma casa”, afirma António Polena. Comum a todos está ainda o predomínio da madeira, da pedra e das tonalidades claras e harmoniosas. Das janelas avista-se o esplendor da cidade e, num dos lofts, por exemplo, há uma varanda virada para o Cristo Rei.

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Todas as manhãs, pelas 08.30, é deixado à porta dos hóspedes um pequeno-almoço completo, que inclui pão, panquecas, bolo e iogurtes. A refeição preparada pela equipa do Planto – o restaurante/bar do chef Vítor Adão, paredes meias com o Look Living – está incluída no preço da estadia, que por estes dias anda entre os 150 e os 300 euros por noite. 

Debaixo dar arcadas, fica o Planto, aberto das 09.00 à 01.00. Desde que abriu, a esplanada já cresceu e a carta mudou. Há muito para provar, a começar pelo couvert (ou “o que houver”, como se lê no menu, 4,50€), com pão, azeite, molho de iogurte e menta e uma pasta de azeitona. Nas entradas, os croquetes “verdes de inveja” (9€), com espinafres; os bolinhos de bacalhau (7€); o pica-pau do lombo (19€); ou os peixinhos “desta horta” (9€) são boas opções. A lista dos pratos principais é extensa, mas a sugestão vai para o caril goês, com gamba do Algarve e arroz aromático (17€) ou para a sandes de presa de porco panada (11,50€). O fim da refeição quer-se doce e por isso é favor provar a maçã de Adão (6,50€), servida em copo com gelado, fruta e crumble; a pavlova de frutos vermelhos (8,50€) ou a mousse de chocolate (6,50€).

Para acompanhar, os cocktails do chef de bar Kostiantyn Hutnyk. Destacam-se o gin garden (14€), uma bebida fresca com manjericão, pepino, gelo de aloe vera, lima e gin; o melon time (16€), uma espécie de pisco sour com pisco, gin de pêra, melão, citrinos e tónica; e a spicy margarita (14€), com coentro e pimentas, tequila, xarope de agave, citrinos, especiarias, e finaliza com umas gotas de picante Mondega.                                                                                                                           

Planto
Francisco Romão Pereira

Sobre o futuro do hotel, António Polena não desvenda muito, mas está em vista uma expansão da marca. “Este é um conceito giro, de muita proximidade e de experiência. A expansão vai existir”, remata. 

Rua da Boavista, 69 (Santos). Seg-Dom 15.00-18.00 (check-in), 08.00-11.00 (check-out). 150€-300€

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