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Lusophonica: um café e rádio online com vista para o mar no Farol de Santa Marta

Escrito por
Francisca Dias Real
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O ponto de encontro é no farol, seja para comer, beber ou para ver uma emissão de rádio a acontecer. O Lusophonica abriu dentro do Farol de Santa Marta, em Cascais, mesmo à beira-mar. Aqui serve-se brunch todo o dia e petiscos ao final da tarde, bebe-se café de especialidade e há uma rádio online a pescar os sons da lusofonia. 

Os feixes de luz que reflectem no edifício invadem a visão de qualquer um que entra no recinto do farol. É lá que, inserido num projecto de arquitectura de Francisco e Manuel Aires de Mateus, se ergueu o Lusophonica, que além de servir de cafetaria do museu passa a ser “um espaço alternativo na vila”, diz Pedro Costa, um dos cabecilhas deste projecto que leva avante com a mulher Josiane e o amigo Nuno Rodrigues.

“Este é um daqueles projectos que já existia antes de haver sequer um sítio físico para o concretizar”, explica Pedro, que veio com a mulher de Nova Iorque, onde viveu vários anos. Foi lá que ganhou gosto ao movimento das rádios independentes e online. “Quando voltámos queríamos fazer uma rádio online, e nem sequer tínhamos pensado em ter um café. Queríamos criar uma plataforma que servisse o que se ouve nos países de língua portuguesa, não sendo obrigatoriamente em português.” 

Era para ter sido em Lisboa, mas surgiu a oportunidade de montarem o negócio em Cascais. Apresentaram o projecto à Câmara de Cascais e a coisa andou. “Temos a sorte de estarmos dentro de um edifício que é uma obra de arte, cheia de luz natural.” 

Lá dentro o espaço divide-se entre o café e o estúdio de rádio, que tem um janelão directo para o balcão, onde todos podem espreitar as musicalidades que por lá vão passando. “Não é preciso muito material para montar um estúdio em casa, e cada vez mais há pessoal que quer fazer a sua cena e mostrá-la aos outros, afirma. As rádios online são uma boa plataforma para isso.” 

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A rádio funciona com emissão online e a ideia é fazer dela uma plataforma comunitária, com outras rádios convidadas e projectos independentes que queiram ter um slot de emissão. “Estamos completamente abertos a novas ideias. Estamos a tentar arranjar curadores e pessoal com histórias fixes para contar para criar novas rubricas, malta que se identifique com o nosso projecto da lusofonia”, diz Pedro. 

Enquanto não operam em contínuo, os programas de convidados vão sendo anunciados no site do espaço, e enquanto não têm arquivo de programação vão-se revezando na mesa de mistura.

“O nosso segundo passo aqui na rádio é fazer essa ligação com os países de língua portuguesa e criar sinergias”, refere. “Como? Criando programas remotos de lá para cá, para transmitir aqui programas de São Paulo, São Tomé, Moçambique. A tecnologia salva-nos.”

O acesso ao farol serve de terraço e é onde está instalada a esplanada do Lusophonica, que tem sido o local de eleição para muita gente que começa a desconfinar. “Temos um espaço incrível do qual podemos usufruir para eventos maiores. Tem todo o potencial e acaba por fugir um bocado àquele típico sunset de outros sítios em Cascais”, conta Pedro.  

E os comes e bebes? 

Zenilson Monteiro, chef no Penha Longa e irmão de Josiane, foi quem desenhou o menu para a irmã pôr em prática na cozinha. “Queríamos uma coisa boa e simples, que servisse toda os gostos de toda a gente a qualquer hora do dia”, diz Josiane.

Há pão torrado com manteiga, bagels, bolo do dia e croissants para matar o ratinho no estômago, mas para pequenos-almoços ou almoços compostos há iogurte e pudim de chia (4,5€-6,5€), tostas de abacate, tostas com ovo, sandes de presunto ibérico e queijo brie ou pregos no pão (3,5€-7€). No campeonato dos ovos, os Benedict ganham a medalha, sejam eles de salmão ou bacon (7,50€-8,50€). Também há um menu mais completo com ovos estrelados, bacon, feijão, cogumelos e tomate com pão (9€) – o pão que usam é de fermentação lenta da padaria Cria, em Cascais.

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Não faltam as panquecas, sejam elas tradicionais, com frutos vermelhos ou saudáveis de aveia e banana (4,5€-6,5€). Nos salgados há saladas de quinoa e legumes ou de abóbora com queijo de cabra (7€-8€), e petiscos para finais de tarde – do hummus e tábuas de queijos, enchidos ou opções vegetarianas (6€-12€). A juntar à carta há gelados artesanais da Colé.

O café é de especialidade e é feito por quem sabe – Paul Miller, dono e senhor do The Mill, que tem morada na Ericeira e no Poço dos Negros. “Foi um mero acaso: desafiei o Paul a ajudar-nos com isto e ele alinhou”, diz. “Ele é australiano e conhecia até aqui uma comunidade de estrangeiros a viver em Cascais que se queixava de não ter um sítio para beber café de especialidade.” 

No menu há expressos, macchiatos, piccolo lattes, cappuccinos, americanos, cafés gelados ou chai lattes (1,20€-3,50€). Além disso, há smoothies e sumos naturais, cervejas artesanais e cocktails. 

A máquina de café, assim como quase tudo o resto, tem selo português – é da Fiamma e a grupeta foi escolhê-la à fábrica em Aveiro. “Pensámos em ter uma La Marzocco, mas depois fazia sentido ter uma marca portuguesa e quando fomos à fábrica eles estavam a ultimar este modelo que é só para café de especialidade”, diz. 

Em breve, a ideia é levar ainda mais a sério a questão da lusofonia e fazerem o próprio blend de café com grãos de países lusófonos.

Museu do Farol de Santa Marta. Ter-Dom 10.00-18.00 (a partir de 29 de Março o horário estende-se para as 20.00).

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