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Mamasan: este restaurante japonês não tem sushi, só yakitori

Escrito por
Inês Garcia
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Este restaurante é japonês mas escusa de perguntar por peças de sushi. A questão tem sido feita regularmente, assim que o Mamasan abriu as portas em soft-opening em Santos. Mas Adriano Galardi e Rishav Verna são firmes: não há sushi agora nem vai haver. Este é um restaurante especializado em yakitori, um termo que se refere a comida em pequenos espetos, grelhados em carvão.

“Há muitos japoneses em Lisboa, mas não têm um foco definido. Alguns têm opções de yakitori, mas só uma ou duas, e abrangem outras tipos de comida japonesa. Um dia estávamos a comer ramen num restaurante aqui e percebemos que não havia nada do género”, conta Adriano, que cresceu em Singapura e estudou Gestão Hoteleira com Rishav na Suíça. Ambos conhecem muito bem a cozinha asiática e, por um acaso, mudaram-se para Lisboa praticamente ao mesmo tempo. Acharam que era isto que faltava à gastronomia local.

A grelha dos yakitori
Fotografia: Duarte Drago

“Os yakitori mais tradicionais são feitos apenas com frango. Todas as partes do frango, inclusive o coração e o fígado. Quisemos especializar-nos nestes espetos mas uma vez que não estamos no Japão nem estamos a servir clientes japoneses, demos uma volta e fizemos a nossa interpretação também”, explicam. 

Yakitori de frango e puré de batata doce

O menu é pequeno e tem duas secções. Na primeira, e mais importante, “na grelha”, têm as espetadas negima, a mais típica, com perna de frango, cebolinho e tare (2,50€), a tsukune, com almôndegas de frango, panko e o tare (3,50€), a kurobata, com cachaço de porco preto (4€) ou a gyu amiyaki, com vazia com 30 dias de maturação (7,50€). Mas perceberam também que os portugueses não dispensam o marisco, então na ebi usam camarão selvagem algarvio com lima e chili (4,50€), na kaki têm as ostras do Sado (6,50€) e há duas opções vegetarianas, a kyabetsu, com couve coração e manteiga de chili (3,50€) e a nasu, com beringela (4€).

Na segunda secção estão os acompanhamentos, como o arroz frito com alho e ovo (3,50€) ou o cozido a vapor (2€), o puré de batata doce (3€) ou a sopa tori-gara, um caldo de galinha que demora 12 horas a preparar (2€).

Kyoto Royale

Na carta não há sobremesas mas têm três (5€): um creme brûlèe feito com o whiskey japonês Nikka, uma panacotta de yuzu e o kyoto royale, uma reinterpretação de um doce francês que é um bolo de chocolate com três camadas e uma base de praliné feita com sésamo. A acompanhar tudo isto, uma carta de bebidas com seis cocktails, cervejas japonesas, como a Hitachino Nest, Sapporo e Asahi, chás gelados e saké.

No Japão, os restaurantes especializados em yakitori são habitualmente espaços pequenos, só com lugares ao balcão. Aqui há o balcão, com vista para a grelha a carvão, feita a medida em Portugal mas seguindo o modelo da mais tradicional grelha japonesa. Precisava de ser, contam os donos, por causa da extracção de fumos. Está decorado em madeira e tons de azul, com um neón gigante com caracteres nipónicos – uma palavra que significa uma frase: “Gasta todo o teu dinheiro e vai à falência só a comer”.

A casa de banho do Mamasan

Depois da foto à luz brilhante do neón, vá à casa de banho. É que esta é mais do que um espaço útil, os donos querem que seja um sítio de convívio. É unissexo, tem um papel de parede com banda desenhada japonesa, imensos espelhos em madeira antigos que compraram numa ida à Feira da Ladra e três portas – uma delas tem uma máquina de jogo de street fight, para usar sem pôr moedinha.


Calçada Marquês de Abrantes, 140 (Santos). Ter-Sáb 19.00-00.00.

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