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Metallica tocam esta quinta-feira em Lisboa

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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Os Metallica regressam a Lisboa esta quinta-feira, munidos do álbum de 2016, Hardwired… To Self-Destruct.

É neles que uma boa parte da população civil pensa quando pensa em metal (no género musical, e não nos corpos minerais condutores de eletricidade e calor), apesar de o termo ter sido cunhado quase uma década antes de o guitarrista James Hetfield e o baterista Lars Ulrich se terem conhecido. Não é, por isso, de estranhar que os bilhetes para o concerto de quinta-feira, na Altice Arena, estejam esgotados há meses. É, também por isso, inevitável destacar devidamente este regresso a Portugal.

A razão de ser desta visita é a apresentação de Hardwired… To Self-Destruct. O álbum, lançado no final de 2016, tenta recuperar a força e virulência do thrash metal dos primeiros discos do quarteto californiano. Não consegue recuperar o fulgor da juventude da banda, mas ainda assim aplaude-se a atitude. A tentativa. Não é a primeira vez que os Metallica tentam reencontrar-se com o passado neste século – Death Magnetic, de 2008, apontava na mesma direcção – mas este disco soa menos postiço, mais natural. Tem sangue na guelra.

É mais uma prova, caso ainda restassem dúvidas, de que a contratação do baixista Robert Trujillo (ex-Suicidal Tendencies), em 2003, já depois da gravação do miserável St. Anger, foi a melhor decisão que Hetfield, Ulrich e Kirk Hammett tomaram em anos. Isso e o despedimento do produtor Bob Rock, que fez o pleno da produção dos discos que mereciam ser riscados da história do grupo – Metallica, Load, Reload, S&M, gravado ao vivo com a Sinfónica de São Francisco, e St. Anger.

Críticos e metaleiros concordam que os anos que a banda passou com Bob Rock foram anos perdidos do ponto de vista criativo, e em 2003 chegou a circular uma petição para a banda se afastar do homem. Não obstante, foi graças a ele que conseguiram abandonar as trincheiras metálicas e chegar ao grande público. Sobretudo com o chamado álbum negro, de 1991, um dos mais vendidos da história da música popular, e com S&M, híbrido de peso e sinfonia, que mais uma vez meteu as suas canções em novos ouvidos.

Mas não são essas canções mais acessíveis que os fãs do género recordam com saudade. Nem foram elas que asseguraram o seu lugar nos livros. Foram as malhas aceleradas e pesadas dos 80s, daquelas que se recusam a sacrificar o peso no altar da melodia e cujos solos e riffs mais parecem chicotadas. Canções como “Seek & Destroy”, “Creeping Death” ou “Master of Puppets”, que ainda hoje são recebidas em êxtase pelo público. E cuja sombra paira sobre Hardwired… To Self-Destruct. É provável que as toquem em Lisboa, mas o alinhamento do concerto será dominado pelo último álbum. Já houve domínios piores.

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