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Museu do Oriente viaja até Goa com ciclo de cinema grátis

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
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O Museu do Oriente dedica o mês de Setembro a Goa, com um ciclo de cinema sobre este território, antes e imediatamente após a sua integração na Índia, em 1961. O programa contempla sete sessões e a entrada é livre.

O ciclo “Era uma vez em Goa: Identidade e Memórias no Cinema”, a decorrer de 4 a 29 de Setembro, revela perspectivas de realizadores portugueses e goeses através de filmes e documentários que problematizam a sua complexidade identitária e cultural. Ao todo, são sete sessões grátis, sempre às 18.00.

No primeiro dia, 4 de Setembro, será exibido Eternal Foreigner (2003), de Paula Albuquerque, que expõe a sua forma de pensar os encontros que tinha com várias pessoas relacionadas com o passado da sua família, acabando por descobrir aspectos surpreendentes da sua identidade cultural e emocional – linhas de fuga que ainda hoje influenciam o seu trabalho. Também no mesmo dia projecta-se Pátria Incerta (2005), de Inês Gonçalves e Vasco Pimentel.

O programa conta ainda com filmes provenientes de arquivos públicos – da Rádio e Televisão Portuguesa, do Centro de Audiovisuais do Exército (CAVE) e da Filmoteca Española –, por vezes desprovidos de som, que serão comentados por especialistas. Em contraponto aos filmes “oficiosos”, produzidos pela propaganda, serão também apresentadas investigações de realizadores não-goeses, como A Dama de Chandor (1998), de Catarina Mourão. Numa cópia restaurada com o apoio da Fundação Oriente, este filme estará em destaque no dia 8 de Setembro.

Segue-se Vitória ou Morte – Queda da Índia Portuguesa (2002), de Pedro Efe, no dia 13, e I Am Nothing (2019), de Ronak Kamat, no dia 18. “Esta é uma investigação sobre a vida e obras do lendário e enigmático artista goês-português, Vamona Navelcar”, lê-se em comunicado. “O filme fixa o seu processo criativo e tenta compreender o pensamento por detrás das suas obras, enquanto recolhe opiniões profundas e perspicazes sobre e pelo homem informalmente conhecido como ‘o artista de três continentes’.”

No dia 22, serão exibidos quatro filmes documentais sobre a cultura das comunidades goesas: Caazu (2015), de Ronak Kamat, onde será mostrada a produção artesanal de fenim de caju, uma aguardente feita nas remotas aldeias de Goa; Dances of Goa (2012), de Nalini Elvino de Sousa, que fixa os estilos de vida, rituais e costumes revelados através das danças tradicionais goesas; Shifting Sands (2013), de Sonia Filinto, sobre a pesca tradicional, o modo de vida das comunidades piscatórias e as ameaças ambientais e ao seu estilo de vida; e Saxtticho Koddo – O Celeiro de Salcete (2018), de Vince Costa, que documenta os costumes da aldeia de Curtorim, na região de Salcete.

A 27 de Setembro, a sexta sessão de cinema arranca com Ranmale, um filme de dez minutos sobre a dança ritual homónima, e Digant (2012), ambos de Dnyanesh Moghe. Este último é um filme ficcional concani (língua indo-europeia falada em Concão), que participa no esforço de manutenção de uma produção de cinema local, e conta a história de um pastor, chefe de família, que deambula na floresta com as suas ovelhas, acompanhado pelo filho pequeno.

O ciclo cinematográfico termina a 29 de Setembro, com uma sessão que reúne curtas-metragens de arquivo relativas a Goa, incluindo Honra à Índia Portuguesa (1961), de Perdigão Queiroga, uma edição especial da série de actualidades cinematográficas de propaganda com imagens de Portugal, patrocinada pelo Secretariado Nacional da Informação. Para mais informações, basta consultar o programa no site do Museu do Oriente.

Museu do Oriente (Auditório e Sala Beijing). Av. Brasília 352 (Lisboa). 4, 8, 13, 18, 22, 27 e 29 Setembro, às 18.00. Entrada livre, mediante levantamento de bilhete.

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