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Palácio Nacional da Ajuda
Fotografia: Gabriell Vieira

Museu do Tesouro Real abre em Novembro com exposição em caixa-forte

A nova ala do Palácio Nacional da Ajuda já está pronta para acolher o futuro Museu do Tesouro Real. A abertura está prevista para Novembro.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
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A primeira pedra do Palácio Nacional de Ajuda foi lançada no final do século XVIII. A sua construção foi muito atribulada, mas agora, passados mais de 200 anos, o projecto parece ter ficado finalmente concluído com a inauguração da nova ala poente, que vai receber o futuro Museu do Tesouro Real  tem abertura marcada para Novembro e vai reunir o acervo de ourivesaria e jóias da antiga Casa Real, com um valor histórico, artístico e cultural incalculável. “Como Presidente da República, sinto-me muito orgulhoso e honrado por poder, senão testemunhar um momento histórico, testemunhar um momento em que se faz história”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, na inauguração da nova ala, esta segunda-feira, 7 de Junho.

“É comum os responsáveis políticos estarem presentes em inaugurações ou na conclusão de restauros e requalificações de edifícios significativos do nosso espaço público. Mais invulgar é encontrarem-se numa cerimónia que assinala a concretização de obras iniciadas há mais de dois séculos. A alguns, este facto convidará a meditações patrióticas, mais ou menos masoquistas, sobre as nossas demoras, ineficácias ou insuficiências orçamentais. A outros, e o Presidente da República está entre estes, esta cerimónia lembra a continuidade histórica de Portugal e a relação apaziguada, sem deixar de ser crítica, que podemos ou devemos ter com a História”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. Ressalvou ainda que as jóias da Coroa, que farão parte do espólio do novo museu, não estarão presentes como ícones da monarquia, mas “como legados e símbolos, não apenas do poder político, mas da continuidade de uma soberania que esteve ameaçada.”

Museu do Tesouro Real
Fotografia: Gabriell VieiraCaixa-forte do futuro Museu do Tesouro Real

Com um sistema de segurança do mais alto nível, o núcleo central da nova ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, que se apresenta com uma estrutura em vidro atravessada por lâminas verticais, tem uma caixa-forte com 40 metros de comprimento, dez de altura e dez de largura, três pisos e duas portas em aço, com cinco toneladas e 40 centímetros de espessura cada. É aí que está a ser instalado o futuro Museu do Tesouro Real, onde poderá visitar os 11 núcleos da exposição permanente, que inclui ouro e diamantes do Brasil, moedas e medalhas da Coroa, jóias provenientes das antigas colecções particulares de diferentes membros da família real, salvas e pratas portuguesas quinhentistas, as antigas colecções particulares do rei D. Fernando II e do seu filho D. Luís I, ofertas diplomáticas e até a Baixela Germain, assim designada por ter sido encomendada ao ourives François-Thomas Germain após o terramoto de 1755.

O projecto arquitectónico da ala poente contou com um valor de investimento de 31 milhões de euros, maioritariamente viabilizado pelo Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa. A gestão e implementação da obra, que também incluiu a requalificação do espaço público na Calçada da Ajuda, esteve (e vai continuar) a cargo da Associação Turismo de Lisboa, por incumbência da Câmara Municipal de Lisboa. Por agora, o acesso ao novo edifício da ala poente estará altamente reservado, para que os trabalhos de instalação do Museu do Tesouro Real sejam realizados com a máxima segurança. Posteriormente, irá decorrer uma campanha de valorização do Palácio Nacional da Ajuda, nomeadamente na recuperação do pátio, das fachadas e dos espaços exteriores.

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