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Noite, Música, Musicbox Club Orchestra
©Mariana Valle LimaMusicbox Club Orchestra.

Musicbox Club Orchestra faz a festa nos 15 anos da sala de espectáculos

A sala do Cais do Sodré faz 15 anos na sexta-feira. Assinala a data com uma actuação de DJ Kolt, King Kami, Pedro da Linha e Violet, reunidos na Musicbox Club Orchestra.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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O Musicbox não costuma estar tão iluminado. Mas tem de ser. Naquela tarde de sexta-feira, 3 de Dezembro, o clube ainda não é um salão de dança, é só um local de trabalho. Cá em baixo está um membro do staff, o programador Pedro Azevedo e um par de jornalistas da Time Out. Lá em cima, no palco, trabalham King Kami e DJ Kolt, de frente para a pista, e Pedro da Linha, do outro lado da mesa, a olhá-los nos olhos. Estão a bater bolas e a lançar batidas, a ensaiar para o aniversário do Musicbox, que se celebra esta sexta-feira, dia 10, com a primeira actuação da Musicbox Club Orchestra, um ensemble de quatro DJs que passou os últimos dez dias em residência entre o clube do Cais do Sodré e o Haus – Violet, a quarta perna desta mesa de mistura, faltou ao ensaio de dia 3; mas esteve nos restantes.

Enquanto se mandam abaixo cervejas, cá em baixo, e se cruzam linhas melódicas, batidas e efeitos, lá em cima, pergunta-se a Pedro Azevedo sobre o formato da actuação e sobre os motivos que o levaram a convocar esta Musicbox Club Orchestra. Ele retrocede uns meses, para contextualizar a coisa. “Por ser uma data tão redonda fez-nos sentido pensar num espectáculo encomendado que fosse também representativo da actividade do Musicbox, que sendo uma sala de espectáculos também é uma discoteca”, começa por dizer. “A ideia de criar uma orquestra de clubbing pode parecer simples mas é algo em que já andávamos a pensar há algum tempo. Sentimos essa necessidade de misturar as várias electrónicas que habitam a cidade num exercício criativo que pode também antecipar futuras tendências.”

Na sua opinião, este encontro de sensibilidades dançantes está a correr tão bem que é difícil não começar já a pensar no que vem a seguir. “Com o desenrolar da residência ficamos com a sensação de que este projecto – que só tem prevista uma apresentação – poderá no futuro ter mais sessões de trabalho, inclusive adicionando mais produtores”, continua. “É impossível não pensar nessa continuidade, especialmente quando acreditas que aquelas pessoas (de que muitas vezes só conheces o trabalho artístico e que não se conhecem entre si) estão destinadas a colaborar.”

Pára a conversa. As atenções centram-se no palco. Pedro da Linha lança uma batida que, junto ao bar, o outro Pedro, Azevedo, equipara ao trabalho recente do seu homónimo da Linha com Ana Moura. No palco, alguém sugere que DJ Kolt cante. E ele começa a rimar. Cá de baixo, encorajam-no: “Alguém arranje um microfone para este homem.” Passado um bocado, alguém leva o bendito microfone para o palco e liga-o, mete-lhe efeitos. Enquanto há jornalistas na sala, só Pedro da Linha não arrisca pegar nele. É pouco provável que os DJs cantem esta sexta-feira – alguém descreve o episódio como apenas uma “brincadeira”. Mas só vamos poder confirmá-lo ao vivo no dia 10. Por agora, é quase tudo uma incógnita.

Uma das poucas certezas é que estão a trabalhar bem (e vão estar a trabalhar ainda melhor quando chegar a altura da actuação). Porém, até há pouco tempo, mal se conheciam. DJ Kolt, embaixador da batida dos subúrbios de Lisboa nesta orquestra e um dos membros do colectivo Blacksea Não Maya, com música editada pela Príncipe, “nunca tinha estado com nenhum” dos elementos, apesar de já ter trocado umas mensagens com Pedro da Linha. Este último, por sua parte, conhecia apenas King Kami: “Sou mega-fã da Kamila”, exclama. “Ela bate no meu coração com todo o amor e carinho.” Eventualmente, estende este amor aos restantes colegas de equipa. “[Sou] mega-fã do Kolt. E da Violet também.” Já Kami “conhecia o Pedro e a Violet. Também curtia bué do som do Kolt”.

De ensaio para ensaio, a sintonia entre eles aumenta. “Tem vindo a melhorar todos os dias. Ajuda o facto de o pessoal estar-se a conhecer mais e estar com mais proximidade por estar a trabalhar junto. A ver onde é que cada um vai, a valência de cada um”, afirma Pedro da Linha. “Sinto que cada vez é mais fácil veres as peças a unirem-se e isto construir-se num live que pode ser muito interessante de se ver.” Quando falamos com Violet, passados mais uns dias, a orquestra parece estar ainda mais afinada. “Somos pessoas abertas em termos de espectro musical, tem sido bastante fácil de navegar”, garante. Tal como Pedro Azevedo, ela não descarta colaborações futuras. “Porque não? Estamos a curtir a música que estamos a fazer juntos”, assegura. “Há um chão em comum que é fixe para explorar”.

Musicbox. Sex 23.00. 10€.

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