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Nasceu um Cineclube em Alvalade e já há programação

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Já sabemos que não consegue viver sem as novas plataformas de streaming, mas não é tão bom quando tem com quem falar sobre aquele filme que adorou apesar das críticas não perceberem obviamente porquê?

O Alvalade Cineclube inaugura a 12 de Abril, com a exibição de Belarmino (1964), de Fernando Lopes, às 21.00, no auditório do Centro Cívico Edmundo Pedro. Mas o arranque do ciclo “Cidades Visíveis” é apenas o começo, porque o projector ainda vai ser ligado muitas vezes até ao final de Julho.

“Alvalade é, historicamente, um bairro fortemente ligado ao cinema. Do Quarteto, ao King passando pelo ACSantos ou pelo cinema Alvalade, apenas uma sala sobrevive num território que tinha outras tantas ofertas. Queremos contribuir para que existam mais oportunidades”, conta à Time Out Bruno Castro, um dos responsáveis por este novo projecto de residentes e antigos residentes. “E queremos fazê-lo na prática, ligando o projector e trazendo filmes diferentes, que puxam pelas pessoas e não pelas pipocas.”

Este cineclube é sobretudo “um grupo de entusiastas com ideias e vontade e morará onde elas se conseguirem concretizar”, mas sempre em Alvalade. “Para já arrancamos no Centro Cívico Edmundo Pedro, em parceria com a Junta de Freguesia que tem apoiado o projecto desde a primeira hora”, explica Bruno. “É o arranque do ciclo 'Cidades Visíveis', para vermos em que cidades vivemos ou queremos viver.”

Na primeira sessão, que é também uma homenagem a Lisboa, com o retrato de um antigo campeão de boxe e a sua irónica trajectória da miséria à fama e da fama de volta à miséria, os cinéfilos vão poder contar com a presença de pessoas que estiveram envolvidas na produção de Belarmino e de familiares do realizador Fernando Lopes, que morreu em 2012.

Já a segunda sessão, agendada para 3 de Maio, às 21.00, abre o ciclo “Experimenta-Ver”, que começa com Koyaanisqatsi (Godfrey Reggio, 1982), uma experiência visual com música de Philip Glass. “E daí partiremos para uma homenagem ao grande Vasco Granja, a abrir um ciclo vocacionado para crianças e jovens.”

O objectivo é criar um espaço de convívio, reflexão, memória e descoberta. “Se formos personagens de um qualquer filme, somos o Bruno, a Inês, a Julieta, a Ana, a Sofia, o Zé Mário, a Sónia e todos os que nos surpreenderem nas sessões. Ainda aprendemos a ver cinema no escuro, com direito a bilhete picado à entrada e não nos chega o Netflix.”

Se vive em Alvalade ou se não se importa de lá dar um saltinho, junte-se a este cineclube. Cada ciclo de cinema é composto por quatro filmes, sendo exibido um por mês. As sessões são de entrada livre e não é necessária reserva prévia. Mas atenção: a centena de lugares disponíveis pode desaparecer mais rápido do que imagina. Para saber mais, é só estar atento à página de Facebook.

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