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A Feira Popular
Fotografia: Mariana Valle LimaA Feira Popular, na Escape Hunt

Neste escape room, o desafio é devolver a Feira Popular à cidade

Há 19 anos que Lisboa espera pelo regresso da sua famosa Feira Popular. Na nova sala de fuga da Escape Hunt, encontramo-la abandonada, mas pronta para voltar à vida.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
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Foi em 1943, no antigo Parque da Pavalhã, que nasceu a famosa feira que, durante décadas, encantou gerações de famílias de todo o país. Quando fechou em 1957, para dar lugar à sede e aos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, deixou um vazio muito grande, que viria a ser preenchido quatro anos depois, com a reabertura em Entrecampos, onde se manteria de 1961 a 2003. Quem ainda teve oportunidade de a visitar, lembra-se dela com especial carinho: dos salões de jogos cheios de luzes aos restaurantes onde se parava para recarregar baterias. “O frenesim de ver a roda. O cheiro das farturas. Os gritos de felicidade, que tornavam a entrada no recinto um acontecimento só por si”, evoca Marta Pereira Duarte, gestora de projectos da Escape Hunt, antes de nos convidar a descobrir a nova sala de fuga, que abre esta quinta-feira, 1 de Setembro. Chama-se A Feira Popular, em homenagem à Feira Popular de Lisboa, agora apenas uma memória cada vez mais distante. Não tem carrinhos-de-choque, caracóis, farturas, casa assombrada ou uma montanha russa imponente, mas não faltam atracções com que brincar.

A Feira Popular
Fotografia: Mariana Valle LimaA Feira Popular, na Escape Hunt

“Queremos continuar a ter jogos temáticos relacionados com Lisboa e a história de Portugal, como fizemos com O Mistério de Fernando Pessoa, que é um sucesso enorme, e agora com A Feira Popular. Com a esperança do seu possível regresso, que entretanto não vai acontecer, para desgosto de muitos, começámos a imaginar como poderíamos homenagear aquele que era o centro de entretenimento dentro do que é agora um dos centros de entretenimento da cidade”, diz Marta. “O desafio que lançamos [nesta escape room] é precisamente voltar a trazer a feira a Lisboa, o que não poderia ser mais actual. Ela está abandonada, vazia, muito triste, e os visitantes vão ter de a ligar novamente. Para isso têm de encontrar o seu coração.”

A Feira Popular
Fotografia: Mariana Valle LimaA Feira Popular, na Escape Hunt

À entrada, recebemos bilhetes e instruções. O objectivo não é propriamente escapar, já sabemos, mas estaremos na mesma trancados e com o tempo contado. Temos 60 minutos e o nível de dificuldade é ligeiramente maior do que o das restantes salas, mas a maneira como se joga também. Tradicionalmente uma pista levaria a outra. Neste caso, cada atracção esconde uma pista e até é possível tentar encontrá-las todas ao mesmo tempo. “Para as famílias, inclusive com crianças a partir dos oito anos, poderá ser um momento muito engraçado de partilha de experiências, dos mais velhos com os mais novos, sobre aquilo que se vivia na feira popular. E claro, também de muita diversão, porque o sucesso da missão implica de facto jogar.” Há espaço para dois a cinco jogadores, mas se forem seis, ninguém leva a mal. Os preços variam entre 55€ e 80€ por grupo (quanto maior, mais barato fica a cada um).

A Feira Popular
Fotografia: Mariana Valle LimaA Feira Popular, na Escape Hunt

Já dentro da sala, somos surpreendidos com o quão pequena é. Afinal, quando pensamos no que foi a Feira Popular de Lisboa, tudo é grande, muito grande, envolvendo alturas impróprias até para quem não tem vertigens. Mas, como se costuma dizer, nem tudo é o que parece. Todas as atracções têm mecanismos mecânicos ou tecnológicos e umas escondem mais segredos do que outras. Quem sabe se não há uma sala de espelhos algures ou uma arrecadação para guardar corações. Para encontrarmos esses hipotéticos, é preciso dar ao pedal, apanhar patos de borracha, desvendar para que serve a caixa preta numa das paredes, arranjar maneira de jogar o Boom Ball ou encontrar maçãs do amor. Conseguimos, mas confessamos: apesar de muitas gargalhadas, também nos vimos às aranhas para pescar sem cana (onde é que anda a cana, perguntámos uma e outra vez, até abrirmos a pestana) ou encontrar números secretos numa casa de espelhos (nem com uma lanterna especial de corrida fomos mais rápidos).

A Feira Popular
Fotografia: Mariana Valle LimaA Feira Popular, na Escape Hunt

“Esta sala está a ser projectada há um ano. A ideia era tentar fazer uma mini-réplica da feira, ao trazer jogos que existiam mesmo. Mas não era possível, por isso tentámos encontrar um equilíbrio entre as atracções possíveis e aquelas que efectivamente conseguimos reproduzir. Demorámos três meses a montar tudo e, entretanto, estivemos a fazer testes durante o mês de Julho, para garantir que nada é demasiado difícil ou demasiado fácil. A taxa de sucesso é de 30%, o que significa que, por enquanto, 30% dos grupos conseguem completar o desafio”, partilha Marta, que confessa estar já a pensar nas próximas novidades. “Vamos substituir a nossa sala-réplica da Introdução a Uma Sociedade Secreta por uma nova e lançar um novo jogo de rua, inspirado no clássico de Lewis Carroll, A Alice no País das Maravilhas.”

Rua dos Douradores, n.º13. 92 414 9160. 2-5 jogadores. 55€-80€

+ O Pátio das Antigas: a Feira Popular na Estrela

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