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No Café Belga comem-se batatas fritas com tudo

Escrito por
Inês Garcia
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Serve especialidades belgas caseiras a toda a hora mas não é um restaurante nem um bar. É um Café Belga.

O que Miguel Avelar, belga, mais gosta no seu país-natal é o ambiente informal dos cafés onde, por norma, se come sempre muito bem. No Café Belga, que abriu no rés-do-chão de um prédio renovado na Mouraria, recriou esse ambiente, com uma série de pratos típicos e cervejas.

Fotografia: Manuel Manso

Não queria fazer “um espaço giro”, diz este arquitecto e restaurador de pintura mural, porque “Lisboa está cheia de espaços giros, não valia a pena.” Pegou antes no know-how da mãe, dona do restaurante A Travessa na Madragoa, e no da tia, também belga, chef de cozinha, e escolheu os pratos que queria servir. As batatas fritas (3€) são a prata da casa, comem-se com tudo e são feitas segundo as regras belgas. “Não são fritas em óleo mas antes com banha de vaca. São feitas em dois banhos e com duas temperaturas diferentes”, explica. São elas que acompanham o filet american, um bife tártaro de vaca (11,50€), a carbonade flamande, uma carne estufada com cerveja (9,50€) ou o boulet liégeois uma almôndega enorme feita num molho à base de pêra e maçã, meio agridoce (9,50€), estes dois últimos servidos em tachinhos pequenos, doses preparadas para pedir mais do que uma coisa e ficar a conhecer tudo. 

Almôndega com molho à base de pêra e maçã
Fotografia: Manuel Manso

Para quem não come carne, há tarte de legumes (7€) ou um hambúrguer vegetariano feito com bróculos e tofu (7,50€). Na ementa está ainda um paté, parte do couvert, que é um throwback ao restaurante da mãe, onde era servido. É feito com fígados de pato e servido com cornichons caseiros, ginjas em vinagre e mostarda dijon. Aos sábados é dia de tacho grande de moules frites (11,50€) – e prato mais belga não há. De sobremesa não poderia faltar a mousse de chocolate belga ou uma tarte de maçã cremosa.

Tudo isto é servido com uma grande selecção de cervejas belgas, algumas importadas directamente da Bélgica (tal como os molhos de batatas, a banha ou as salsichas), e outras que lhe chegam através de uma distribuidora do Norte do país. Tem três bicas de imperial, a Maredsous, a McChouffe e uma da sua autoria, pilsen. Mas nas prateleiras por cima do balcão iluminado tem muito mais marcas, entre as quais Duvel, Delirium ou St Feuillien.  

O flipper, à porta da casa de banho
Fotografia: Manuel Manso

Há, aliás, tabuleiros e cartazes destas marcas de cerveja espalhados pelas paredes do espaço, em conjunto com ilustrações de uma amiga, Audrey Schayes, que faz jogos de palavras. O espaço, apesar de cadeiras e mesas clean, é tudo menos minimalista e tem o seu q.b de kitsch – em breve haverá, também, dois retratos oficiais do rei e da rainha da Bélgica. O tecto é escuro mas com um padrão a roçar o tropical, com macacos, da Osborne&Little, há candeeiros feitos com máquinas de waffles ou candelabros com cds em vinil. Há um flipper alusivo à saga Star Wars e a casa de banho é “extravagante”, descreve-a Miguel: é unissexo, refere, e as paredes estão totalmente forradas com capas da revista PHOTO.

No Verão conte com uma esplanada, no renovado Largo das Olarias, e mais um detalhe “art deco, muito belga”, porque isto é tudo um “work in progress.”

Largo das Olarias, 37 (Mouraria). 21 887 1825. Dom-Qui 11.00-22.00, Sex-Sáb 11.00-00.00.

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