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Downstairs at Betty's
Francisco Romão Pereira

No Downstairs at Betty's, a comunhão acontece à volta do piano

O nova-iorquino Matt Colagiuri abriu, na Avenida da Liberdade, um piano bar para cantar alto e bom som.

Teresa David
Escrito por
Teresa David
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Matt Colagiuri, de Nova Iorque, cumprimenta com simpatia todos os que, ao final da tarde, vão chegando ao seu novíssimo Downstairs at Betty's, um piano bar na rua da Glória. Há quem não tarde em procurar assento à volta do piano, enquanto outros, mais tímidos, escolhem as mesas ou os lugares ao balcão. Os atrevidos lançam-se a fazer pedidos ao pianista de serviço. Toca “We Are The Champions”, dos icónicos Queen. Segue-se “Don't Stop Believin'”, dos Journey, e “Oops!…I Did It Again”, de Britney Spears.  Todos sabem as letras – cantam-nas a plenos pulmões, mas não há uma voz que se destaque. 

Downstairs at Betty’s
Francisco Romão PereiraMatt Colagiuri

É mesmo essa a ideia. “Se há uma canção que querem ouvir, podem fazer um pedido e se o nosso músico conhecer a música, vai tocá-la. A ideia é que todos cantem e passem um bom bocado. Não há microfone, não é um show off ou uma performance, é sobre partilhar um momento musical juntos”, explica o responsável, que se mudou para Lisboa há quatro anos para fugir à agitação da cidade que nunca dorme. Antes, aventurou-se no teatro musical e fez carreira como artista plástico, chegando mesmo a expor as suas obras em quatro continentes. “Quando começas a envelhecer, o stress não é bom. Achei que a qualidade de vida em Portugal era melhor do que o stress de Nova Iorque”, justifica.

“O clima aqui é melhor, as pessoas são simpáticas”, continua. Apesar disso, faltava algo – um piano bar. “Faz parte do meu ADN. É o meu go-to quando saio em Nova Iorque. E quando não estou em Nova Iorque é aquilo de que sinto saudades. Então pareceu-me natural trazê-lo para aqui”, conta. “Quando se combina a parte social com a bebida e com a música, criam-se laços. Adoro ver pessoas a conectarem porque gostam da mesma música”, continua. A sua avó, Betty, que todos os natais juntava a família à volta de um piano, foi a grande inspiração para este bar. "Foi a única pessoa que quis saber o que fazia o meu coração cantar. Faleceu quando eu tinha 16 anos”, lamenta.

Downstairs at Betty’s
Francisco Romão Pereirablue betty

No Downstairs at Betty's há sempre dois pianistas por noite a animar o bar – nove no total, em sistema de rotação – mas o desejo de Matt é aumentar este número. “Gostava de encontrar um músico que tocasse música da Broadway”, confessa. Mas há outros planos para um futuro breve. “Vamos adicionar snacks à carta”, diz o responsável. Enquanto isso não acontece, delicie-se com uma das bebidas da carta. O blue betty (12€), um cocktail com gin, é uma boa opção – e uma bonita homenagem. 

Rua da Glória, 53 (Avenida da Liberdade). Dom-Qui 17.00-00.00, Sex-Sáb 17.00-01.00

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