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No Drogaria, o passado e o presente unem-se pela cozinha

Escrito por
Tiago Neto
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A cozinha foi desde sempre uma paixão que o moveu e, no regresso a Portugal, Paulo Aguiar viu no bairro onde cresceu um passado com fome de presente. O Drogaria, na Lapa, traz-nos à mesa o que há de melhor na gastronomia portuguesa.

O primeiro projecto de Paulo Aguiar, cuja paixão pela cozinha o fez atravessar o globo, foi a 15 mil quilómetros, em Timor Leste. Era "uma coisa muito pequenina", explica, "pensada para levar a comida portuguesa a Timor". Já esta Drogaria, "surge muito ligada à minha vida", diz o engenheiro civil, que entretanto regressou a Portugal. "Estava do outro lado do planeta e agora estou aqui, então fazia sentido experimentar o negócio deste lado".

Fotografia: Duarte Drago

O projecto levou, ao todo, um ano a montar. "Fizemos a remodelação total do espaço. Isto era a drogaria da minha infância, daí trazer essa memória", conta. Nas alterações contou com a mão de Rui Ehrhardt Soares, o arquitecto de interiores e decorador que transformou o Drogaria numa espécie de cápsula contemporânea onde os pratos de cozinha moderna se cruzam com os motivos art déco. "Queria trazer a componente da memória do bairro, da Lisboa antiga, sem explorar a tasca ou a taberna, que acho que já está meio esgotado", diz Paulo. "Então começámos a ver o que tínhamos e percebemos que temos escadinhas, árvores [na rua, à entrada], o início do século XX está aqui. E por isso é que também há esta estética art déco, como tinha a estética portuguesa dessa altura".

Asa de raia com manteiga preta, alcaparras e alho francês
Fotografia: Duarte Drago

Em falta estava a mão que havia de assumir a cozinha, e a resposta veio do outro lado do Atlântico. Mateus Santos, 24, trocou São Paulo pela Europa e conta com passagens pelo Noma, em Copenhaga, e pelo Avillez. A carta no Drogaria é concisa, personalizada, e vive de produtos de época, misturando o tradicionalismo com a criatividade. 

Mousse de chocolate com crum de caju e película de gelatina de chocolate
Fotografia: Duarte Drago

Há espargos com maionese vegan e amêndoas (9,50), gyozas de cozido à portuguesa (8,50€) ou ovo, tupinambor e trufa (9,50€) como entradas. Segue-se o polvo com puré de grão (18,50€), o bacalhau à Brás (16€) ou a asa de raia (19,50€) nos peixes. Na carne, a galinha vadia com arroz de vinho tinto (17€) ou o bife do lombo limousine (21€) – com mousseline de batata, demi glace e cebola tostada – são outras opções. Para fechar há sorbet do dia (4€) ou a mousse de chocolate da casa (6€), num twist com película gelatinosa de chocolate e caju picado.

Rua Joaquim Casimiro, 8 (Lapa). 93 375 5442. Ter-Sáb 19.00-23.00.

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