A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar

No novo Altar, na Graça, presta-se culto à cozinha italiana

Escrito por
Tiago Neto
Publicidade

Neste Altar, o restaurante recém-chegado à Graça, não há anjos ou santos. Pizzas, pastas, risottos e saladas são as entidades maiores do espaço com morada na casa que serviu de berço a São João de Brito. 

Quando Albertina Reis e Miguel Araújo chegaram ao 21 do Largo Rodrigues de Freitas, encruzilhado entre a Mouraria, a Graça, o Castelo e Alfama, já sabiam ao que iam. Anos antes, já o Prego, logo ao lado, os tinha fixado na zona. A história do Altar começa com a reabilitação do edifício do século XVII que viu o jesuíta São João de Brito nascer. Assente sobre parte da muralha fernandina, que o salvou da destruição completa por altura do terramoto de 1755, o prédio serviu mais tarde de casa ao Museu da Marioneta mas o estado de degradação impossibilitava a continuidade.

Sucederam-se projectos para a reabilitação, mas o carácter de interesse público do imóvel demorou-os. A transformação acabou eventualmente por acontecer e esse foi o ponto de partida para os dois amigos. "Quando surgiu a reabilitação do edifício, surgiu também a possibilidade de adquirir o espaço. Vimos o que faltava na zona em termos de oferta e optámos por um conceito não de pizzaria mas de influência italiana, com muitos ingredientes portugueses", explica Albertina.

O tecto do Altar é feito de celulose projectada, simulando pedra
Fotografia: Duarte Drago

O espaço é simples, a decoração minimalista. Os balcões, em mármore recortado, lembram um manto sobre o altar. O tecto, em papel projectado, remete para a sensação de estarmos sob pedra, condizente com o chão, em cimento tratado. Não há quadros nem luzes de parede por imposição patrimonial, um desafio que Albertina abraçou de imediato. "Quando me disseram que não podíamos ter coisas na parede não me preocupei muito, gosto desta ideia de simplicidade, acabámos por arranjar outras soluções bastante interessantes." O resultado final foi "fazermos disto um altar, um ambiente de gruta, ambiente pacífico, de adoração."

A carta foi pensada em conjunto com o chef Roberto Mezzepelle, colaborador frequente do chef Chakall, que trouxe ao Altar o conceito de massa maturada. "As nossas massas são maturadas entre 24 e 36 horas, portanto implica que não vai fermentar no nosso estômago. E usamos uma quantidade muito reduzida de fermento por cada quilo de farinha, três gramas por cada 28 quilos. Isso veio do Roberto", diz Albertina Reis.

A burrata genovese, com pesto de manjericão caseiro, parmesão e pinhões
Fotografia: Duarte Drago

Miguel Araújo diz que o método do Altar é "basicamente como o processo do pão há 50 anos", mas havia também a preocupação de não fugir ao saudável. Nas entradas, as burratas são o grande destaque. Há genovese (9€), caprese (9,50€), com tomate cherry, manjericão, orégãos e rúcula ou a burrata presunto (12,50€). O carpaccio de novilho (12,50€), de salmão (13€) ou de espadarte (13€) seguem logo de seguida, passando ainda pelas bruschettas de alho (2,50€) ou de tomate (3,50€), ou pelo prato de presunto de porco preto com focaccia romana (15€).

Nas saladas, a caprese (9€) com mozzarella de búfala, tomate e manjericão, a altar (12€) com mix de quinoa branca e preta, abacate, cenoura tomate cherry, salmão e manga, ou a salada mista (6€), com mix de alface, tomate cherry e cebola roxa são as opções. 

Salada Altar
Fotografia: Duarte Drago

As pizzas, brancas (sem molho de tomate) ou da casa, são personalizáveis e podem ser feitas com uma base de carvão vegetal. Na La Contadina (11€) aos vegetais grelhados com flor de sal antes de entrarem no forno junta-se o molho de tomate, mozzarella, a pimenta preta e o azeite. Pode ainda escolher outras como a Diavolina (12€) com molho de tomate, mozzarella e salame picante, a Bufalina (10€) com mozzarella de búfala e manjericão, a Portuguesa (branca, 14€) com bacalhau, cebola branca, ovo cozido, coentros e azeitonas ou a pizza de carpaccio (15€) com rúcula e carpaccio à escolha (salmão, novilho ou espadarte).

A pizza diavolina com massa de carvão activado
Fotografia: Duarte Drago

Na carta encontra ainda a variedade calzone em três sabores: clássico (11€) com molho de tomate, fiambre e cogumelos frescos, vegetariano (10,50€) e La Picante (12€) com mozzarella, molho de tomate e salame picante. O risotto de espargos (14€) ou de camarão (15€) também consta e, nas sobremesas, o tiramisu (5€) ou a pana cotta com frutos vermelhos (4€) são boas sugestões. Para beber há caipirinhas (8€), limoncello (3€), mojito (8€) ou o cocktail da casa, o bellini altar (5€) com rosé e sumo do pêssego.

Panna cotta com frutos vermelhos
Fotografia: Duarte Drago

Largo Rodrigues de Freitas, 21. (Graça) Seg-Dom 11.00-00.00.

+ Os melhores novos restaurantes em Lisboa

Últimas notícias

    Publicidade