A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar

No novo Matiz prova-se a paleta gastronómica de Portugal

O antigo AdLib, na Avenida da Liberdade, chama-se agora Matiz. O chef alemão Daniel Schlaipfer mantém-se na cozinha, com uma nova carta baseada no receituário nacional.

Sebastião Almeida
Escrito por
Sebastião Almeida
Publicidade

Quem se recordar do interior do antigo AdLib, em plena Avenida da Liberdade, pouco dele encontrará quando visitar o Matiz, o novo restaurante do hotel Sofitel que continua a ser chefiado por Daniel Schlaipfer. Se antes a cozinha aqui apresentada misturava influências de diversas gastronomias, o mesmo não se pode dizer agora. O chef alemão, que antes passou pela Fortaleza do Guincho ou o Farol Design Hotel, quis estreitar laços com Portugal, país que bem conhece e que escolheu como casa há 20 anos. Para isso, elaborou uma nova carta que é o reflexo de um compromisso de privilegiar os produtos nacionais – de preferência de origem biológica.

A decoração do novo restaurante é o primeiro indicador de que a atenção está voltada para o imaginário do nosso país: o chão mimetiza a calçada portuguesa; as cerâmicas que povoam a sala são Vistalegre, remetendo para a herança portuguesa na Ásia. Mas é sobretudo à mesa que se visita um receituário nacional em que a técnica é aprimorada. Ainda que nas entradas se denotem algumas influências estrangeiras, como por exemplo no polvo bebé acompanhado por um puré de batata-doce e por um rendilhado de massa envolto em tomate seco (10€), ou nas uvas de foie gras, um bombom de foie gras envolto numa gelatina de Porto e tostas de pão de frutos secos (14€). O mesmo se passa com o ravioli de lagosta (12€) submerso numa bisque de frutos do mar, mexilhão e berbigão, que combina o melhor do que a costa portuguesa tem para oferecer e que é outra das opções para entradas.

Copyright Phototèque ACCOR. Photo Gilles TRILLARD.
Gilles TrillardO restaurante e entrada do hotel foram renovados

É nos pratos de peixe e carne que Daniel Schlaipfer revela o seu saber e a ligação ao país. É de Peniche e capturado à linha que nos chega um robalo acompanhado por amêijoas, em homenagem ao poeta Raimundo Bulhão Pato (24€) e ao cozinheiro que nos presenteou com esta criação nacional. Nas carnes, provamos a costeleta de borrego cozinhada sobre um fumeiro de lavanda, que surge da inspiração de uma viagem do chef à Beira Baixa. Encerramos o capítulo das carnes com uma viagem a Miranda do Douro, neste caso para provar uma posta mirandesa que se faz acompanhar por um polvo grelhado (sim, leu bem). A completar o prato, junta-se de vinho de Porto e escorcioneira que liga os dois ingredientes.

Nas sobremesas, a bancada que se encontra à entrada do restaurante é a montra de uma oferta pasteleira de inspiração francesa com ingredientes nacionais, que serve também para a finalização de alguns dos pratos. Além dos sorvetes caseiros e dos doces conventuais, a escolha estende-se aos exemplares de pastelaria francesa exibidos na vitrine, ou a uma homenagem ao chocolate de São Tomé (12€), num cubo recheado com framboesa e gelado do mesmo. De assinalar é a nova garrafeira imponente, que pode ser usada como sala de prova ou o bar junto ao lobby, com uma carta de cocktails dedicada. Neste restaurante, afinal de contas, exploram-se as diferentes matizes que a gastronomia assume em Portugal.

Avenida da Liberdade, 127. 213 228 350. Seg-Dom 12.30-15.00, 19.30-22.30.

+ Leia grátis a Time Out Portugal desta semana

+ Há uma nova edição da Time Out Lisboa para descobrir

Últimas notícias

    Publicidade