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Música, Pop, Ana Bacalhau
©Tomás MonteiroAna Bacalhau

No novo single, Ana Bacalhau pinta uma história sobre as mulheres

Composta por A Garota Não, "Por Nos Darem Tanto" foi lançada a 17 de Abril. Além da canção, há um mural em Benfica que ajuda a contar esta história.

Escrito por
Beatriz Magalhães
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A caminho de celebrar os 50 anos do 25 de Abril, Ana Bacalhau sentiu que esta não podia ter sido a altura mais certa para lançar a sua nova música. “Por Nos Darem Tanto”, que saiu a 17 de Abril, conta a história e a luta das mulheres portuguesas que viveram durante a ditadura. O single faz parte do próximo disco da artista, que sairá no fim deste ano.

Ana Bacalhau queria voltar a contar histórias. Ainda mais, queria contar uma história escrita por A Garota Não. Surgida a oportunidade, a composição revelou ser uma história em torno das dificuldades que as mulheres viveram durante muitos anos. “Pus-me a ouvir e fiquei muito emocionada e feliz, porque não conta a história de alguém, conta a história de tanta gente. A canção, sem ser aquela que eu tinha pedido, era aquela que eu queria e precisava de cantar. Acertou em cheio e, desde logo, fiquei com a certeza de que era uma canção muito importante para mim e para o meu disco”, conta Ana Bacalhau em conversa com a Time Out.

A música gira em torno da posição social e política à qual as mulheres estavam sujeitas na altura, evocando factos históricos, bem como leis que ditavam as suas vidas. Para sair do país ou até para usar um contraceptivo, a mulher tinha de pedir autorização ao pai ou ao marido. Se fosse acusada de infidelidade ou se manchasse o nome da família, podia mesmo ser morta. À luz da comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, Ana Bacalhau sentiu a urgência de lançar a canção agora. “Acho que a canção saiu por coincidência, mas saiu numa altura em que isto veio ao debate, saiu numa altura certa para se continuar a debater e discutir sobre este assunto”, continua. 

À semelhança da canção, o videoclip também quis transmitir a importância de não esquecer as dificuldades que as mulheres passaram durante vários anos. No vídeo documental, assistimos à pintura de um mural pela artista juntamente com várias outras mulheres, membros da Associação Moradores do Bairro Santa Cruz de Benfica, amigas, familiares, mães e filhas. O mural, que representa frases e leis do pré e pós-25 de Abril, concebido por João Pombeiro, fica na rua Comandante Augusto Cardoso, no bairro de Santa Cruz. Se teria de ser nalgum sítio, fez sentido que fosse em Benfica, lugar onde cresceu e “se tornou mulher”. 

O single, tal como o próximo disco da artista, foi produzido por João Só, uma parceria que se mantém há mais de um ano. O seu terceiro álbum a solo, do qual a cantora ainda não quer revelar o título, está previsto sair no último trimestre deste ano. “O disco é uma viagem minha por muitos cantos e recantos, é o voltar a contar histórias, voltar a falar de coisas que eu acho importantes e tenho junto a mim autores que eu prezo muito e autores novos também. É de uma sonoridade pop, não esquecendo que o pop em Portugal tem sempre um bocadinho de portugalidade e é nesse campo que eu me quero mexer, essa pop que é muito larga e muito lata e que o João sabe manobrar muitíssimo bem”, explica a artista.

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